A medida converte a prisão em flagrante de Maria Tereza, que está na Central de Flagrantes desde a tarde de segunda-feira (27), dia em que aconteceu o crime, em preventiva. Testemunhas contaram que o casal discutia em frente ao edifício Portal do Farol, na Rua Manoel Maia Nobre, no bairro do Farol.
De acordo com a decisão do magistrado, a determinação se justifica diante da gravidade da situação. "Disse isso em razão da própria atividade exercida por ela, delegada da Polícia Civil, que tem o dever não somente moral, mas, principalmente, profissional, de resguardar a vida da população, sendo parte essencial na promoção da segurança pública de um estado tão abalado por crimes dessa natureza", expõe a decisão que ainda enfatiza que diante do fato, a delegada provocou pânico na população ao "sair às ruas procurando a vítima, empunhando uma arma de fogo, cuja letalidade é incontestável (pistola calibre .40), causando temor entre os transeuntes, colocando em risco a vida de pessoas que sequer tinham envolvimento com o fato criminoso".
Ainda no mesmo texto, ao evidenciar que a arma usada na tentativa de homicídio pertencia a Polícia Civil de Alagoas, o juiz solicitou que a Segurança Pública recolha qualquer outra arma que esteja de posse da delegada. "Oficie-se a Corregedoria da Polícia Civil do Estado de Alagoas, informando acerca desta decisão para que adote as providências no sentido de apurar eventual falta grave da servidora pública pertencente à instituição. Determino ainda, que a indiciada realize a entrega, por meio de seu patrono, de qualquer arma de fogo ou material bélico que esteja em seu poder à Polícia Civil do Estado".
O advogado Fábio Barbosa Maciel entrou nesta quarta com um pedido de liberdade provisória, mas a petição ainda não foi apreciada.
Entenda o caso
Uma suposta briga entre a delegada Maria Tereza Ramos e o companheiro dela, o policial civil Jeferson Gomes da Silva, resultou em disparos de arma de fogo na manhã de segunda (27), na Rua Manoel Maia Nobre, no bairro do Farol. Segundo as informações de testemunhas, o casal discutia antes dos disparos, supostamente efetuados pela delegada. O policial foi atingido e conseguiu socorro em um táxi.O delegado-geral Carlos Reis designou dois delegados especiais que ficarão responsáveis por instaurar inquérito que vai investigar o caso, Antônio Henrique Pinto de Farias e Magaiver Luiz. Carlos Reis também encaminhou expediente à Corregedoria Geral de Polícia Civil para que seja instaurado um procedimento administrativo.
Fonte: g1.globo.com