http://goo.gl/vLwQLv | O governo e a oposição partiram ontem para um corpo a corpo na tentativa de conquistar o voto dos deputados que ainda estão indecisos no processo de votação do impeachment, que vai a plenário a partir de sexta-feira, na Câmara dos Deputados. Ontem, um dia após o vice ter divulgado um áudio “por engano”, a presidente Dilma Rousseff atacou indiretamente Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, a quem chamou de “chefe e vice-chefe do golpe”.
“Vivemos estranhos tempos de golpe, farsa e traição”, afirmou Dilma, acrescentando que “conspiram abertamente” para desestabilizar uma presidente legitimamente eleita. “Ficou claro que existem, sim, dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada”, disse a presidente, referindo-se ao vice e a Cunha.
O senador Romero Jucá, no entanto, acusou a presidente Dilma de “apelação” e de “perda do equilíbrio e serenidade” ao dizer que havia “dois chefes do golpe. Em defesa do Temer, ele comparou a presidente ao ex-presidente Collor, que afirmava em 1992 que era vítima do golpe.
Na disputa pelo voto dos indecisos, o ex-presidente Lula e o ministro chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, buscam apoio dos partidos médios, como o PSD e o PR, assim como dos pequenos (PTN, PSL, PHS, PROS, PT do B e PEN), para barrar o processo.
Por outro lado, os apoiadores do impeachment, principalmente Temer, têm articulado pessoalmente para conseguir adesões, principalmente de ministros do PMDB que não seguiram a orientação do partido e se mantiveram os cargos.
Muitas bancadas já definiram qual o posicionamento, mas o trabalho junto aos indecisos ainda é visto como fundamental para garantir os votos.
O deputado Júlio Delgado (PSB), que também apoia o impeachment, avalia que há entre 50 e 60 deputados indecisos, que deverão definir o posicionamento nos próximos dias. Para ele, o que fará diferença é uma possível ação da operação “Lava Jato” e também o corpo a corpo com os congressistas.
O deputado Gabriel Guimarães (PT) acredita que o governo Dilma terá votos suficientes para impedir que o impeachment seja encaminhado para o Senado. “O foco do governo tem sido garantir politicamente que o governo vai ter condição de governar. Eu creio que o governo terá os votos necessários para a manutenção do mandato”, enfatiza.
A liberação da bancada significa que o partido na Câmara não se posicionará nem contra nem a favor do afastamento de Dilma. Essa “neutralidade” do líder pode ser considerada um enfraquecimento da estratégia do Planalto de barrar o impeachment.
A chamada começará por parlamentares do Sul e terminará com os das regiões Nordeste e Norte.
A definição ocorreu após duas reuniões entre Cunha e aliados, uma na última segunda-feira, à noite, e outra nesta terça, no começo da tarde.
Ficou definido que serão seguidos os moldes da votação de 1992, no processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. A exceção ficará por conta da ordem de votação.
Os parlamentares da base governista defendem que a votação siga a ordem alfabética, para evitar a adesão de indecisos ao chamado “voto útil”, mas, a votação será iniciada por parlamentares do Sul, seguidos dos representantes do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Norte.
O parlamentar que não estiver presente no plenário na hora que for chamado, seu nome será anunciado novamente no final da votação.
A próxima sexta-feira, será dedicada à discussão da matéria. A sessão será aberta às 8h55. Das nove ao meio dia estarão abertas as inscrições individuais de parlamentares que desejem se manifestar no plenário, com 25 minutos dedicados à fala da acusação e o mesmo tempo para a defesa. Em seguida é dedicado o tempo de uma hora para cada partido se manifestar, seguindo a ordem de maior para menor bancada.
Fraga disse ontem que o Brasil está na UTI, mas não é um paciente terminal. “Não vejo o Brasil como um paciente terminal, mas não tenho uma visão positiva do quadro do Brasil”.
Fraga pontuou que o país vive a maior crise de sua história, apontando para a queda do PIB dos últimos dois anos. “Estamos vivendo o caso de corrupção mais impressionante de nossa história, que não só envolve atos ilícitos, mas acoplados a um projeto de poder”, disse.
Segundo Fraga, o Brasil precisa de uma resposta clara e uma visão de longo prazo. “Vivemos neste momento e, a partir disso tudo, uma descrença na política e nos políticos do Brasil”, citou. “Precisamos de uma visão de longo prazo para encontrar saída para essa situação em que nos encontramos”, acrescentou.
Fraga afirmou que, no momento, não é hora de assumir um cargo no governo em um eventual convite, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff se materialize. Admitiu que é difícil dizer “nunca mais vou fazer isso”, mas que por várias razões não deveria dar tal passo. “Já fui do governo três vezes: um jovem diretor do BC, presidente do BC e fiquei por um ano assessorando o Aécio Neves (PSDB). É difícil dizer nunca mais vou fazer isso. No momento, não acho que eu possa ir, por várias razões. Muito de natureza pessoal. Não é hora para mim”, afirmou ele.
De acordo com Fraga, o que ele pode fazer é passar sugestões. “Posso fazer sugestões ao governo, de longe, e isso eu farei”, concluiu.
Fonte: hojeemdia
“Vivemos estranhos tempos de golpe, farsa e traição”, afirmou Dilma, acrescentando que “conspiram abertamente” para desestabilizar uma presidente legitimamente eleita. “Ficou claro que existem, sim, dois chefes do golpe que agem em conjunto e de forma premeditada”, disse a presidente, referindo-se ao vice e a Cunha.
