Homossexuais podem conseguir o direito de doar sangue no Brasil: por Francisco José

http://goo.gl/mcbnPG | O ministério público tem um prazo de 30 dias para rever as restrições que impedem os homossexuais de doarem sangue no Brasil. O prazo foi dado pela DFU (Defensoria Pública da União) em atuação com a defensoria pública do estado da Bahia.

No Brasil, um homem que tenha tido relações sexuais com outro homem nos últimos 12 meses é proibido de doar sangue. Essa medida foi adotada em 1977, quando a FDA (Agência Federal de Drogas e Alimentos) descobriu que a AIDS podia ser transmitida por transfusões sanguíneas. Segundo o último boletim epidemiológico HIV/ AIDS, publicado em 2014, a taxa de prevalência de HIV entre homens que fazem sexo com outros homens é de 10,5%. Outros dois grupos com altos índices de HIV, são os usuários de drogas 5,9% e as mulheres profissionais do sexo 4,9%. Entre o restante da população, a proporção é de 0,4%.

Uma das justificativas para os gays contraírem mais a doença é o sexo anal, pois tem mais chance de sangramento, o que aumenta a possibilidade de contaminação.

Especialistas defendem que mesmo com o avanço da medicina, existe o risco de que o exame não detecte o vírus, pois tem um período a partir da contaminação que algumas doenças não são diagnosticadas nos exames, é o que os especialistas chamam de “janela imunológica”. A janela imunológica do HIV é de até 3 meses.

Mas o Brasil não é o único país que adota essa medida, são mais de 50 países no mundo. Um estudo publicado pela universidade da Califórnia aponta que só nos EUA (país que também não aceita doação de sangue de homossexuais) o sangue LGBT poderia salvar 1 milhão e 800 mil vidas.

Para ativistas LGBT, essas são regras discriminatórias, tendo em vista que héteros também podem ter HIV, além disso, homossexuais também tem relações estáveis e muitos fazem uso de preservativo. Sem contar que a sociedade hétero está menos conservadora, muitas mulheres estão “quebrando o tabu” do sexo anal e as relações estáveis estão ficando para trás, dando lugar a “ficadas” de uma noite.

Essas mudanças nos fazem perceber que mesmo com os números apontando o HIV predominante em homens que dormem com homens, isso tudo pode se tornar mais relativo com o tempo, tornando a regra sem sentido.

Por Francisco José
Fonte: Conews
Anterior Próxima