goo.gl/Sk7048 | O médico Eduardo Kenaip denunciou que durante um atendimento, na manhã deste domingo (10), um policial rodoviário federal, que acompanhava a filha, teria sacado uma arma e o ameaçado dentro da sala de trauma, no Hospital de Urgência e Emergência de Rio Branco (Huerb). Ao G1, o policial César Henrique, de 54 anos, confirmou o caso e alegou ter apontado a arma para o médico após ele se recusar a atender a filha, de 18 anos, sem antes preencher uma ficha.
Policial sacou arma para médico durante atendimento de filha em hospital do Acre (Foto: Janine Brasil/G1)
A Polícia Rodoviária Federal do Acre (PRF-AC) informou que vai apurar o caso e se manifestar nesta segunda-feira (11) por meio de nota. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) repudiou a atitude do policial e se solidarizou aos profissionais de saúde. O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), também se solidarizou e pediu mais segurança.
O policial contou que deu entrada no hospital com a filha que estava com sangramento na cabeça, devido a uma queda e após esperar por 1min30s precisou perguntar se seria atendido. Em seguida, um dos médicos pediu que um estagiário atendesse a jovem e perguntou se o policial poderia preencher um formulário.
"Eu disse que iria preencher, mas que queria ficar perto da minha filha. Foi quando o médico olhou para o outro e disse para não atender minha filha e que só atendesse depois que eu trouxesse o formulário. Foi na hora que fiquei com raiva e disse que ele ia atender sim e foi quando aconteceu isso. Não apontei a arma para ninguém, só para ele mesmo. Isso porque ele mandou suspender o atendimento da minha filha até eu preencher o formulário. O que é proibido por lei", conta o policial.
Em entrevista à Rede Amazônica no Acre, o médico relatou que o atendimento estava sendo realizado quando pediu ao policial que fosse preencher um formulário, que faz parte do procedimento para dar agilidade ao atendimento, e este teria se irritado e sacado a arma para ele e sua equipe.
Médico diz que policial rodoviário federal apontou arma para equipe em hospital do Acre (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
"Educadamente pedi que ele preenchesse uma ficha e que aguardasse lá fora para atendermos ela com mais privacidade. E do nada ele veio para minha direção e perguntou: 'E se eu ficar louco, agora? O que tu vai fazer? Não vai atender minha filha?' Eu disse que a filha dele já estava sendo atendida. E nisso ele puxou a arma e apontou para mim, e depois para o resto da equipe", afirmou Kenaip.
O médico disse ainda que em nenhum momento agiu com excesso. "A gente sabe que às vezes acontecem excessos, mas nesse caso, não houve excesso por parte da equipe médica. Era um procedimento normal para dar seguimento ao atendimento. A gente não pode esperar que ele, sendo um policial, que deveria usar da arma para nos proteger, puxe para pessoas que estão ali para ajudar. Não tem cabimento isso", disse.
O policial rodoviário federal disse que vai processar o médico por ter se negado à atender a filha sem que tivesse com um formulário preenchido. "Ele cometeu um crime sério. Dentro de uma emergência não se pode pedir para uma pessoa da família, que está nervosa, para sair e preencher formulário. Tudo que está acontecendo, ele vai responder", declarou.
Kenaip registrou um boletim de ocorrência contra o policial rodoviário federal na Delegacia de Flagrantes (Defla), ainda na manhã deste domingo.
Colaborou Oscar Xavier, da Rede Amazônica Acre.
Por Iryá Rodrigues
Fonte: G1
Policial sacou arma para médico durante atendimento de filha em hospital do Acre (Foto: Janine Brasil/G1)
A Polícia Rodoviária Federal do Acre (PRF-AC) informou que vai apurar o caso e se manifestar nesta segunda-feira (11) por meio de nota. Em nota, a Secretaria de Estado de Saúde (Sesacre) repudiou a atitude do policial e se solidarizou aos profissionais de saúde. O Sindicato dos Médicos do Acre (Sindmed-AC), também se solidarizou e pediu mais segurança.
O policial contou que deu entrada no hospital com a filha que estava com sangramento na cabeça, devido a uma queda e após esperar por 1min30s precisou perguntar se seria atendido. Em seguida, um dos médicos pediu que um estagiário atendesse a jovem e perguntou se o policial poderia preencher um formulário.
"Eu disse que iria preencher, mas que queria ficar perto da minha filha. Foi quando o médico olhou para o outro e disse para não atender minha filha e que só atendesse depois que eu trouxesse o formulário. Foi na hora que fiquei com raiva e disse que ele ia atender sim e foi quando aconteceu isso. Não apontei a arma para ninguém, só para ele mesmo. Isso porque ele mandou suspender o atendimento da minha filha até eu preencher o formulário. O que é proibido por lei", conta o policial.
Em entrevista à Rede Amazônica no Acre, o médico relatou que o atendimento estava sendo realizado quando pediu ao policial que fosse preencher um formulário, que faz parte do procedimento para dar agilidade ao atendimento, e este teria se irritado e sacado a arma para ele e sua equipe.
Médico diz que policial rodoviário federal apontou arma para equipe em hospital do Acre (Foto: Reprodução/Rede Amazônica Acre)
"Educadamente pedi que ele preenchesse uma ficha e que aguardasse lá fora para atendermos ela com mais privacidade. E do nada ele veio para minha direção e perguntou: 'E se eu ficar louco, agora? O que tu vai fazer? Não vai atender minha filha?' Eu disse que a filha dele já estava sendo atendida. E nisso ele puxou a arma e apontou para mim, e depois para o resto da equipe", afirmou Kenaip.
O médico disse ainda que em nenhum momento agiu com excesso. "A gente sabe que às vezes acontecem excessos, mas nesse caso, não houve excesso por parte da equipe médica. Era um procedimento normal para dar seguimento ao atendimento. A gente não pode esperar que ele, sendo um policial, que deveria usar da arma para nos proteger, puxe para pessoas que estão ali para ajudar. Não tem cabimento isso", disse.
O policial rodoviário federal disse que vai processar o médico por ter se negado à atender a filha sem que tivesse com um formulário preenchido. "Ele cometeu um crime sério. Dentro de uma emergência não se pode pedir para uma pessoa da família, que está nervosa, para sair e preencher formulário. Tudo que está acontecendo, ele vai responder", declarou.
Kenaip registrou um boletim de ocorrência contra o policial rodoviário federal na Delegacia de Flagrantes (Defla), ainda na manhã deste domingo.
Nota da Sesacre
A Sesacre repudia a atitude do policial rodoviário federal, que tentou coagir e intimidar a equipe de profissionais do Pronto Socorro de Rio Branco, na manhã deste domingo,10, quando foi solicitado apenas que o mesmo fosse até o atendimento registrar a entrada da criança ao PS. A Sesacre se solidariza aos profissionais da saúde e informa que a direção do PS já está na Delegacia de Flagrantes acompanhando todo o procedimento.Nota do Sindmed-AC
O Sindmed-AC está solidário com nosso colega Kenaip e repudia esse e todos os atos de agressão contra a classe médica. Já falamos com o delegado de Polícia Civil Dr. Flávio e solicitamos mais segurança para os médicos e todos os funcionários que estão exercendo suas funções no PS. Nossa indignação é extrema e daremos conhecimento às autoridades e exigimos punição ao agressor.Colaborou Oscar Xavier, da Rede Amazônica Acre.
Por Iryá Rodrigues
Fonte: G1