O senador Romero Jucá, no entanto, acusou a presidente Dilma de “apelação” e de “perda do equilíbrio e serenidade” ao dizer que havia “dois chefes do golpe. Em defesa do Temer, ele comparou a presidente ao ex-presidente Collor, que afirmava em 1992 que era vítima do golpe.
Na disputa pelo voto dos indecisos, o ex-presidente Lula e o ministro chefe da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, buscam apoio dos partidos médios, como o PSD e o PR, assim como dos pequenos (PTN, PSL, PHS, PROS, PT do B e PEN), para barrar o processo.
Desembarque
No entanto, com a proximidade de votação do impedimento no plenário, cresce o desembarque dos aliados. Na noite de ontem, tanto o PP quanto o PRB decidiram votar a favor do impedimento. O deputado federal Odelmo Leão (PP), garantiu à tarde que dos 47 deputados do partido, 35 serão favoráveis à queda de Dilma. Já o PRB possui 22 deputados e um senador.Por outro lado, os apoiadores do impeachment, principalmente Temer, têm articulado pessoalmente para conseguir adesões, principalmente de ministros do PMDB que não seguiram a orientação do partido e se mantiveram os cargos.
Muitas bancadas já definiram qual o posicionamento, mas o trabalho junto aos indecisos ainda é visto como fundamental para garantir os votos.
O deputado Júlio Delgado (PSB), que também apoia o impeachment, avalia que há entre 50 e 60 deputados indecisos, que deverão definir o posicionamento nos próximos dias. Para ele, o que fará diferença é uma possível ação da operação “Lava Jato” e também o corpo a corpo com os congressistas.
O deputado Gabriel Guimarães (PT) acredita que o governo Dilma terá votos suficientes para impedir que o impeachment seja encaminhado para o Senado. “O foco do governo tem sido garantir politicamente que o governo vai ter condição de governar. Eu creio que o governo terá os votos necessários para a manutenção do mandato”, enfatiza.
PMDB livre
Na noite de segunda-feira, após a aprovação do relatório contrário ao governo na Comissão do Impeachment, o líder do PMDB da Câmara, Leonardo Picciani (RJ), acertou com Michel Temer a liberação da bancada na votação de domingo.A liberação da bancada significa que o partido na Câmara não se posicionará nem contra nem a favor do afastamento de Dilma. Essa “neutralidade” do líder pode ser considerada um enfraquecimento da estratégia do Planalto de barrar o impeachment.
Votação do impeachment começará às 14 horas no domingo
BRASÍLIA – Em reunião do colégio de líderes realizada na tarde de ontem, 12, o presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ) definiu que a votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff começará às 14 horas de domingo no plenário da Casa. O encerramento é estimado para acontecer por volta das 21 horas.A chamada começará por parlamentares do Sul e terminará com os das regiões Nordeste e Norte.
A definição ocorreu após duas reuniões entre Cunha e aliados, uma na última segunda-feira, à noite, e outra nesta terça, no começo da tarde.
Ficou definido que serão seguidos os moldes da votação de 1992, no processo de impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello. A exceção ficará por conta da ordem de votação.
Os parlamentares da base governista defendem que a votação siga a ordem alfabética, para evitar a adesão de indecisos ao chamado “voto útil”, mas, a votação será iniciada por parlamentares do Sul, seguidos dos representantes do Centro-Oeste, Sudeste, Nordeste e Norte.
O parlamentar que não estiver presente no plenário na hora que for chamado, seu nome será anunciado novamente no final da votação.
A próxima sexta-feira, será dedicada à discussão da matéria. A sessão será aberta às 8h55. Das nove ao meio dia estarão abertas as inscrições individuais de parlamentares que desejem se manifestar no plenário, com 25 minutos dedicados à fala da acusação e o mesmo tempo para a defesa. Em seguida é dedicado o tempo de uma hora para cada partido se manifestar, seguindo a ordem de maior para menor bancada.
Michel Temer já teria articulado encontro com Armínio Fraga
Às vésperas da votação do impeachment, o vice-presidente Michel Temer já teria articulado um encontro com o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, sócio da Gávea Investimentos. Ele, no entanto, descarta assumir possível cargo em eventual governo do vice-presidente.Fraga disse ontem que o Brasil está na UTI, mas não é um paciente terminal. “Não vejo o Brasil como um paciente terminal, mas não tenho uma visão positiva do quadro do Brasil”.
Fraga pontuou que o país vive a maior crise de sua história, apontando para a queda do PIB dos últimos dois anos. “Estamos vivendo o caso de corrupção mais impressionante de nossa história, que não só envolve atos ilícitos, mas acoplados a um projeto de poder”, disse.
Segundo Fraga, o Brasil precisa de uma resposta clara e uma visão de longo prazo. “Vivemos neste momento e, a partir disso tudo, uma descrença na política e nos políticos do Brasil”, citou. “Precisamos de uma visão de longo prazo para encontrar saída para essa situação em que nos encontramos”, acrescentou.
Fraga afirmou que, no momento, não é hora de assumir um cargo no governo em um eventual convite, caso o impeachment da presidente Dilma Rousseff se materialize. Admitiu que é difícil dizer “nunca mais vou fazer isso”, mas que por várias razões não deveria dar tal passo. “Já fui do governo três vezes: um jovem diretor do BC, presidente do BC e fiquei por um ano assessorando o Aécio Neves (PSDB). É difícil dizer nunca mais vou fazer isso. No momento, não acho que eu possa ir, por várias razões. Muito de natureza pessoal. Não é hora para mim”, afirmou ele.
De acordo com Fraga, o que ele pode fazer é passar sugestões. “Posso fazer sugestões ao governo, de longe, e isso eu farei”, concluiu.
Fonte: hojeemdia