goo.gl/SvGg33 | As Conferências Conjuntas de Direitos Humanos serviram de palanque para a presidente Dilma Rousseff voltar, nesta quarta-feira, a atacar o processo de impeachment em curso contra ela no Congresso Nacional. Segundo Dilma, trata-se de um golpe disfarçado, uma vez que ela não cometeu nenhum crime que justifique seu afastamento do cargo. O público presente era largamente favorável à presidente, tendo interrompido seu discurso em diversos momentos com gritos de apoio e aplausos.
— Fizemos uma trajetória muito longa para garantir eleições diretas, voto secreto, para eleger presidente, governador e prefeito. Portanto nós não vamos deixar que encurtem o caminho para o poder através de uma eleição indireta falsificada em impeachment — disse ela.
— É claro que tem várias formas de golpe. Tem o golpe feito com armas na mão. Ou tem golpe feito com tanques. Mas tem um novo tipo de golpe que você faz com as mãos nuas. Como? Rasgando a Constituição — afirmou a presidente em outro momento.
Sem citar o nome, Dilma criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou o pedido de impeachment. Segundo ela, foi uma retaliação. Dilma tocou no assunto após a plateia gritar "fora, Cunha".
— Vocês sabem perfeitamente que esse processo tem um pecado original. Vocês acabaram de falar quem é o pecado original. O pecado original é o presidente da Câmara. Mas vocês podiam me perguntar por que ele é o pecado original. Eu vou explicar a vocês porque. E isso foi amplamente noticiado. Porque o senhor presidente da Câmara queria fazer um jogo escuso com o governo. Qual era o jogo? Votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética, tirem os votos que o governo tem no Conselho de Ética, eram três votos, e aí eu não entro com o processo de impeachment. Um governo que aceita uma negociação dessas é um governo que entra em processo de apodrecimento. Por isso recusamos essa negociação. Daí o que acontece? O senhor presidente da Câmara, que tem acusações e pedidos de processo no Supremo (Tribunal Federal) abriu o processo de impeachment. Esse é o pecado original. E eu não tenho contas no exterior — disse Dilma, numa referência a contas na Suíça atribuídas a Cunha.
Ela foi interrompida por aplausos e, em seguida, concluiu:
— Jamais usei dinheiro público para me beneficiar. Não tenho acusação de corrupção. Então o que fizeram? Aprovaram uma acusação. A acusação arranjada é frágil. Do que me acusam? Me acusam de ter práticas contábeis incorretas.
Durante o evento Dilma assinou vários decretos que beneficiam minorias, como um que instituiu o serviço de proteção de defensores de direitos humanos. Ela também enviou um pedido de urgência constitucional para acelerar a tramitação de um projeto de lei acaba com os autos de resistência, muitas vezes usados pelas forças de segurança para mascarar execuções feitas por policiais. Mas Dilma não assinou o decreto que permite a transexuais o uso do nome social em documento de identidade. Isso levou a plateia a cobrar uma posição.
— Dilma, cadê o nome social? _ questionavam em coro.
Ela respondeu:
— O que está em questão são os direitos de vocês sim. Nós vamos discutir o nome social. Eles (os adversários que querem afastá-la do poder) não vão discutir o nome social com vocês. Então, se acalmem. Eu asseguro a vocês que nós discutimos. Agora, eles não só não discutem como jamais farão uma legislação para garantir os direitos do povo LGBT.
Antes mesmo da chegada de Dilma, o evento já tinha manifestações de apoio a ela. Entre outras coisas, os participantes diziam "não vai ter golpe", numa referência ao processo de impeachment contra DIlma, e entoavam gritos de guerra contra a imprensa e adversários políticos da presidente como Eduardo Cunha e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Em seu discurso, a ex-ministra Ideli Salvatti defendeu a manutenção de Dilma no cargo.
O evento contou com a presença de alguns ministros e parlamentares de esquerda. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi o mais aplaudido pela plateia. Ele também mereceu a solidariedade dos participantes da cerimônia por ter cuspido em Bolsonaro durante a votação do impeachment na Câmara, em 18 de abril deste ano.
