'Júri vai ter mais bom senso', diz advogado de autor de cotovelada

http://goo.gl/auZ5kj | O advogado de Anderson Lúcio de Oliveira, preso desde agosto de 2014 por agredir a auxiliar de produção Fernanda Regina Cézar com uma cotovelada na saída de uma boate, em São Roque, informou nesta sexta-feira (29) que não vai recorrer da decisão da Justiça de levar o caso a júri popular. "Acredito que o júri vai ter muito mais bom senso para desclassificar a acusação ou absolver o Anderson", disse Luiz Pires de Moraes Neto ao G1.



Com a expressão "desclassificar a acusação", o advogado explica que espera que os jurados entendam o caso como lesão corporal culposa, diferentemente do que entendeu a acusação, que classifica a agressão como tentativa de homicídio. "Recebi a notícia com muito espanto. O laudo mostra que houve lesão grave, e isso não se discute. O que não houve foi a tentativa de homicídio. O perito foi claro em afirmar que não há lesão permanente nem incapacitação", explica Moraes Neto.

Ainda segundo a defesa, recorrer não ajudaria o réu, porque, até que o recurso fosse julgado, Anderson já teria cumprido quase toda a pena. A decisão de que ele vai a júri popular foi divulgada na última quarta-feira (27) pelo advogado de Fernanda, Ademar Gomes, por meio de nota da Associação dos Advogados Criminalistas do Estado de São Paulo (Acrimesp).

Em entrevista ao G1, Gomes considerou a decisão uma “vitória da acusação”. “As pessoas achavam que não iria a júri por considerarem apenas uma agressão. Ele contribuiu para o evento e houve o dolo, ele quis matá-la”, afirmou o advogado de acusação. Ainda segundo ele, se for considerado culpado por tentativa de homicídio, Anderson pode pegar até dez anos de prisão.

O juiz Flávio Roberto de Carvalho não se pronunciou sobre o assunto, já que o caso segue sob segredo de Justiça.

Audiência

A primeira audiência sobre o caso foi realizada no dia 11 de novembro de 2014, em São Roque (SP). A auxiliar de produção sofreu traumatismo craniano após ser atingida pelo comerciante na frente de um clube na madrugada de 16 de agosto do mesmo ano.

Durante a audiência, Fernanda e Anderson não se encontraram. Depois de ser ouvida, a jovem comentou que não pretende ver o comerciante. "Não vi e nem quero ver. Quero ficar em paz", comentou logo após deixar o Fórum da cidade.

Ainda durante a audiência, o juiz Flávio Roberto de Carvalho ouviu cinco testemunhas, a vítima e o agressor, e analisou as provas entregues pela polícia. O juiz aguardava então o laudo sobre o estado de saúde da vítima antes de dar a sentença.

Discussão e cotovelada

As imagens da agressão, que ocorreu na madrugada do dia 16 de agosto de 2014, foram registradas por câmeras de segurança de uma loja de motocicletas na Avenida Antonio Dias Bastos, no centro de São Roque.

Segundo o irmão da vítima, Eduardo Cézar, Fernanda e Anderson são conhecidos e se encontraram ocasionalmente após uma festa realizada por uma casa noturna.

O vídeo, que foi solicitado pela própria família da vítima ao dono do comércio, mostra Fernanda discutindo primeiro com uma pessoa vestindo uma blusa branca. Depois, ela fala com Anderson, que está de terno e com uma lata de cerveja na mão.

Na sequência, o rapaz desfere uma cotovelada contra ela. Pessoas que estavam no local chamam o resgate, que chega pouco tempo depois. Anderson permanece no local, impassível.

Após a agressão, Fernanda ficou internada e só teve alta no dia 2 de setembro - mais de duas semanas depois. Em seguida, ela passou um mês internada em uma clínica psiquiátrica de São Roque, onde fez tratamento neurológico.

“Ela fala com dificuldade e tem tontura, problemas de memória e dor de cabeça frequentes. Os médicos foram bem taxativos: eles não sabem se ela vai se curar dessas sequelas”, disse o irmão Eduardo Cézar, em entrevista ao G1 em novembro de 2014.

Fonte: G1
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