Advogado pede exame de sanidade mental de acusado de decapitar várias pessoas em 2014

http://goo.gl/Zd2aTs | O advogado Edson Pereira Reis, defensor de Jonathan Lopes de Santana, acusado de decapitar cinco pessoas entre os dias 29 de novembro e 3 de dezembro de 2014, disse nesta quarta-feira (21) que seu cliente será submetido a exames de sanidade mental. De acordo com o advogado, o laudo deverá ser anexado ao processo.

A primeira audiência de instrução de Santana, que estava marcada para setembro, foi suspensa por falta de escolta. "Depois disso, a audiência foi remarcada para o dia 5 de outubro. Nesse intervalo eu tive acesso aos autos e notei que estava faltando o laudo de sanidade mental. Conversei com a Justiça e eles acataram o meu pedido. Neste caso, a audiência do dia 5 foi suspensa e a próxima será remarcada após a chegada desse laudo", detalha o advogado.

De acordo com Reis, o exame é essencial para o prosseguimento do processo. "O médico forense irá dizer se na hora dos crimes ele [suspeito] tinha algum distúrbio. Somente o laudo mostrará isso", detalha. Com isso, o advogado acredita que a próxima audiência deverá ocorrer somente no próximo ano. "Com certeza será entre janeiro e fevereiro", conclui.

O suspeito foi preso em Mogi, mas a Secretaria de Administração Penitenciária optou pela transferência para um presídio em Tremembé por causa do seu perfil.

O caso

Jonathan Santana foi preso no dia 3 de dezembro, após a denúncia de uma testemunha que o teria flagrado cometendo um dos crimes em Mogi. A pessoa anotou a placa do carro usado na fuga, o que levou os policiais até a casa do segurança, onde encontraram marcas de sangue no veículo e em roupas. Na manhã desse mesmo dia, três corpos decapitados haviam sido encontrados em Mogi. Na delegacia, segundo a polícia, o jovem confessou seis crimes.

Segundo uma lista de vítimas apresentada pela polícia, a primeira delas foi Flávia Aparecida de Paula Honório, de 38 anos, decapitada em um local conhecido como Favela do Gica, no distrito de Brás Cubas, em 29 de novembro.

No dia 1º de dezembro, o suspeito teria atacado dois moradores de rua na Avenida Francisco Rodrigues Filho, no bairro do Mogilar. Um deles, ainda não identificado, morreu esfaqueado e queimado. O outro foi levado em estado grave para o Hospital Luzia de Pinho Melo e teve alta semanas depois.

Na noite do dia 2 de dezembro, a vítima foi Kelly Caldeira da Silva, decapitada em Poá. Em 3 de dezembro, foram três vítimas: Carlos César de Araújo, morador de rua, e Maria Aparecida do Nascimento, atacados em diferentes pontos da Avenida Francisco Rodrigues Filho, e Maria do Rosário Coentro, decapitada na Avenida Antonio de Almeida, no Rodeio.

Segundo a polícia, o homem golpeava primeiro as vítimas com uma machadinha e depois as decapitava.

Na noite do mesmo dia, segundo o delegado seccional Marcos Batalha, um morador de rua ferido procurou a polícia dizendo ter sido atacado por Jonathan no dia 30 de novembro em frente ao Hospital Luzia de Pinho Melo. Ele contou ter sido agredido com uma machadinha e que reconheceu Jonathan como seu agressor ao vê-lo em reportagens. Além disso, o segurança é suspeito de ter tentando matar uma criança de 3 anos.

Vídeos

Imagens de duas câmeras de monitoramento mostram o ataque ao morador de rua morto no dia 3 de dezembro. O crime aconteceu em uma das ruas mais movimentadas de Mogi das Cruzes por volta das 6h30. Motoristas e pedestres não reagem diante do crime.

Batalha disse que, logo ao ser preso, Jonathan apresentava marcas no corpo relacionadas aos crimes. No braço, tinha o desenho de uma machadinha e, na perna, o número 36. Segundo o delegado, o jovem disse que tinha o compromisso de matar 36 pessoas. "Ele disse que tirou as ideias de vídeos de decapitações do Talibã."

Ainda segundo Batalha, Jonathan estava consciente quando cometeu os crimes e seus alvos eram usuários de crack e moradores de rua. "Ele disse que se não tivesse sido preso continuaria matando. Ele achou que todas as vítimas eram moradores de rua e disse que eles não pagam impostos, vivem às custas dos outros e que não acha isso certo."



Fonte: G1
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