goo.gl/qM9Yca | A 2ª turma do STF iniciou nesta terça-feira, 27, julgamento no qual a defesa de um condenado por roubo, que teve a pena-base fixada no mínimo legal, questiona a imposição do regime inicial fechado. Após o voto do relator, ministro Lewandowski, no sentido de negar provimento ao recurso, o ministro Teori Zavascki pediu vista do caso.
O paciente foi condenado à pena total de 5 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão, em regime inicial fechado, por roubo com uso de arma e com concurso de duas ou mais pessoas. O TJ/SP negou provimento a apelação da defesa. Em seguida, o STJ reduziu de ofício a pena para 5 anos e 4 meses de reclusão, mantendo, porém, o regime fechado.
Segundo os autos, o rapaz, juntamente com mais dois corréus, todos com menos de 21 anos à época, abordou com arma de fogo um motorista e exigiu que ele saísse de um veículo, que foi levado junto com um aparelho celular e documentos. A fixação do regime mais gravoso levou em conta esses aspectos, que, segundo a sentença, representaram maior risco à integridade física das vítimas e caracterizaram a ousadia dos acusados, “além de se tratar de fato que é causa de grande intranquilidade social no meio urbano em que se deu, circunstâncias que inegavelmente conferem maior gravidade ao fato praticado”.
Os advogados do condenado alegam ser indevida a aplicação do regime fechado tendo em vista que a pena-base foi fixada no mínimo legal, diante da inexistência de circunstâncias judiciais desfavoráveis.
“No caso, a meu ver, houve justificativa para a fixação do regime fechado”, afirmou, lembrando que alguns dos agentes tinham passagens pela polícia. “O fato de a pena ter sido fixada no mínimo não implica que se estabeleça necessariamente o regime semiaberto.”
Os colegas de turma, no entanto, apontaram que no caso a fixação da pena foi no mínimo legal. Ao que Lewandowski respondeu:
Processo relacionado: RHC 135.298
Fonte: Migalhas
O paciente foi condenado à pena total de 5 anos, 7 meses e 6 dias de reclusão, em regime inicial fechado, por roubo com uso de arma e com concurso de duas ou mais pessoas. O TJ/SP negou provimento a apelação da defesa. Em seguida, o STJ reduziu de ofício a pena para 5 anos e 4 meses de reclusão, mantendo, porém, o regime fechado.
Segundo os autos, o rapaz, juntamente com mais dois corréus, todos com menos de 21 anos à época, abordou com arma de fogo um motorista e exigiu que ele saísse de um veículo, que foi levado junto com um aparelho celular e documentos. A fixação do regime mais gravoso levou em conta esses aspectos, que, segundo a sentença, representaram maior risco à integridade física das vítimas e caracterizaram a ousadia dos acusados, “além de se tratar de fato que é causa de grande intranquilidade social no meio urbano em que se deu, circunstâncias que inegavelmente conferem maior gravidade ao fato praticado”.
Os advogados do condenado alegam ser indevida a aplicação do regime fechado tendo em vista que a pena-base foi fixada no mínimo legal, diante da inexistência de circunstâncias judiciais desfavoráveis.
Rigor
Para o ministro Lewandowski, o artigo 33, parágrafo 2º, do CP é claro ao dispor que constitui faculdade do magistrado, e não obrigação, fixar um regime mais brando para o início do cumprimento da pena privativa de liberdade.“No caso, a meu ver, houve justificativa para a fixação do regime fechado”, afirmou, lembrando que alguns dos agentes tinham passagens pela polícia. “O fato de a pena ter sido fixada no mínimo não implica que se estabeleça necessariamente o regime semiaberto.”
Os colegas de turma, no entanto, apontaram que no caso a fixação da pena foi no mínimo legal. Ao que Lewandowski respondeu:
Sim, mas eu judiquei sete anos no Tribunal de Alçada Criminal. E a nossa grande clientela eram os roubadores. Isso é um verdadeiro flagelo em São Paulo, desde aquela época, há 25 anos. E os juízes têm sido muito rigorosos quando se trata de roubo com uso de arma e concurso de agentes. O fato da pena ter sido fixada no mínimo não significa, a meu ver, que se estabeleça necessariamente o regime semiaberto. Depende das circunstâncias.O ministro Teori lembrou que a turma tem adotado a conclusão de impor o semiaberto quando a pena foi fixada no mínimo, e decidiu pedir vista. Após, o ministro Lewandowski fez questão de alertar:
O Poder Judiciário exerce também, quando profere uma decisão, uma espécie de política criminal. Nós temos visto um aumento muito grande desses delitos nas capitais, em Brasília, em São Paulo, quiçá relacionado ao grande desemprego, e na medida que, de certa maneira, apenamos com maior rigor, estamos sinalizando para a sociedade que a persecução penal será mais rigorosa com relação a determinados delitos que atentam inclusive contra a integridade física das pessoas.Ouça o julgamento deste processo aqui.
Processo relacionado: RHC 135.298
Fonte: Migalhas