http://goo.gl/o7HyaB | Depois de passar por um hospital e uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em menos de sete dias, a família de Bianka Melazzi, pernambucana que tem 40 anos e pesa 250 quilos, entrou com uma ação judicial pedindo que ela seja transferida para o Hospital das Clínicas (HC), no Recife, referência no tratamento de obesidade. Na quinta-feira (29), a paciente foi internada pela segunda vez na mesma semana no Hospital Getúlio Vargas, para tratar de infecção respiratória e urinária; ela havia recebido alta do mesmo hospital três dias antes.
A família acredita que a liberação foi precoce; agora, os parentes buscam uma vaga para Bianka no HC, para que ela seja acompanhada por especialistas no assunto e consiga uma cirurgia bariátrica. A paciente sofre com 'superobesidade' há 16 anos. A mulher chegou a esperar seis anos por uma cirurgia no Hospital das Clínicas, mas não conseguiu por causa da demora.
Ainda na segunda-feira, depois de receber alta do HGV, Bianka passou mal na ambulância que a levaria para casa e foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Paulista, também no Recife. “Ela recebeu alta após ficar 21 dias internada no hospital, mas não poderia ter tido isso. Eu fiquei em choque quando soube que minha irmã ia ser liberada. Ela mal respirava, como ia receber alta?”, relembra a irmã dela, Bruneide Melazzi.
Ainda segundo Bruneide, o procedimento de transporte foi feito indevidamente dentro da ambulância. “Colocaram minha irmã no chão da ambulância, tudo fechado, um calor insuportável, porque era 15h. Ainda pedi para colocarem oxigênio em Bianka Melazzi porque ela estava desmaiando, mas descobri que o cilindro estava vazio. Até a socorrista disse que era melhor chegarmos em casa e para pedir um Samu para levá-la de volta para o hospital porque a ambulância não estava em condições de fazer isso”, completa.
Na quinta (29), Bianka foi levada de volta à área amarela do HGV, com problemas respiratórios. A família quer que ela seja transferida o HC para ser tratada e acompanhada por especialistas no assunto. “Carlinhos [paciente 'superobeso' sendo tratado no HC] veio da Paraíba e está lá. Porque minha Bianka, que é pernambucana, não pode ser aceita?”, questiona Bruneide.
Durante seis anos, Bianka esteve na fila de espera do tratamento no HC, mas a família diz que ela cansou de esperar. “Ela frequentava o grupo de apoio do hospital, mas não quis mais ir pela demora para fazer a cirurgia. Bianka ficou só com um psiquiatra depois disso”, explica Bruneide. Já se passaram oito anos. “Há um ano Bianka decidiu não sair mais de casa por causa da obesidade e dos olhares que recebia na rua. Ela não queria nem colocar o rosto no portão”, diz.
Porém, a família resolveu insistir no tratamento. “Ela tem um retardo mental, parece uma criança de 12 anos, mas entende tudo que está acontecendo e, por isso, quer lutar pela vida”, diz Bruneide, chorando.
No laudo médico de Bianka, emitido pelo médico Rinaldo Souto Gomes Álvaro da Costa, consta que a paciente precisa de fonte de oxigênio e internamento em enfermaria ou emergência com disponibilidade para recebê-la, devido à obesidade de grau quatro - que diz respeito àquelas pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40.
O G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, que disse que ela não foi levada inicialmente para o HC porque a unidade de saúde não dispõe de clínica médica. Além disso, ela foi internada por problemas respiratórios e urinários e não por obesidade, segundo informou a secretaria.
A reportagem também tentou entrar em contato com o Hospital das Clínicas, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Fonte: G1
A família acredita que a liberação foi precoce; agora, os parentes buscam uma vaga para Bianka no HC, para que ela seja acompanhada por especialistas no assunto e consiga uma cirurgia bariátrica. A paciente sofre com 'superobesidade' há 16 anos. A mulher chegou a esperar seis anos por uma cirurgia no Hospital das Clínicas, mas não conseguiu por causa da demora.
Ainda na segunda-feira, depois de receber alta do HGV, Bianka passou mal na ambulância que a levaria para casa e foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Jardim Paulista, também no Recife. “Ela recebeu alta após ficar 21 dias internada no hospital, mas não poderia ter tido isso. Eu fiquei em choque quando soube que minha irmã ia ser liberada. Ela mal respirava, como ia receber alta?”, relembra a irmã dela, Bruneide Melazzi.
Ainda segundo Bruneide, o procedimento de transporte foi feito indevidamente dentro da ambulância. “Colocaram minha irmã no chão da ambulância, tudo fechado, um calor insuportável, porque era 15h. Ainda pedi para colocarem oxigênio em Bianka Melazzi porque ela estava desmaiando, mas descobri que o cilindro estava vazio. Até a socorrista disse que era melhor chegarmos em casa e para pedir um Samu para levá-la de volta para o hospital porque a ambulância não estava em condições de fazer isso”, completa.
Na quinta (29), Bianka foi levada de volta à área amarela do HGV, com problemas respiratórios. A família quer que ela seja transferida o HC para ser tratada e acompanhada por especialistas no assunto. “Carlinhos [paciente 'superobeso' sendo tratado no HC] veio da Paraíba e está lá. Porque minha Bianka, que é pernambucana, não pode ser aceita?”, questiona Bruneide.
Durante seis anos, Bianka esteve na fila de espera do tratamento no HC, mas a família diz que ela cansou de esperar. “Ela frequentava o grupo de apoio do hospital, mas não quis mais ir pela demora para fazer a cirurgia. Bianka ficou só com um psiquiatra depois disso”, explica Bruneide. Já se passaram oito anos. “Há um ano Bianka decidiu não sair mais de casa por causa da obesidade e dos olhares que recebia na rua. Ela não queria nem colocar o rosto no portão”, diz.
Porém, a família resolveu insistir no tratamento. “Ela tem um retardo mental, parece uma criança de 12 anos, mas entende tudo que está acontecendo e, por isso, quer lutar pela vida”, diz Bruneide, chorando.
No laudo médico de Bianka, emitido pelo médico Rinaldo Souto Gomes Álvaro da Costa, consta que a paciente precisa de fonte de oxigênio e internamento em enfermaria ou emergência com disponibilidade para recebê-la, devido à obesidade de grau quatro - que diz respeito àquelas pessoas com Índice de Massa Corpórea (IMC) acima de 40.
Respostas
O Hospital Getúlio Vargas informou que, durante os 21 dias em que esteve internada, Bianka recebeu assistência de uma equipe multiprofissional. A paciente foi liberada após apresentar melhora clínica e ter alta autorizada pelos médicos. Por meio de nota, a unidade de saúde explicou ainda que um colchão no chão da ambulância foi a forma encontrada para transferir Bianka com segurança e o mínimo de conforto, já que a "paciente pesa cerca de 300 quilos e nenhuma maca da unidade (ou de serviços de resgate) é capaz de suportar esse peso".O G1 entrou em contato com a Secretaria de Saúde de Pernambuco, que disse que ela não foi levada inicialmente para o HC porque a unidade de saúde não dispõe de clínica médica. Além disso, ela foi internada por problemas respiratórios e urinários e não por obesidade, segundo informou a secretaria.
A reportagem também tentou entrar em contato com o Hospital das Clínicas, mas não obteve resposta até a publicação desta matéria.
Fonte: G1