Juiz aceita nova denúncia do Ministério Público contra vigilante apontado como serial killer

http://goo.gl/7Oq3rd | O vigilante Tiago Henrique Gomes da Rocha, de 28 anos, vai responder a mais um processo na Justiça de Goiás. Ele foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MP-GO) por tentativa de homicídio contra Euripa dos Reis Soares, de 43 anos, ocorrido em julho de 2014. A vítima foi baleada no pescoço, ficou mais de 10 dias internada, mas se recuperou. O juiz Jesseir Coelho de Alcântara, em substituição na 1ª Vara Criminal, aceitou a denúncia na sexta-feira (18).

Tiago Henrique, que está preso desde outubro de 2014 e responde por mais de 30 mortes, já foi condenado por três homicídios, sendo que, por cada um, pegou 20 anos de prisão. Além disso, ele já havia sido condenado por assaltos a uma lotérica.

De acordo com o MP-GO, a tentativa de homicídio contra Euripa aconteceu por volta das 23h40 do dia 19 de julho de 2014. Ela e uma amiga tinham acabado de descer de um ônibus do Eixo Anhanguera, nas imediações do Córrego Cascavel e da Feira do Chopp, no Setor Aeroviário,  quando foram abordadas por Tiago Henrique, que estava em uma motocicleta, conforme a denúncia.

Ainda segundo a investigação, o vigilante se aproximou das duas mulheres e anunciou um assalto, porém, o intuito dele era matar. Enquanto Euripa colocou a mão dentro da bolsa para pegar o celular, com o objetivo de entregá-lo, Tiago Henrique apontou uma arma de fogo e atirou. A vítima conseguiu correr por alguns metros, mas acabou caindo. A amiga dela escapou ilesa.

Euripa, que foi atingida pelo tiro no pescoço, foi socorrida por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e levada ao Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo). No local, ela passou por uma cirurgia e permaneceu internada por 13 dias, sendo a maioria na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Apesar das lesões, ela se recuperou e, segundo a assessoria de imprensa do Hugo, recebeu alta médica no dia 3 de agosto de 2014.

Para o MP-GO, “com tal conduta, o indiciado deu início à execução de um crime de homicídio, que não se consumou por circunstâncias alheias à sua vontade, consubstanciadas no pronto atendimento médico recebido pela vítima no local, pela equipe do Samu, e, finalmente, no Hugo”.

A acusação sustenta que o intuito de matar Euripa encontra-se evidenciado pela região em que a vítima foi atingida, “local nobre do corpo humano”. Assim, pede a condenação do vigilante pelo crime de tentativa de homicídio, por motivo torpe, “uma vez, que, como sempre fazia, nos mais de 30 homicídios por ele praticados, agiu munido de sentimento de crueldade, extrema vileza, imoralidade e covardia, porquanto escolhia suas vítimas por mero deleite e de forma aleatória, buscando a prática do crime como satisfação mórbida de seu prazer”.





O advogado Hérick Pereira de Souza, que defende Tiago Henrique, disse que o vigilante não havia sido formalmente citado da denúncia até o fim da manhã desta segunda-feira (21). “Vamos aguardar essa oficialização e, a partir do momento que recebermos cópia da denúncia, iniciaremos os trâmites da defesa”, afirmou ao G1.

Condenações

Tiago Henrique da Rocha já foi julgado e condenado por três homicídios, dos mais 30 pelos quais é acusado. Ele está preso desde outubro de 2014, em Aparecida de Goiânia, na Região Metropolitana da capital.
No último dia 16 de fevereiro, foi realizado o 1º júri popular, pela morte de Ana Karla Lemes da Silva, de 15 anos. A adolescente foi assassinada no dia 15 de dezembro de 2013 com um tiro no peito, em uma rua do  Setor Jardim Planalto, na capital.  Ele foi condenado a 20 anos de prisão.

Após a condenação, a mãe de Ana Karla, a cozinheira Ironildes Lemes, de 59 anos, disse que está aliviada. "Eu achei maravilhoso e espero que ele apodreça na cadeia, pois ele não matou apenas a minha filha, mas também outras moças, mendigos. Ele tem que morrer na cadeia", afirmou.

A segunda condenação de Tiago Henrique ocorreu no dia 2 de março de março pela morte da auxiliar administrativa Juliana Neubia Dias, de 22 anos, assassinada em julho de 2014.

A jovem foi morta quando estava dentro do carro com o namorado e uma amiga. O júri popular acatou a tese apresentada pelo promotor de Justiça Maurício Gonçalves de Camargos, de que o vigilante cometeu homicídio duplamente qualificado, por motivo torpe e com recurso que impossibilitou a defesa da vítima e o condenou a mais 20 anos de prisão.

Já no último dia 17 de março ele foi condenado a 20 anos de prisão pela morte da estudante Ana Rita de Lima, de 17 anos, ocorrida em dezembro de 2013. O júri popular, realizado no 2º Tribunal do Júri, em Goiânia, considerou que ele cometeu homicídio duplamente qualificado, por motivo fútil e sem chance de defesa para a vítima. Tanto a defesa quanto a acusação já recorreram.

Além dos homicídios, a Justiça condenou o suposto serial killer a 12 anos e 4 meses de prisão em regime fechado por ter assaltado duas vezes a mesma agência lotérica do Setor Central, em Goiânia.
O vigilante ainda possui uma condenação a 3 anos de prisão em regime aberto e ao pagamento de multa pelo crime de porte ilegal de arma de fogo. Neste caso, a pena foi revertida por prestação de serviços à comunidade e pagamento de R$ 788.

Fonte: G1
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