http://goo.gl/hGxPkI | Embora ainda abalada com a perda do neto e da filha, a avó do menino Bernardo Uglione Boldrini, assassinado aos 11 anos em abril do ano passado no Rio Grande do Sul, recebeu com otimismo a notícia de que o Ministério Público (MP) pediu à Justiça a reabertura do inquérito policial instaurado há cinco anos para apurar as circunstâncias da morte de Odilaine, mãe do garoto. O assunto teve um novo desdobramento nesta segunda-feira (18).
"Agora eu espero mais do que nunca que a verdade venha à tona. Eu ainda confio na Justiça", limitou-se a dizer Jussara Uglione, 74 anos, ao G1. Desde abril do ano passado, ela tenta, por meio de seu advogado Marlon Adriano Taborda, a reabertura do caso e busca provar que o suicídio da filha teria sido forjado.
Odilaine morreu em fevereiro de 2010 aos 30 anos. Ela foi encontrada morta dentro da clínica do então marido, o médico Leandro Boldrini. Segundo a investigação policial na época, a mulher cometeu suicídio com um tiro na cabeça. Entretanto, perícias particulares feitas recentemente a pedido da família levantaram a suspeita de que ela possa ter sido assassinada. São essas informações que o MP quer confrontar.
O pai de Bernardo está preso há quase um ano e é réu pela morte do menino. Também são acusados a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Os quatro respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, entre outros crimes.
Com o pedido de reabertura do inquérito, o MP encaminhou requisição de diversas diligências à polícia, em especial realização de perícia grafodocumentoscópica (quando se examina a grafia de um documento para avaliar autenticidade ou falsidade) na carta suicida, reprodução simulada dos fatos, depoimento de pessoas que estavam no consultório na data e horário do fato e que compareceram ao local depois e complementação de perícia já realizada, entre outras diligências.
"Recepcionamos com uma alegria, mas ao mesmo tempo queremos uma ampliação do que pediu o MP. Nós entendemos que não basta só esses elementos, mas todos os fatos têm que ser examinados", sustentou Taborda.
O pedido será analisado pelo Poder Judiciário. Caso seja deferido, os autos do inquérito policial serão encaminhados à Delegacia de Polícia de Três Passos para o prosseguimento das investigações e cumprimento das requisições do MP.
- Um vídeo divulgado em maio do ano passado mostra os últimos momentos de Bernardo. Ele aparece deixando a caminhonete da madrasta e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local.
- O corpo de Bernardo foi encontrado no dia 14 de abril de 2014, enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, no Norte do estado, a 80 km de onde ele morava com a família.
- Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia teriam dado o remédio que causou a morte do garoto e depois teriam recebido a ajuda de Evandro para enterrar o corpo. A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. A defesa do pai nega.
- O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz é acusado de homicídio simples e ocultação de cadáver. Ele seria o responsável por cavar a cova onde o menino foi enterrado.
- Em vídeo divulgado pela defesa de Edelvânia, ela muda sua versão sobre o crime. Nas imagens, ela aparece ao lado do advogado e diz que a criança morreu por causa do excesso de medicamentos dados pela madrasta. Na época em que ocorreram as prisões, Edelvânia havia dito à polícia que a morte se deu por uma injeção letal e que, em seguida, ela e a amiga Graciele jogaram soda cáustica sobre o corpo. A mulher ainda diz que o irmão, Evandro Wirganovicz, é inocente.
Fonte: G1
"Agora eu espero mais do que nunca que a verdade venha à tona. Eu ainda confio na Justiça", limitou-se a dizer Jussara Uglione, 74 anos, ao G1. Desde abril do ano passado, ela tenta, por meio de seu advogado Marlon Adriano Taborda, a reabertura do caso e busca provar que o suicídio da filha teria sido forjado.
Odilaine morreu em fevereiro de 2010 aos 30 anos. Ela foi encontrada morta dentro da clínica do então marido, o médico Leandro Boldrini. Segundo a investigação policial na época, a mulher cometeu suicídio com um tiro na cabeça. Entretanto, perícias particulares feitas recentemente a pedido da família levantaram a suspeita de que ela possa ter sido assassinada. São essas informações que o MP quer confrontar.
