goo.gl/XGg2I4 | O juiz Francisco de Assis Corrêa, da Vara da Infância e Juventude em Divinópolis, aprovou, na tarde desta quinta-feira (27), uma liminar que obriga o Estado a pagar todo o tratamento de saúde necessário à criança de dois anos e oito meses baleada enquanto dormia, durante uma tentativa de homicídio - inclusive a cirurgia da qual ele precisa e que custa R$ 15 mil na rede particular. A mãe do menino enfrenta dificuldades para comprar os medicamentos, equipamentos e a cirurgia dos quais o filho precisa. Será expedida uma ordem judicial para que o Estado comece o tratamento. Procurado pelo MGTV, o governo mineiro afirmou não ter sido notificado. A promotoria de Infância e Juventude questiona a decisão.
A Gerência Regional de Saúde (SES), órgão que representa o Governo de Minas no Centro-Oeste, disse que o Estado ainda não foi notificado e afirmou que o paciente não está cadastrado no Sus Fácil. Por isso, não pode tentar conseguir um leito para que seja feita a cirurgia. A mãe precisaria procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para fazer o cadastro.
O promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude, Carlos Fortes, disse que independente das regras administrativas que o Estado afirma seguir, a Constituição Federal determina que a garantia da saúde, principalmente a crianças, é prioridade. "Tanto o Município quanto o Estado foram notificados por ordem judicial e devem cumprir isso".
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito do crime, de 26 anos, foi preso no mesmo dia em que efetuou o disparo e continua detido no Presídio Floramar.
Adryelle Camila Gonçalves chora por condição do filho (Foto: TV Integração/Reprodução)
A história começou quando um tio da criança, que fugia de um criminoso, se escondeu debaixo da cama onde ela estava com a mãe. O agressor atirou e atingiu o menino, que chegou a ficar internado durante 15 dias. Ele foi liberado do Hospital São João de Deus (HSJD) antes de ser submetido a uma cirurgia. A mãe conta que o procedimento é simples, mas muito caro pela rede particular. O valor orçado é de R$ 15 mil.
Enquanto a solução não chega, a criança tenta ter uma infância tranquila. Mas o desenvolvimento dela preocupa a família. Um dos tiros atingiu o abdome. A bexiga e o intestino grosso ficaram comprometidos. Agora ela precisa usar uma bolsa de colostomia até fazer a cirurgia de reversão.
"Meu filho está com baixo peso, correndo risco de contaminação por estar trocando essa bolsa. Está tendo muita infecção por causa da alergia à bolsa. Sem falar que ele sente muita dor, muitos gases e não dorme direito", disse a mãe.
Adryelle aguarda um posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde. Sem retorno, ela procurou a Promotoria da Infância e Juventude, que entrou com uma ação. O promotor Carlos Fortes entrou com ação na Justiça em setembro pedindo a operação, os remédios e todo o atendimento necessário ao menino. "Aos quais ele tem direito. O Estado e o Município já foram notificados e o juiz está com o processo nas mãos para despachar. Estamos aguardando junto com a família", disse.
Ainda de acordo com o promotor, somente na Vara da Infância e da Juventude de Divinópolis existem 209 ações relacionadas à saúde aguardando um posicionamento do Munícipio ou do Estado.
"Infelizmente o nosso país não cumpre o que está na Constituição, que é dar prioridade à saúde da criança e do adolescente. Nem a nível federal, estadual, nem municipal. Então é preciso que nós entremos com ações para buscar remédios, cadeiras de rodas, consultas, operações e atendimentos médicos em geral. Isso eu considero um absurdo, porque não existe nadam mais prioritário do que garantirmos a saúde de crianças e adolescentes. É isso que a gente tem buscado e que o nosso Estado não tem dado", finalizou o promotor.
"Para que o Estado busque por um leito nos hospitais credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), para que o garoto realize a cirurgia e até mesmo para responder a ação do MP, o paciente precisa ser cadastrado no SUS Fácil, novamente pela Unidade de Pronto-Atendimento".
Quando o paciente é cadastrado, o Estado pode retomar a busca pelo leito para a realização da cirurgia.
O MGTV fez contato com a Prefeitura de Divinópolis e recebeu uma resposta de que o Departamento Jurídico precisaria fazer um levantamento técnico sobre o caso para responder até as 15h desta quinta-feira (27).
