http://goo.gl/yfwAUa | Foco nas aulas e organização nas anotações. Esse é o segredo do estudante Mateus Guia, de 16 anos, que já passou três vezes no vestibular e vai fazer as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) nos dias 8 e 9 de novembro.
Em 2012, aos 14 anos, Mateus foi aprovado na seleção da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para o curso de engenharia, com nota 6,4. Como ainda não havia concluído o ensino médio, nem pensou em abandonar a escola. "Na época, eu não me achava preparado para entrar na faculdade, preferi esperar”, diz. Na metade do ano seguinte, aos 15, passou no vestibular exclusivo de engenharia. Ao final do ano, foi aprovado, mais uma vez, pela UFPE, com média com média 6,38, e também pela Universidade de Pernambuco (UPE), com média 8.
O jovem chegou a frequentar as aulas na UFPE, mas decidiu largar o curso para se preparar para um sonho: o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “Eu cheguei a entrar, assisti uma semana de aulas lá [na UFPE], mas já estava fazendo o cursinho para o ITA e não ia ter como dar conta dos dois [cursos] ao mesmo tempo”, confessa.
Hoje, Mateus dedica 10 horas por dia às disciplinas específicas das provas do ITA: matemática, física, química, português, inglês, literatura e redação. Engana-se, porém, quem pensa que a vida dele se resume aos livros. O garoto adora videogame e encontrar os amigos para jogar bola. “Nunca deixei de me divertir, faço as atividades normais. Nos anos em que passei no vestibular, jogava futsal pelo time do colégio, fazia outras coisas”, afirma. Por causa do alto nível da seleção do ITA, confessa que se concentra mais nos estudos, mas não está sempre com um livro debaixo do braço. “Raramente tenho tempo para a internet, por exemplo. Mas meu jeito de estudar é mais assistir as aulas mesmo”, revela.
Para as outras disciplinas que são cobradas no Enem, resta uma semana para revisão. “Faz um ano que não estudo algumas matérias, mas ainda tenho um caderno do ano passado e vou usar para revisar ainda”, diz, confiante.
Se depender do caderno de Mateus, a aprovação no vestibular pela quarta vez será garantida. É o que diz o amigo Victor Freire, de 17 anos, que também vai fazer o Enem e as provas do ITA. “Ele é uma pessoa muito organizada, as anotações dele na aula são perfeitas, o caderno dele é invejado por todas as pessoas do pré-ITA [cursinho preparatório para a seleção]. Às vezes, não dá para anotar quando o professor fala, mas ele tem essa habilidade: consegue anotar, prestar atenção e entender tudo”, conta Victor.
Além disso, o amigo ressalta que Mateus tem muita facilidade para memorizar e sempre ajuda quem tem dúvidas. “A gente tem que decorar várias reações orgânicas e ele sabe de tudo de cor. As questões que a gente não consegue fazer, procuramos e ele sempre está lá para ajudar. ‘Mateuzinho’ é uma pessoa muito especial, inteligente, esforçada, gosta de ajudar os outros, então tudo isso que ele conseguiu foi mérito dele”, orgulha-se o amigo.
A professora de português Cleonice Rabelo acompanha Mateus desde o quinto ano do ensino fundamental no Colégio Motivo, no Recife, e diz que ele é uma pessoa tranquila e que aprende rapidamente. “Ele é muito centrado em sala de aula, não é muito de conversa e tem uma facilidade muito grande de aprender”, diz. Ela diz que não se surpreendeu quando o jovem passou três vezes no vestibular e sabe que ele está preparado para as provas deste ano. “O ITA é uma competição do Brasil inteiro, mas ele está preparado, espero que o emocional esteja bem na hora da prova. No Enem, acho que ele passa facilmente. Aposto muito nele, ele é assíduo, faz as tarefas, tem tudo para dar certo”, ressalta.
Quando completou três anos, entrou na escola. Como já sabia ler e escrever, o garoto fugia várias vezes da sala de aula da educação infantil e se juntava à turma da alfabetização (hoje, 1º ano do ensino fundamental), “Me chamaram na escola e disseram que ele estava fugindo sempre. Em casa, ele me disse que não queria ir mais às aulas, então procurei a Secretaria de Educação para tentar transferi-lo para outra série”, lembra a mãe. Após uma avaliação da Secretaria, Mateus conseguiu um documento que permitia que ele avançasse dois anos, saindo do ensino infantil para o 2º do ensino fundamental.
