http://goo.gl/JQdm8E | Mais de 169 mil estudantes devem fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) em condições especiais no próximo mês em todo o país. Um deles é José de Jesus, 29 anos, natural do município de União, a 59 km de Teresina, Norte do Piauí. Há cinco anos ele deixou a comunidade Terra Vermelha, na zona rural, e veio para Teresina estudar braile na escola da Associação dos Cegos do Estado do Piauí (Acep). José sonha em ser advogado.
José de Jesus frequenta uma escola pública da capital piauiense e à tarde participa das aulas de braile na Acep. Ele perdeu a visão quando tinha nove anos, um ano após a morte da mãe. Dez anos mais tarde ele também perderia o pai e passou a morar com a avó, mas somente em 2009 mudou-se para Teresina com o objetivo de estudar.
Ele conta que o problema visual é hereditário. “É de família, muitos parentes meus têm deficiência visual”, disse o jovem. Somente após ter vindo para Teresina é que José aprendeu a ler, porque na cidade natal não tinha ensino especializado. Faltando poucos dias para o Enem, ele afirma que está se preparando para a prova, que será feita com o auxílio de um ledor (transcritor de braile). “Uma prova de 90 questões em braile seria complicado, então é melhor com o ledor”, explicou.
Essa é a segunda vez que ele fará o Enem, mesmo assim confessa que teme a grande concorrência. “Nas questões de matemática é muito complicado para um deficiente visual”, disse. Perguntado sobre qual profissão pretende seguir, ele afirma que deseja ser advogado e quer continuar morando em Teresina. “Aqui é onde tem as melhores oportunidades. Lá [em União] as coisas são mais difíceis”, pontuou.
O aluno explica que na escola regular apenas ouve as aulas. “Na sala de aula eu ouço e algum colega copia os conteúdos para mim. Aí eu trago tudo para ser colocado em braile aqui na Acep para que eu possa ler”, contou.
Andris enxergou até os 12 anos, quando um problema no nervo óptico apagou sua visão. Ele diz que sonhava em ser médico, mas desistiu devido à dificuldade imposta pela deficiência visual. “Medicina para uma pessoa cega é impossível, então tentarei fazer Direito”, relatou.
Caso parecido enfrentou Welson Pimenta, 25 anos, que também está se preparando para o Enem e frequenta a associação. O jovem ainda está no 1º ano do Ensino Médio, mas está testando os conhecimentos para realizar o sonho de futuramente ser um doutor em Geografia.
Com apenas 10% da visão, ele consegue estudar no computador e pelo celular com o auxílio de um sistema de voz. “Eu consigo ouvir e assim vou estudando”, diz o rapaz que dormiu enxergando e acordou cego quando ainda morava em Pinheiro, no interior do Maranhão.
Para Aluísio Carvalho, presidente da Acep e também deficiente visual, ver histórias como a dos três rapazes é motivo de orgulho. A entidade fundada em 1967 mantém aulas individuais para pessoas com deficiência visual, através de doações da própria comunidade.
“É muita alegria, porque a Acep faz por esses jovens o que a família deles não teria condições de
fazer. Muitos conseguirão atingir seus objetivos após o nosso projeto de inclusão social, por meio da educação”, falou.
Fonte: g1.globo.com
José de Jesus frequenta uma escola pública da capital piauiense e à tarde participa das aulas de braile na Acep. Ele perdeu a visão quando tinha nove anos, um ano após a morte da mãe. Dez anos mais tarde ele também perderia o pai e passou a morar com a avó, mas somente em 2009 mudou-se para Teresina com o objetivo de estudar.
Ele conta que o problema visual é hereditário. “É de família, muitos parentes meus têm deficiência visual”, disse o jovem. Somente após ter vindo para Teresina é que José aprendeu a ler, porque na cidade natal não tinha ensino especializado. Faltando poucos dias para o Enem, ele afirma que está se preparando para a prova, que será feita com o auxílio de um ledor (transcritor de braile). “Uma prova de 90 questões em braile seria complicado, então é melhor com o ledor”, explicou.
Essa é a segunda vez que ele fará o Enem, mesmo assim confessa que teme a grande concorrência. “Nas questões de matemática é muito complicado para um deficiente visual”, disse. Perguntado sobre qual profissão pretende seguir, ele afirma que deseja ser advogado e quer continuar morando em Teresina. “Aqui é onde tem as melhores oportunidades. Lá [em União] as coisas são mais difíceis”, pontuou.
Superação
Outro deficiente visual que também fará o Enem é Andris de Araújo, 30 anos. Natural de Júlio Borges, no semiárido piauiense, o jovem frequenta as aulas da Acep desde 2009, quando passou a ter contato com o braile. Ele estuda em uma escola particular de Teresina à noite e participa do reforço escolar oferecido pela associação durante a manhã.O aluno explica que na escola regular apenas ouve as aulas. “Na sala de aula eu ouço e algum colega copia os conteúdos para mim. Aí eu trago tudo para ser colocado em braile aqui na Acep para que eu possa ler”, contou.
Andris enxergou até os 12 anos, quando um problema no nervo óptico apagou sua visão. Ele diz que sonhava em ser médico, mas desistiu devido à dificuldade imposta pela deficiência visual. “Medicina para uma pessoa cega é impossível, então tentarei fazer Direito”, relatou.
Caso parecido enfrentou Welson Pimenta, 25 anos, que também está se preparando para o Enem e frequenta a associação. O jovem ainda está no 1º ano do Ensino Médio, mas está testando os conhecimentos para realizar o sonho de futuramente ser um doutor em Geografia.
Com apenas 10% da visão, ele consegue estudar no computador e pelo celular com o auxílio de um sistema de voz. “Eu consigo ouvir e assim vou estudando”, diz o rapaz que dormiu enxergando e acordou cego quando ainda morava em Pinheiro, no interior do Maranhão.
Para Aluísio Carvalho, presidente da Acep e também deficiente visual, ver histórias como a dos três rapazes é motivo de orgulho. A entidade fundada em 1967 mantém aulas individuais para pessoas com deficiência visual, através de doações da própria comunidade.
“É muita alegria, porque a Acep faz por esses jovens o que a família deles não teria condições de
fazer. Muitos conseguirão atingir seus objetivos após o nosso projeto de inclusão social, por meio da educação”, falou.
Fonte: g1.globo.com