"Ele estava desenganado pelos médicos, já em estado vegetativo. Eu não tinha a quem recorrer a não ser a Deus", contou Paulo Gabriel. Segundo ele, uma corrente de orações se formou em sua família e amigos e, passados 30 dias da internação de Vitor, o menino ficou curado. "Era como se nada tivesse acontecido. Ele saiu do hospital correndo, brincando. Foi como um milagre, não, foi mesmo um milagre divino", completou o advogado com olhos marejados e voz trêmula.
Paulo Gabriel se tornou, desde então, devoto de Nossa Senhora Aparecida e escolheu esta semana para "pagar promessa" em agradecimento à santa, que é padroeira do Brasil, cujo dia é celebrado em 12 de outubro. "Minha promessa, na verdade, era percorrer a pé de Santos (onde a família mora) até a cidade de Aparecida até o fim deste ano. Contudo, diante da rápida recuperação e saúde do Vitor, decidi antecipar e cumprir a promessa nesta semana, até para homenagear a santa, cujo dia é celegrado em 12 de outubro. Qualquer dor, ou cansaço é mínimo diante da graça alcançada", declarou Boomstra.
O jovem advogado saiu de sua residência, na cidade de Santos, na segunda-feira e chegou a Mogi das Cruzes anteontem à noite. Nos primeiros 50 quilômetros (na chegada a Bertioga) encontrou o primeiro obstáculo: "Torci meu pé esquerdo e os médicos me pediram para que ficasse em repouso por um mês. Voltei para Santos, mas ao pensar nesse compromisso que tenho com Nossa Senhora, não resisti e enfaixei o pé para retomar a caminhada", contou Boomstra.
Peso
Como companhia, ele tem a mochila, carregada com dez quilos de materiais de primeiros socorros, peças de roupa, água e alimentação. De Bertioga até Mogi das Cruzes foram mais de 55 quilômetros percorridos. "Foi um trajeto difícil até porque, só de serra, foram 11 quilômetros, sem acostamento", contou ele, que teve de dividir espaço da estrada com carros, motos e caminhões. O alívio, segundo ele, ocorreu no km 59 da estrada quando se deparou com o casal de comerciantes Antônio Carlos de Faria e Kátia Cristina Tavares Faria, que residem naquela região e que, atendendo a um pedido dos amigos Rubens e Neusa Marialva, acolheram o advogado."Serei eternamente grato ao Carlos, Kátia, Rubens e Neusa. Sem eles, não sei como seria a minha noite", contou o jovem, enquanto seguia pela Mogi-Guararema rumo a São José dos Campos, sua próxima parada. No caminho, Paulo bebe muita água e de vez em quando fala com a esposa e o filho por telefone. "Ouvir a voz deles me faz bem e dá mais forças", afirma. "Quando chegar em Aparecida não sei o que vou fazer, dizer ou como vou reagir diante da imagem da Santa e revê-los (esposa e filhos). Quero apenas agradecer pelo bem que Nossa Senhora (Aparecida) fez a minha família e abençoar o crucifixo que servirá para simbolizar a proteção de Deus ao meu filho".
Por Noemia Alves
Fonte: moginews.com.br