Língua Portuguesa: confira o erro mais grave de uso da vírgula e veja outros comuns

goo.gl/RiE29a | O uso da vírgula em nossa Língua Portuguesa está diretamente ligada a questões sintáticas, referentes à organização da frase, da oração. Como afirma o  estudioso Celso Pedro Luft: “Não vale consultar o ouvido: ouvido não entende de pontuação.” A princípio, lembremo-nos de que – na relação Sujeito-Verbo-Complemento – não deve haver vírgula isolada. Vejamos:

“A imprensa solicitou, cópias da gravação.”
(vírgula inadequada entre verbo e complemento)

“A imprensa, solicitou cópias da gravação.”
(vírgula inadequada entre sujeito e verbo)

VÍRGULA E APOSTO


Vejamos agora estas duas sentenças:

a) O escritor brasileiro Machado de Assis nasceu em 1839.
b) O criador de Capitu, Machado de Assis, nasceu em 1839.

Por que as vírgulas apenas em “b“? Porque a informação entre esses sinais de pontuação é de ordem explicativa, a mais, uma informação adicional, intitulada gramaticalmente como aposto explicativo.

Pensemos assim também: em “b”, a expressão Machado de Assis poderia ser retirada sem que houvesse alteração de sentido. Sintaticamente, as vírgulas expõem essa informação (já que o criador da personagem Capitu é apenas Machado).

Em “a“, a supressão de “Machado de Assis” causaria mudança brusca no enunciado, uma vez que o nome do escritor é responsável pela restrição, especificação do sujeito. Expressões assim – especificativas – recebem a nomenclatura de aposto especificativo; não são sinalizadas por vírgulas.

VÍRGULA E VOCATIVO


Vocativo, função sintática responsável pelo chamamento, convoca o virgular na estrutura escrita. Repare estes exemplos:

a) Não é minha esposa?
b) Não é, minha esposa?

Consegue entender a diferença entre eles, caro leitor? Em “a”, há uma indagação sobre ser ou não ser a esposa de alguém; em “b”, a “esposa” é chamada, invocada.

É isto: a vírgula (ou vírgulas) deve separar o vocativo, o chamamento:

“Pai, afasta de mim este cálice!”
“Afasta de mim, pai, este cálice!”
“Afasta de mim este cálice, pai!”

Por Diogo Arrais
Fonte: Exame Abril
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