http://goo.gl/GYRTco | As reviravoltas continuam acontecendo na vida da estudante de pedagogia Kleziane de Lima Costa, de 18 anos. Após ficar desempregada e se tornar catadora de lixo para continuar pagando a faculdade, a universitária tornou a mudar de ramo profissional e agora atua como diarista em casas de Vilhena (RO), município do Cone Sul do estado.
Segundo a jovem, a vida de catadora precisou ficar para trás, pois com o lucro das vendas de resíduos recicláveis não estava conseguindo pagar a faculdade. Mesmo com parcelas atrasadas, a universitária não desistiu do sonho de se tornar professora. Com experiência em trabalhos domésticos, a jovem postou em uma rede social que trabalhava como diarista e as oportunidades foram aparecendo gradativamente.
"Depois que comecei a trabalhar como diarista eu ganho bem mais do que eu ganhava lá", ressalta Kleziane, que afirma ainda, que se for necessário, ela retorna à reciclagem para não interromper os estudos.
Enquanto esteve desempregada, a jovem até pensou em abandonar o curso e retornar quando tivesse condições. "Foi há pouco tempo, quando as parcelas estavam atrasadas, com outras contas para pagar, pensei em desistir. Daí chorei muito de raiva, porque não queria desistir e falei pra mim mesma ‘não vou desistir’, porque coloquei na cabeça que com 21 anos eu queria terminar a minha faculdade e se eu parasse agora não iria terminar com 21", relembra.
Para quitar a dívida que se acumulava na faculdade, a jovem recorreu ao pai, que emprestou uma quantia em dinheiro, à qual ela juntou o valor de duas diárias que havia feito e conseguiu quitar a entrada do débito. O restante foi parcelado e incluso nas mensalidades que continua a pagar. Como diarista, trabalhando durante as manhãs e algumas vezes à tarde, Kleziane está conseguindo pagar a faculdade.
A nova rotina de trabalho de Kleziane propiciou mais tempo livre para se dedicar aos estudos. Mesmo morando longe das residências em que trabalha como diarista, a jovem, que faz o percurso de bicicleta, garante ter tempo de se dedicar às aulas e atividades virtuais da faculdade. "No lixão não tinha nem tempo de estudar direito para as provas da faculdade, pois chegava à noite em casa, cansada e não tinha nem animação para estudar", diz.
"Eu fui crescendo, estudando mais, foi quando descobri que o nome era pedagogia. Eu falava que eu queria ser professora dos pequenininhos. Aí eu coloquei isso na cabeça e quando terminei meu 3º ano comecei a fazer pedagogia", relembra acrescentando que a vontade é estar apenas em sala de aula.
E a motivação de Kleziane para continuar estudando, mesmo com a incerteza de um emprego que garanta o sustento da família, acabou se propagando. O esposo da jovem começou recentemente o curso de Gestão Ambiental na mesma faculdade onde a diarista estuda.
O jovem casal está conseguindo equilibrar as contas e estudar. Quando questionada sobre a possibilidade de voltar à coleta de materiais recicláveis, ela responde: "Para não parar os meus estudos eu voltaria. Muitos amigos perguntavam se eu não sentia vergonha e eu sempre falei que eu trabalhava mexendo com reciclagem, nunca escondi isso de ninguém, não tinha vergonha não", finaliza.
Fonte: G1
Segundo a jovem, a vida de catadora precisou ficar para trás, pois com o lucro das vendas de resíduos recicláveis não estava conseguindo pagar a faculdade. Mesmo com parcelas atrasadas, a universitária não desistiu do sonho de se tornar professora. Com experiência em trabalhos domésticos, a jovem postou em uma rede social que trabalhava como diarista e as oportunidades foram aparecendo gradativamente.
"Depois que comecei a trabalhar como diarista eu ganho bem mais do que eu ganhava lá", ressalta Kleziane, que afirma ainda, que se for necessário, ela retorna à reciclagem para não interromper os estudos.
Enquanto esteve desempregada, a jovem até pensou em abandonar o curso e retornar quando tivesse condições. "Foi há pouco tempo, quando as parcelas estavam atrasadas, com outras contas para pagar, pensei em desistir. Daí chorei muito de raiva, porque não queria desistir e falei pra mim mesma ‘não vou desistir’, porque coloquei na cabeça que com 21 anos eu queria terminar a minha faculdade e se eu parasse agora não iria terminar com 21", relembra.
Para quitar a dívida que se acumulava na faculdade, a jovem recorreu ao pai, que emprestou uma quantia em dinheiro, à qual ela juntou o valor de duas diárias que havia feito e conseguiu quitar a entrada do débito. O restante foi parcelado e incluso nas mensalidades que continua a pagar. Como diarista, trabalhando durante as manhãs e algumas vezes à tarde, Kleziane está conseguindo pagar a faculdade.
Esperança de bolsa
Já no 4º período do curso, a universitária vai fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) na esperança de conseguir uma boa nota e quem sabe uma bolsa de estudos. Quanto à trocar de instituição de nível superior, Kleziane diz preferir terminar pedagogia na faculdade em que iniciou os estudos. "Se não conseguir uma bolsa através do Enem, vou trabalhando e tentando pagar, porque não quero sair de lá enquanto não terminar", destaca.A nova rotina de trabalho de Kleziane propiciou mais tempo livre para se dedicar aos estudos. Mesmo morando longe das residências em que trabalha como diarista, a jovem, que faz o percurso de bicicleta, garante ter tempo de se dedicar às aulas e atividades virtuais da faculdade. "No lixão não tinha nem tempo de estudar direito para as provas da faculdade, pois chegava à noite em casa, cansada e não tinha nem animação para estudar", diz.
Memórias
O sonho de Kleziane de ser professora é antigo e começou quando ela ingressou no ensino primário, aos seis anos. Mesmo não sabendo que o nome do curso que prepara universitários para se tornarem futuros professores se chamava pedagogia, a jovem já sabia o que queria."Eu fui crescendo, estudando mais, foi quando descobri que o nome era pedagogia. Eu falava que eu queria ser professora dos pequenininhos. Aí eu coloquei isso na cabeça e quando terminei meu 3º ano comecei a fazer pedagogia", relembra acrescentando que a vontade é estar apenas em sala de aula.
E a motivação de Kleziane para continuar estudando, mesmo com a incerteza de um emprego que garanta o sustento da família, acabou se propagando. O esposo da jovem começou recentemente o curso de Gestão Ambiental na mesma faculdade onde a diarista estuda.
O jovem casal está conseguindo equilibrar as contas e estudar. Quando questionada sobre a possibilidade de voltar à coleta de materiais recicláveis, ela responde: "Para não parar os meus estudos eu voltaria. Muitos amigos perguntavam se eu não sentia vergonha e eu sempre falei que eu trabalhava mexendo com reciclagem, nunca escondi isso de ninguém, não tinha vergonha não", finaliza.
Fonte: G1