Fonte: G1
A Gerência Regional de Saúde (SES), órgão que representa o Governo de Minas no Centro-Oeste, disse que o Estado ainda não foi notificado e afirmou que o paciente não está cadastrado no Sus Fácil. Por isso, não pode tentar conseguir um leito para que seja feita a cirurgia. A mãe precisaria procurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) para fazer o cadastro.
O promotor de Justiça da Vara da Infância e Juventude, Carlos Fortes, disse que independente das regras administrativas que o Estado afirma seguir, a Constituição Federal determina que a garantia da saúde, principalmente a crianças, é prioridade. "Tanto o Município quanto o Estado foram notificados por ordem judicial e devem cumprir isso".
De acordo com a Polícia Civil, o suspeito do crime, de 26 anos, foi preso no mesmo dia em que efetuou o disparo e continua detido no Presídio Floramar.
Adryelle Camila Gonçalves chora por condição do filho (Foto: TV Integração/Reprodução)
Situação delicada
A criança vinha sofrendo com a demora da Justiça em definir a responsabilidade pelo tratamento. O menino foi baleado enquanto dormia com a mãe em casa, no Bairro Ponte Funda. Quase cinco meses se passaram e Adryelle Camila de Matos Gonçalves enfrenta dificuldade no tratamento. "É muito difícil porque meu filho era inocente. Não tinha nada a ver com o caso e foi o mais prejudicado porque agora todos estão bem e ele está passando por esse momento difícil. Não tem resposta de ninguém para ajudar", disse.A história começou quando um tio da criança, que fugia de um criminoso, se escondeu debaixo da cama onde ela estava com a mãe. O agressor atirou e atingiu o menino, que chegou a ficar internado durante 15 dias. Ele foi liberado do Hospital São João de Deus (HSJD) antes de ser submetido a uma cirurgia. A mãe conta que o procedimento é simples, mas muito caro pela rede particular. O valor orçado é de R$ 15 mil.
Enquanto a solução não chega, a criança tenta ter uma infância tranquila. Mas o desenvolvimento dela preocupa a família. Um dos tiros atingiu o abdome. A bexiga e o intestino grosso ficaram comprometidos. Agora ela precisa usar uma bolsa de colostomia até fazer a cirurgia de reversão.
"Meu filho está com baixo peso, correndo risco de contaminação por estar trocando essa bolsa. Está tendo muita infecção por causa da alergia à bolsa. Sem falar que ele sente muita dor, muitos gases e não dorme direito", disse a mãe.
Adryelle aguarda um posicionamento da Secretaria Municipal de Saúde. Sem retorno, ela procurou a Promotoria da Infância e Juventude, que entrou com uma ação. O promotor Carlos Fortes entrou com ação na Justiça em setembro pedindo a operação, os remédios e todo o atendimento necessário ao menino. "Aos quais ele tem direito. O Estado e o Município já foram notificados e o juiz está com o processo nas mãos para despachar. Estamos aguardando junto com a família", disse.
Ainda de acordo com o promotor, somente na Vara da Infância e da Juventude de Divinópolis existem 209 ações relacionadas à saúde aguardando um posicionamento do Munícipio ou do Estado.
"Infelizmente o nosso país não cumpre o que está na Constituição, que é dar prioridade à saúde da criança e do adolescente. Nem a nível federal, estadual, nem municipal. Então é preciso que nós entremos com ações para buscar remédios, cadeiras de rodas, consultas, operações e atendimentos médicos em geral. Isso eu considero um absurdo, porque não existe nadam mais prioritário do que garantirmos a saúde de crianças e adolescentes. É isso que a gente tem buscado e que o nosso Estado não tem dado", finalizou o promotor.
Respostas
A Superintendência Regional de Saúde informou que ainda não foi notificada pelo Ministério Público sobre a ação movida contra o Estado e o Município. Disse também que a criança não está cadastrada na central de leitos desde o mês de maio. Neste caso, o entendimento é de que o paciente recebeu alta."Para que o Estado busque por um leito nos hospitais credenciados ao Sistema Único de Saúde (SUS), para que o garoto realize a cirurgia e até mesmo para responder a ação do MP, o paciente precisa ser cadastrado no SUS Fácil, novamente pela Unidade de Pronto-Atendimento".
Quando o paciente é cadastrado, o Estado pode retomar a busca pelo leito para a realização da cirurgia.
O MGTV fez contato com a Prefeitura de Divinópolis e recebeu uma resposta de que o Departamento Jurídico precisaria fazer um levantamento técnico sobre o caso para responder até as 15h desta quinta-feira (27).
Fonte: G1