Juíza da Vara Criminal reduz fiança de juiz e filho investigados em golpe milionário

goo.gl/O30TRd | A juíza Selma Arruda, da Sétima Vara Criminal de Cuiabá, atendeu ao pedido de redução de fiança para o juiz aposentado Irênio Lima Fernandes, e para o filho dele, o advogado Lázaro Roberto Moreira Lima, pai e irmão do ex-vereador João Emanuel Moreira Lima, preso na Operação Castelo de Areia, da Polícia Civil. Os três são investigados por suspeita de fazerem parte de uma organização criminosa que aplicou um golpe que ultrapassa os R$ 50 milhões. A decisão é da última segunda-feira (3).



Lázaro Roberto Moreira Lima (à esquerda) e o irmão João Emanuel Moreira Lima (à direita) são investigados na Operação Castelo de Areia (Foto: Reprodução/TVCA)

O golpe é investigado pela Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), que apura se o juiz, o advogado e João Emanuel cometeram crimes de estelionato e formação de quadrilha. João Emanuel está preso no Centro de Custódia de Cuiabá (CCC). Lázaro nega que a família esteja envolvida em qualquer esquema.

A defesa dos suspeitos formulou um pedido para que fosse concedida a redução da fiança – arbitrada em R$ 229 mil para cada um, para que os investigados permanecessem em liberdade. Foi argumentado que Irênio e Lázaro não teriam condições financeiras para o pagamento.

Na última semana, o juiz e o filho tiveram uma medida cautelar decretada judicialmente para que recebessem tornozeleiras eletrônicas e tivessem as contas bancárias bloqueadas. A audiência para que os equipamentos fossem colocados, prevista para a segunda-feira, foi suspensa.

O desembargador Orlando Perri, da Primeira Câmara Criminal, também atendeu uma liminar que liberou os dois investigados da obrigação de usar as tornozeleiras.



Casa de juiz aposentado suspeito de golpe é alvo de nova fase da Operação Castelo de Areia, da Polícia Civil em Cuiabá (Foto: Assessoria/Polícia Civil de MT)

Selma Arruda atendeu ao pedido e concedeu que Irênio e Lázaro tivessem a fiança reduzida, fixada em R$ 7,3 mil, cada.

Investigação

O juiz aposentado e o advogado foram denunciados no inquérito da primeira fase da operação. As buscas na casa do advogado Lázaro foram realizadas na primeira fase da operação, quando ele foi conduzido coercitivamente para prestar interrogatório.

O pai de João Emanuel foi identificado como um dos sócios da empresa e teria participado de alguns dos golpes cometidos pelo grupo. O ex-vereador, João Emanuel era sócio da empresa.

Castelo de Areia

A operação Castelo de Areia, deflagrada no dia 26 de agosto, levou a prisão de cinco membros da organização criminosa que lucrou mais de R$ 50 milhões, por meio de crimes de estelionatos operados pela empresa Soy Group, com sedes em Cuiabá e Várzea Grande. Os suspeitos respondem por crimes de estelionatos e organização criminosa.

Em um dos golpes, uma vítima afirma que o vice-presidente da empresa Soy Group, o advogado João Emanuel, teria utilizado um falso chinês para convencê-lo em um suposto investimento com parceria com a China, fazendo com que o investidor emitisse 40 folhas de cheque, que juntas somam o valor de R$ 50 milhões. O ex-vereador fingiu ser intérprete e falar mandarim.

Por Denise Soares
Fonte: G1
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