Ana é apontada pelos professores como a melhor aluna da escola, em notas e comportamento. A primeira tentativa no Enem foi em 2013, com 15 anos de idade apenas para adquirir experiência.
Em 2014 ela obteve uma boa nota, se inscreveu no curso de Direito e conseguiu ser aprovada na Universidade Federal de Rondônia (Unir) e numa faculdade particular, mas não pode ir por ser menor de idade e não havia concluído o ensino médio. Já neste ano a expectativa é que a nota alcançada seja suficiente para a vaga desejada na Unir, no campus de Porto Velho.
A professora de sociologia Inâe Level, aposta no sucesso de sua aluna. "Ana é uma garota fantástica, muito inteligente e apaixonante. É uma das alunas mais dedicadas com quem já tive o prazer de trabalhar nessa minha breve carreira de transmitir conhecimentos. Sem dúvida vai passar, tenho certeza. Pelo potencial que tem logo vai ser o que deseja", elogiou.
A rotina da estudante é puxada, mas ela consegue se dividir entre trabalho, estudos e a paixão pelo basquete. De manhã é estagiária no Tribunal de Justiça de Rondônia e trabalha das 7h até às 13h. A tarde estuda das 13h30 até 18h e a partir das 19h30 às 22h treina no time juvenil de basquete.
Seleção
Além de ser a única atleta do município na seleção rondoniense sub-17 da modalidade, nos últimos dois anos chegou a defender Rondônia no Campeonato Brasileiro de Basquete de Base (CBB), em Goiânia (GO) e Poços de Caldas (MG).Quando chega em casa está exausta, mas ainda tem foco para estudar cerca de três horas, entre diversas disciplinas e redação, que é a principal preocupação dos candidatos. "É difícil, mas vale à pena. Eu não deixaria de fazer nenhuma dessas atividades. Isso me possibilitou crescer na vida pessoal. Corro atrás e não deixo ninguém passar por cima de mim. Estou sempre indo em busca do objetivo, porque a hora da glória irá chegar, com certeza", declarou a estudante.
A mãe de Ana Paula, dona Sandra Regina da Silva Marques, de 49 anos, é professora há 28 anos e atualmente leciona na escola estadual Paul Harris. Ela disse sentir orgulho e espera que a filha consiga uma boa pontuação e passe no curso que almeja.
"Me deixa muito contente. Todas às vezes quando vou à escola os professores sempre a elogiam. Dou todo apoio, mas os resultados virão através do esforço dela. Faremos o necessário e daremos o suporte para deixá-la sempre em condições de tentar realizar os sonhos", contou.
De acordo com o diretor Bosco Moisés, a escola desenvolveu um cronograma especial de quatro horas de estudos aos sábados para os 130 inscritos que irão fazer o exame. Na tarde da última sexta-feira (23), os alunos irão receber um kit contendo um lápis, duas canetas esferográficas pretas, uma garrafa de água, uma caixinha de suco, um pacote de biscoito, uma barra de cereal e um chocolate.
"Não é muito, mas é o apoio que podemos dar para que eles tenham tranquilidade e façam uma boa prova. A pessoa chega aonde quer chegar, só basta traçar um objetivo, querer e lutar. Ana é o maior exemplo disso", observou o diretor.
Fonte: G1