O pai de Bernardo está preso há quase um ano e é réu pela morte do menino. Também são acusados a madrasta do garoto, Graciele Ugulini, e os irmãos Edelvânia Wirganovicz e Evandro Wirganovicz. Os quatro respondem por homicídio qualificado e ocultação de cadáver, entre outros crimes.
Carta de suicídio forjada
O MP de Três Passos quer confrontar, com investigações oficiais, as perícias particulares contratadas pela mãe de Odilaine. Uma delas aponta que carta suicida de Odilaine teria sido escrita pela secretária do consultório médico e ainda coloca uma terceira pessoa dentro da sala de atendimento em que ocorreu a morte, onde, em tese, estariam apenas Leandro e Odilaine.Com o pedido de reabertura do inquérito, o MP encaminhou requisição de diversas diligências à polícia, em especial realização de perícia grafodocumentoscópica (quando se examina a grafia de um documento para avaliar autenticidade ou falsidade) na carta suicida, reprodução simulada dos fatos, depoimento de pessoas que estavam no consultório na data e horário do fato e que compareceram ao local depois e complementação de perícia já realizada, entre outras diligências.
"Recepcionamos com uma alegria, mas ao mesmo tempo queremos uma ampliação do que pediu o MP. Nós entendemos que não basta só esses elementos, mas todos os fatos têm que ser examinados", sustentou Taborda.
O pedido será analisado pelo Poder Judiciário. Caso seja deferido, os autos do inquérito policial serão encaminhados à Delegacia de Polícia de Três Passos para o prosseguimento das investigações e cumprimento das requisições do MP.
Relembre o caso
- Bernardo Boldrini foi visto vivo pela última vez no dia 4 de abril de 2014 por um policial rodoviário. No início da tarde daquele sábado, Graciele foi multada por excesso de velocidade. A infração foi registrada na ERS-472, em um trecho entre os municípios de Tenente Portela e Palmitinho. A mulher trafegava a 117 km/h e seguia em direção a Frederico Westphalen. O Comando Rodoviário da Brigada Militar (CRBM) disse que ela estava acompanhada do menino.- Um vídeo divulgado em maio do ano passado mostra os últimos momentos de Bernardo. Ele aparece deixando a caminhonete da madrasta e saindo com ela e com a assistente social Edelvânia Wirganovicz. Horas depois, as duas retornam sem Bernardo para o mesmo local.
- O corpo de Bernardo foi encontrado no dia 14 de abril de 2014, enterrado em um matagal na área rural de Frederico Westphalen, no Norte do estado, a 80 km de onde ele morava com a família.
- Segundo as investigações da Polícia Civil, Bernardo foi morto com uma superdosagem do sedativo midazolan. Graciele e Edelvânia teriam dado o remédio que causou a morte do garoto e depois teriam recebido a ajuda de Evandro para enterrar o corpo. A denúncia do Ministério Público apontou que Leandro Boldrini atuou no crime de homicídio e ocultação de cadáver como mentor, juntamente com Graciele. Conforme a polícia, ele também auxiliou na compra do remédio em comprimidos, fornecendo a receita. A defesa do pai nega.
- O irmão de Edelvânia, Evandro Wirganovicz é acusado de homicídio simples e ocultação de cadáver. Ele seria o responsável por cavar a cova onde o menino foi enterrado.
- Em vídeo divulgado pela defesa de Edelvânia, ela muda sua versão sobre o crime. Nas imagens, ela aparece ao lado do advogado e diz que a criança morreu por causa do excesso de medicamentos dados pela madrasta. Na época em que ocorreram as prisões, Edelvânia havia dito à polícia que a morte se deu por uma injeção letal e que, em seguida, ela e a amiga Graciele jogaram soda cáustica sobre o corpo. A mulher ainda diz que o irmão, Evandro Wirganovicz, é inocente.
Fonte: G1