— Ô, Bolsonaro, eu vou te dizer, eu também cuspo em você - gritaram em coro os participantes do evento em dois momentos.
Fonte: jornalfloripa
— Fizemos uma trajetória muito longa para garantir eleições diretas, voto secreto, para eleger presidente, governador e prefeito. Portanto nós não vamos deixar que encurtem o caminho para o poder através de uma eleição indireta falsificada em impeachment — disse ela.
— É claro que tem várias formas de golpe. Tem o golpe feito com armas na mão. Ou tem golpe feito com tanques. Mas tem um novo tipo de golpe que você faz com as mãos nuas. Como? Rasgando a Constituição — afirmou a presidente em outro momento.
Sem citar o nome, Dilma criticou o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que aceitou o pedido de impeachment. Segundo ela, foi uma retaliação. Dilma tocou no assunto após a plateia gritar "fora, Cunha".
— Vocês sabem perfeitamente que esse processo tem um pecado original. Vocês acabaram de falar quem é o pecado original. O pecado original é o presidente da Câmara. Mas vocês podiam me perguntar por que ele é o pecado original. Eu vou explicar a vocês porque. E isso foi amplamente noticiado. Porque o senhor presidente da Câmara queria fazer um jogo escuso com o governo. Qual era o jogo? Votem para impedir que eu seja julgado no Conselho de Ética, tirem os votos que o governo tem no Conselho de Ética, eram três votos, e aí eu não entro com o processo de impeachment. Um governo que aceita uma negociação dessas é um governo que entra em processo de apodrecimento. Por isso recusamos essa negociação. Daí o que acontece? O senhor presidente da Câmara, que tem acusações e pedidos de processo no Supremo (Tribunal Federal) abriu o processo de impeachment. Esse é o pecado original. E eu não tenho contas no exterior — disse Dilma, numa referência a contas na Suíça atribuídas a Cunha.
Ela foi interrompida por aplausos e, em seguida, concluiu:
— Jamais usei dinheiro público para me beneficiar. Não tenho acusação de corrupção. Então o que fizeram? Aprovaram uma acusação. A acusação arranjada é frágil. Do que me acusam? Me acusam de ter práticas contábeis incorretas.
Durante o evento Dilma assinou vários decretos que beneficiam minorias, como um que instituiu o serviço de proteção de defensores de direitos humanos. Ela também enviou um pedido de urgência constitucional para acelerar a tramitação de um projeto de lei acaba com os autos de resistência, muitas vezes usados pelas forças de segurança para mascarar execuções feitas por policiais. Mas Dilma não assinou o decreto que permite a transexuais o uso do nome social em documento de identidade. Isso levou a plateia a cobrar uma posição.
— Dilma, cadê o nome social? _ questionavam em coro.
Ela respondeu:
— O que está em questão são os direitos de vocês sim. Nós vamos discutir o nome social. Eles (os adversários que querem afastá-la do poder) não vão discutir o nome social com vocês. Então, se acalmem. Eu asseguro a vocês que nós discutimos. Agora, eles não só não discutem como jamais farão uma legislação para garantir os direitos do povo LGBT.
Antes mesmo da chegada de Dilma, o evento já tinha manifestações de apoio a ela. Entre outras coisas, os participantes diziam "não vai ter golpe", numa referência ao processo de impeachment contra DIlma, e entoavam gritos de guerra contra a imprensa e adversários políticos da presidente como Eduardo Cunha e o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ). Em seu discurso, a ex-ministra Ideli Salvatti defendeu a manutenção de Dilma no cargo.
O evento contou com a presença de alguns ministros e parlamentares de esquerda. O deputado Jean Wyllys (PSOL-RJ) foi o mais aplaudido pela plateia. Ele também mereceu a solidariedade dos participantes da cerimônia por ter cuspido em Bolsonaro durante a votação do impeachment na Câmara, em 18 de abril deste ano.
— Ô, Bolsonaro, eu vou te dizer, eu também cuspo em você - gritaram em coro os participantes do evento em dois momentos.
Fonte: jornalfloripa