http://goo.gl/6VEh6S | Uma brincadeira de gosto duvidoso em uma aula da PUCRS, em Porto Alegre, desencadeou uma polêmica entre estudantes, professor e universidade na última quarta-feira.
Segundo depoimento de alunos, tudo começou quando Fábio Melo de Azambuja, que ministra a cadeira de Direito Empresarial III, teria pedido licença para "contar uma piada" durante a aula.
— Ele perguntou se podia e ninguém contestou. Aí ele disse: as leis são como as mulheres, foram feitas para serem violadas — relata o estudante Luan Sanchotene, 25 anos.
Impressionado com a reação dos colegas — muitos riram da comparação, segundo Luan — diante de uma declaração que "incitava a violência" contra as mulheres (que seriam maioria na turma), o aluno resolveu compartilhar a frase em sua página do Facebook. A repercussão foi imediata.
— Me surpreendeu positivamente o fato de as pessoas se preocuparem com isso. Algumas pessoas ficaram constrangidas, mas, na hora, ninguém vai bater de frente com o professor, correndo o risco de ter algum prejuízo — ponderou.
Até o fim da tarde de quinta-feira, a publicação tinha 80 compartilhamentos na rede social, além de dezenas de comentários — contra e a favor do professor, que seria conhecido por suas brincadeiras em sala de aula. O episódio motivou uma reunião de estudantes com a diretoria da universidade. Integrante do DCE da PUCRS, Paula Volkart considerou a ocorrência "grave". Ela disse que deve ser aberta uma sindicância para apurar os fatos.
— Foi um ato de misoginia e machismo, uma apologia ao estupro dentro da sala de aula, e o DCE mantém uma posição que é contra as opressões. Depois disso, outras pessoas vieram até nós e relataram casos que aconteceram com o mesmo professor. Sabemos que é muito difícil que ele seja afastado, mas é importante que a PUC se posicione em relação a isso — avaliou.
Na manhã de sexta-feira, a aluna Júlia Scheirr, do 7º semestre de Direito, que organizava um ato em desagravo ao professor, marcado para a manhã desta sexta-feira, disse que estava na aula e as queixas tiraram o comentário do contexto.
— Não estamos defendendo a piada, longe disso, que foi infeliz. Sou mulher, achei a brincadeira infame, mas foi uma brincadeira. Estamos em defesa do professor, que é maravilhoso e querido por todos. Quando ele disse aquilo, ninguém se manifestou. Se a pessoa se ofendeu, poderia ter dito no ato, em vez de postar nas redes sociais. Pessoas que não estavam na aula retiraram a frase do contexto — afirmou.
A universidade, em nota, disse que "os fatos já estão sendo averiguados pela Faculdade de Direito, que irá ouvir o professor e, conforme as informações coletadas, tomar as medidas cabíveis para o caso. A PUCRS e a Faculdade de Direito não compactuam com qualquer manifestação ofensiva".
Zero Hora só conseguiu falar com o professor Azambuja na noite desta sexta-feira. Ele disse que "o assunto já está encerrado na faculdade" e não quis comentar o caso.
Fonte: zh.clicrbs.com.br
Segundo depoimento de alunos, tudo começou quando Fábio Melo de Azambuja, que ministra a cadeira de Direito Empresarial III, teria pedido licença para "contar uma piada" durante a aula.
— Ele perguntou se podia e ninguém contestou. Aí ele disse: as leis são como as mulheres, foram feitas para serem violadas — relata o estudante Luan Sanchotene, 25 anos.
Impressionado com a reação dos colegas — muitos riram da comparação, segundo Luan — diante de uma declaração que "incitava a violência" contra as mulheres (que seriam maioria na turma), o aluno resolveu compartilhar a frase em sua página do Facebook. A repercussão foi imediata.
— Me surpreendeu positivamente o fato de as pessoas se preocuparem com isso. Algumas pessoas ficaram constrangidas, mas, na hora, ninguém vai bater de frente com o professor, correndo o risco de ter algum prejuízo — ponderou.
Até o fim da tarde de quinta-feira, a publicação tinha 80 compartilhamentos na rede social, além de dezenas de comentários — contra e a favor do professor, que seria conhecido por suas brincadeiras em sala de aula. O episódio motivou uma reunião de estudantes com a diretoria da universidade. Integrante do DCE da PUCRS, Paula Volkart considerou a ocorrência "grave". Ela disse que deve ser aberta uma sindicância para apurar os fatos.
— Foi um ato de misoginia e machismo, uma apologia ao estupro dentro da sala de aula, e o DCE mantém uma posição que é contra as opressões. Depois disso, outras pessoas vieram até nós e relataram casos que aconteceram com o mesmo professor. Sabemos que é muito difícil que ele seja afastado, mas é importante que a PUC se posicione em relação a isso — avaliou.
Na manhã de sexta-feira, a aluna Júlia Scheirr, do 7º semestre de Direito, que organizava um ato em desagravo ao professor, marcado para a manhã desta sexta-feira, disse que estava na aula e as queixas tiraram o comentário do contexto.
— Não estamos defendendo a piada, longe disso, que foi infeliz. Sou mulher, achei a brincadeira infame, mas foi uma brincadeira. Estamos em defesa do professor, que é maravilhoso e querido por todos. Quando ele disse aquilo, ninguém se manifestou. Se a pessoa se ofendeu, poderia ter dito no ato, em vez de postar nas redes sociais. Pessoas que não estavam na aula retiraram a frase do contexto — afirmou.
A universidade, em nota, disse que "os fatos já estão sendo averiguados pela Faculdade de Direito, que irá ouvir o professor e, conforme as informações coletadas, tomar as medidas cabíveis para o caso. A PUCRS e a Faculdade de Direito não compactuam com qualquer manifestação ofensiva".
Zero Hora só conseguiu falar com o professor Azambuja na noite desta sexta-feira. Ele disse que "o assunto já está encerrado na faculdade" e não quis comentar o caso.
Fonte: zh.clicrbs.com.br