No início, Mateus conta que foi um pouco difícil estar em uma turma mais velha. “Quando chegou o ensino médio, fui me adaptando melhor. Hoje em dia, a diferença é praticamente zero”, diz. Já Flávia lembra que via muito respeito dos colegas de sala em relação ao filho. “Os meninos tratavam como se ele tivesse a mesma idade. Ele era muito respeitado, se deu melhor quando pulou de série”, conta.
Aos quatro anos de idade, o jovem sabia as bandeiras de todos os países do mundo, já estava no curso de inglês e pedia dicionários de presente de aniversário. "Ele acabou o inglês com nove anos, fez a prova de fluência de Cambridge e passou", diz Flávia.
A mãe reforça que, apesar de muito dedicado, Mateus sempre teve uma infância e adolescência normais. “Ele brincava, joga bola, videogame. Ontem mesmo, 8 amigos vieram para minha casa jogar basquete e futebol. Ele ainda ajuda o irmão mais novo, de 14 anos, nos estudos”, alega.
Sobre a decisão de não entrar na universidade este ano e preferir, mais uma vez, se dedicar aos estudos para obter a vaga no ITA, a mãe conta que não houve problemas. “Se ele está sentindo que tem algo a fazer, que falta algo, é melhor esperar e estar no lugar certo. Ele não estava conseguindo conciliar e entendemos”, diz. Quando a pergunta é se o estudante vai ser aprovado nas seleções, as opiniões são divergentes. A mãe diz que está confiante. “Vejo o esforço dele, acho que ele vai conseguir pela base que tem. O Enem não cai do céu”, brinca. Já Mateus prefere não arriscar. “Não sei. Nunca se sabe, né?”.
Fonte: g1.globo.com
Em 2012, aos 14 anos, Mateus foi aprovado na seleção da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) para o curso de engenharia, com nota 6,4. Como ainda não havia concluído o ensino médio, nem pensou em abandonar a escola. "Na época, eu não me achava preparado para entrar na faculdade, preferi esperar”, diz. Na metade do ano seguinte, aos 15, passou no vestibular exclusivo de engenharia. Ao final do ano, foi aprovado, mais uma vez, pela UFPE, com média com média 6,38, e também pela Universidade de Pernambuco (UPE), com média 8.
O jovem chegou a frequentar as aulas na UFPE, mas decidiu largar o curso para se preparar para um sonho: o Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA). “Eu cheguei a entrar, assisti uma semana de aulas lá [na UFPE], mas já estava fazendo o cursinho para o ITA e não ia ter como dar conta dos dois [cursos] ao mesmo tempo”, confessa.
Hoje, Mateus dedica 10 horas por dia às disciplinas específicas das provas do ITA: matemática, física, química, português, inglês, literatura e redação. Engana-se, porém, quem pensa que a vida dele se resume aos livros. O garoto adora videogame e encontrar os amigos para jogar bola. “Nunca deixei de me divertir, faço as atividades normais. Nos anos em que passei no vestibular, jogava futsal pelo time do colégio, fazia outras coisas”, afirma. Por causa do alto nível da seleção do ITA, confessa que se concentra mais nos estudos, mas não está sempre com um livro debaixo do braço. “Raramente tenho tempo para a internet, por exemplo. Mas meu jeito de estudar é mais assistir as aulas mesmo”, revela.
Para as outras disciplinas que são cobradas no Enem, resta uma semana para revisão. “Faz um ano que não estudo algumas matérias, mas ainda tenho um caderno do ano passado e vou usar para revisar ainda”, diz, confiante.
Se depender do caderno de Mateus, a aprovação no vestibular pela quarta vez será garantida. É o que diz o amigo Victor Freire, de 17 anos, que também vai fazer o Enem e as provas do ITA. “Ele é uma pessoa muito organizada, as anotações dele na aula são perfeitas, o caderno dele é invejado por todas as pessoas do pré-ITA [cursinho preparatório para a seleção]. Às vezes, não dá para anotar quando o professor fala, mas ele tem essa habilidade: consegue anotar, prestar atenção e entender tudo”, conta Victor.
