http://goo.gl/RxgN2m | O tempo fechou nesta sexta-feira em praticamente todo o território brasileiro. A causa apontada foi uma onda de racismo, sexismo e preconceitos de toda a sorte que começou na noite de quinta-feira e atingiu em cheio a apresentadora da Rede Globo, jornalista Maria Júlia Coutinho justamente em 3 de julho, o Dia Nacional de Combate à Discriminação Racial.
Pelas redes sociais, na página da internet do Jornal Nacional, cerca de 50 mensagens racistas ofenderam a apresentadora. A tempestade de crimes, no entanto, durou pouco. Rapidamente, uma massa de internautas saiu em defesa de Maju, apelido da jornalista que conquistou os telespectadores com carisma e simpatia.
A reboque da reação popular, o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
O presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB, Marcelo Dias, lamentou o ocorrido e lembrou que o episódio não foi “apenas um fato isolado”, mas trata-se de um caso recorrente no país ainda marcado pelos séculos de escravidão.
“Estamos numa escalada de ódio racial avassaladora. Na próxima segunda, teremos uma reunião na OAB para decidir a melhor estratégia a usar. Infelizmente as polícias estão muito morosas nestes casos. É preciso dar um basta”, disse Marcelo Dias. O ativista Ivanir dos Santos também protestou e pediu às autoridades que aproveitem a repercussão do caso para tomar medidas exemplares na punição aos criminosos.
“O governo sabe o que tem de fazer. A Polícia Federal sabe o que tem de fazer. Chega de acharmos que é tudo brincadeira, tudo piadinha, tudo ironia. Estas pessoas precisam responder por estes crimes. Racismo é crime”, disse Ivanir.
À noite, no Jornal Nacional, a apresentadora comentou o lamentável episódio com a simpatia habitual e também pediu providências às autoridades, para que este tipo de comportamento seja extinto no país.
“Infelizmente, eu já lido com isso (racismo) desde que me entendo por gente. Sei dos meus direitos e acho que estas medidas têm de ser tomadas para evitar novos ataques não apenas a mim, mas também a outras pessoas. No entanto, queria dizer a estas pessoas que os comentários racistas ladram, mas a caravana passa”, disse Maju, prevendo um tempo melhor para ela própria a partir de agora.
A ministra Eleonora Menicucci, da secretaria de Política para as Mulheres, encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça, com o objetivo de investigar e responsabilizar quem produz, divulga e comercializa os adesivos.
“É intolerável o material. Ele fere a Constituição ao desrespeitar a dignidade de uma cidadã brasileira e da instituição que ela representa, para a qual foi eleita e reeleita democraticamente”, destacou a ministra Eleonora.
Entre as mulheres, a morte por homicídio entre as negras é 41,3% maior à observada entre as brancas.
A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca. Entre os homens o indicador não passou de 66 anos Já entre os brancos, chega a 72 anos. No estudo com as mulheres, a esperança de vida entre negras foi de 70 anos, abaixo dos 74 anos das brancas. A pesquisa também mostrou que o nível de escolaridade dos brancos ainda é muito maior do que entre os negros.
A apresentadora contou que também sofreu racismo durante os dez anos em que apresentou o Fantástico, também da Globo. “Recebia os comentários por cartas e emails. Não era público e atingia a minha alma e meu coração. Hoje atinge o Brasil. A diferença é essa. Eu tinha que aguentar o tranco sozinha. Isso que ela está vivendo é a normalidade do brasileiro”, disse.
Por Caio Barbosa
Fonte: odia.ig.com.br
Pelas redes sociais, na página da internet do Jornal Nacional, cerca de 50 mensagens racistas ofenderam a apresentadora. A tempestade de crimes, no entanto, durou pouco. Rapidamente, uma massa de internautas saiu em defesa de Maju, apelido da jornalista que conquistou os telespectadores com carisma e simpatia.
A reboque da reação popular, o Ministério Público do Rio de Janeiro, por meio da Coordenadoria de Direitos Humanos, solicitou à Promotoria de Investigação Penal que acompanhe o caso, com rigor, junto à Delegacia de Repressão a Crimes de Informática (DRCI).
O presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB, Marcelo Dias, lamentou o ocorrido e lembrou que o episódio não foi “apenas um fato isolado”, mas trata-se de um caso recorrente no país ainda marcado pelos séculos de escravidão.
“Estamos numa escalada de ódio racial avassaladora. Na próxima segunda, teremos uma reunião na OAB para decidir a melhor estratégia a usar. Infelizmente as polícias estão muito morosas nestes casos. É preciso dar um basta”, disse Marcelo Dias. O ativista Ivanir dos Santos também protestou e pediu às autoridades que aproveitem a repercussão do caso para tomar medidas exemplares na punição aos criminosos.
“O governo sabe o que tem de fazer. A Polícia Federal sabe o que tem de fazer. Chega de acharmos que é tudo brincadeira, tudo piadinha, tudo ironia. Estas pessoas precisam responder por estes crimes. Racismo é crime”, disse Ivanir.
À noite, no Jornal Nacional, a apresentadora comentou o lamentável episódio com a simpatia habitual e também pediu providências às autoridades, para que este tipo de comportamento seja extinto no país.
“Infelizmente, eu já lido com isso (racismo) desde que me entendo por gente. Sei dos meus direitos e acho que estas medidas têm de ser tomadas para evitar novos ataques não apenas a mim, mas também a outras pessoas. No entanto, queria dizer a estas pessoas que os comentários racistas ladram, mas a caravana passa”, disse Maju, prevendo um tempo melhor para ela própria a partir de agora.
Adesivos que humilham presidenta serão investigados
A onda de preconceito racial, intolerância e sexismo atingiu a presidenta Dilma Rousseff. Um adesivo ofensivo com uma montagem da presidenta de pernas abertase colocado nos tanques de gasolinas dos carros causou polêmicas nas redes sociais e revolta no governo federal, aliados e opositores.A ministra Eleonora Menicucci, da secretaria de Política para as Mulheres, encaminhou uma denúncia ao Ministério Público Federal e ao Ministério da Justiça, com o objetivo de investigar e responsabilizar quem produz, divulga e comercializa os adesivos.
“É intolerável o material. Ele fere a Constituição ao desrespeitar a dignidade de uma cidadã brasileira e da instituição que ela representa, para a qual foi eleita e reeleita democraticamente”, destacou a ministra Eleonora.
UFRJ mostra desigualdade racial no país
A UFRJ divulgou recentemente um Relatório das Desigualdades Raciais no Brasil, que aponta o e agravamento das diferenças entre negros e brancos. O estudo mostrou, por exemplo, que a probabilidade de um homem negro ser assassinado é mais do que o dobro se comparado a de um branco.Entre as mulheres, a morte por homicídio entre as negras é 41,3% maior à observada entre as brancas.
A esperança de vida da população negra segue inferior à da população branca. Entre os homens o indicador não passou de 66 anos Já entre os brancos, chega a 72 anos. No estudo com as mulheres, a esperança de vida entre negras foi de 70 anos, abaixo dos 74 anos das brancas. A pesquisa também mostrou que o nível de escolaridade dos brancos ainda é muito maior do que entre os negros.
Glória Maria defende Maju
A jornalista Glória Maria, também da Rede Globo, e que apresentou os principais programas da emissora nas últimas décadas, saiu em defesa de Maria Júlia Coutinho. “O que eu digo para a Maju é que ela vá em frente e não desista nunca, porque é isso que os racistas querem, que a gente fraqueje e desista. Mas que ela fique mais forte com essa experiência e siga adiante”, disse Glória Maria à coluna de Bruno Astuto, da Revista Época.A apresentadora contou que também sofreu racismo durante os dez anos em que apresentou o Fantástico, também da Globo. “Recebia os comentários por cartas e emails. Não era público e atingia a minha alma e meu coração. Hoje atinge o Brasil. A diferença é essa. Eu tinha que aguentar o tranco sozinha. Isso que ela está vivendo é a normalidade do brasileiro”, disse.
Por Caio Barbosa
Fonte: odia.ig.com.br