Além disso, o amigo ressalta que Mateus tem muita facilidade para memorizar e sempre ajuda quem tem dúvidas. “A gente tem que decorar várias reações orgânicas e ele sabe de tudo de cor. As questões que a gente não consegue fazer, procuramos e ele sempre está lá para ajudar. ‘Mateuzinho’ é uma pessoa muito especial, inteligente, esforçada, gosta de ajudar os outros, então tudo isso que ele conseguiu foi mérito dele”, orgulha-se o amigo.
A professora de português Cleonice Rabelo acompanha Mateus desde o quinto ano do ensino fundamental no Colégio Motivo, no Recife, e diz que ele é uma pessoa tranquila e que aprende rapidamente. “Ele é muito centrado em sala de aula, não é muito de conversa e tem uma facilidade muito grande de aprender”, diz. Ela diz que não se surpreendeu quando o jovem passou três vezes no vestibular e sabe que ele está preparado para as provas deste ano. “O ITA é uma competição do Brasil inteiro, mas ele está preparado, espero que o emocional esteja bem na hora da prova. No Enem, acho que ele passa facilmente. Aposto muito nele, ele é assíduo, faz as tarefas, tem tudo para dar certo”, ressalta.
Prodígio desde cedo
A facilidade de aprender de Mateus foi percebida desde cedo. Aos dois anos de idade, ele já sabia ler, escrever e montar quebra-cabeças. E o mais curioso: de cabeça para baixo. “Foi tudo muito rápido, ele era curioso com tudo. Eu lia a história dos Três Porquinhos para ele e, quando vi, ele pegava o livro e ficava tentando ler sozinho. No quebra-cabeça, ele decorava os lugares das peças facilmente”, conta a psicóloga Flávia Guia, mãe de Mateus.Quando completou três anos, entrou na escola. Como já sabia ler e escrever, o garoto fugia várias vezes da sala de aula da educação infantil e se juntava à turma da alfabetização (hoje, 1º ano do ensino fundamental), “Me chamaram na escola e disseram que ele estava fugindo sempre. Em casa, ele me disse que não queria ir mais às aulas, então procurei a Secretaria de Educação para tentar transferi-lo para outra série”, lembra a mãe. Após uma avaliação da Secretaria, Mateus conseguiu um documento que permitia que ele avançasse dois anos, saindo do ensino infantil para o 2º do ensino fundamental.
No início, Mateus conta que foi um pouco difícil estar em uma turma mais velha. “Quando chegou o ensino médio, fui me adaptando melhor. Hoje em dia, a diferença é praticamente zero”, diz. Já Flávia lembra que via muito respeito dos colegas de sala em relação ao filho. “Os meninos tratavam como se ele tivesse a mesma idade. Ele era muito respeitado, se deu melhor quando pulou de série”, conta.
Aos quatro anos de idade, o jovem sabia as bandeiras de todos os países do mundo, já estava no curso de inglês e pedia dicionários de presente de aniversário. "Ele acabou o inglês com nove anos, fez a prova de fluência de Cambridge e passou", diz Flávia.
A mãe reforça que, apesar de muito dedicado, Mateus sempre teve uma infância e adolescência normais. “Ele brincava, joga bola, videogame. Ontem mesmo, 8 amigos vieram para minha casa jogar basquete e futebol. Ele ainda ajuda o irmão mais novo, de 14 anos, nos estudos”, alega.
Sobre a decisão de não entrar na universidade este ano e preferir, mais uma vez, se dedicar aos estudos para obter a vaga no ITA, a mãe conta que não houve problemas. “Se ele está sentindo que tem algo a fazer, que falta algo, é melhor esperar e estar no lugar certo. Ele não estava conseguindo conciliar e entendemos”, diz. Quando a pergunta é se o estudante vai ser aprovado nas seleções, as opiniões são divergentes. A mãe diz que está confiante. “Vejo o esforço dele, acho que ele vai conseguir pela base que tem. O Enem não cai do céu”, brinca. Já Mateus prefere não arriscar. “Não sei. Nunca se sabe, né?”.
Fonte: g1.globo.com