goo.gl/5xIBgi | Desde que foi internado pela segunda vez na Fundação Casa, em dezembro do ano passado, depois de roubar um carro junto com um amigo em Ribeirão Preto (SP), Felipe* decidiu que mudaria o rumo e o sentido de sua vida.
Na época com 17 anos, o adolescente, que já havia sido apreendido por tráfico de drogas, sequer tinha concluído o ensino fundamental. Passou então a se empenhar nos estudos e começou a se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Para Felipe, a prova deste final de semana é mais do que uma oportunidade de chegar ao ensino superior. Antes disso, o exame é o primeiro passo para superar a defasagem escolar, obtendo a certificação do ensino médio.
Isso porque, os inscritos que alcançarem 450 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento avaliadas, além de 500 pontos na redação, recebem o comprovante de conclusão do segundo grau do Ministério da Educação (MEC).
“Quero terminar os meus estudos. O Enem vai me ajudar a entrar na faculdade, porque eu quero sair dessa vida, quero estudar, ser advogado. Eu acho interessante ajudar as pessoas, e acho que sendo advogado posso fazer isso”, afirmou.
Durante os 11 meses de internação, Felipe se dedicou não só às aulas regulares dentro da Fundação Casa, mas também a cursos extracurriculares, oferecidos pela instituição em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
“Eu aprendi a pintar, aprendi artes plásticas, a lidar com clientes, a organizar eventos, aprendi muito com os cursos que fiz. Isso tudo vai ser importante na hora da prova e também para eu conseguir um emprego quando sair daqui”, disse.
Rodrigo* diz que cursos técnicos auxiliam no estudo de matemática para o Enem (Foto: Adriano Oliveira/G1)
Outros 1.436 prestarão o exame para pessoas privadas de liberdade (PPL), cujas provas acontecem só em dezembro. Nesse caso, a prova é aplicada dentro das unidades por pessoas indicadas pelo MEC.
Internado há nove meses na unidade em Ribeirão Preto por envolvimento com o tráfico de drogas, Rodrigo*, de 16 anos, contou que está ansioso pela prova, mesmo sabendo que ainda não pode ingressar no ensino superior, porque cursa o primeiro ano do ensino médio.
Ele prestará o exame neste final de semana e disse que a experiência será importante para os próximos anos, que serão decisivos.
“Aqui dentro a gente acaba prestando mais atenção nas aulas. Isso, por um lado, é bom. Lá fora, era só bagunça, zueira. Minha família me incentiva a continuar estudando, para ter um futuro melhor. Hoje, eu sei que sem estudo a gente não vai a lugar nenhum”, disse.
No sábado, os jovens terão quatro horas e meia para responder questões de ciências humanas. No domingo, terão uma hora a mais para os testes de linguagens, códigos e tecnologias, matemática e a temível redação.
Rodrigo afirmou que está mais preocupado com o segundo dia de prova porque, além do esforço para escrever a redação, terá que resolver questões de matemática, a “vilã” entre as matérias, pelo menos na opinião do adolescente.
“Eu tenho muita dificuldade com as contas. Os cursos técnicos que eu faço na Fundação [Casa] ajudam porque a gente tem que fazer conta das medidas, da grossura dos fios, achar a tensão da energia. Mesmo assim, sempre cai alguma coisa que a gente não sabe”, disse.
*Os nomes da reportagem foram modificados para preservar a identidade dos entrevistados.
Em todo o estado de São Paulo, 88 internos da Fundação Casa prestarão Enem neste final de semana
(Foto: Adriano Oliveira/G1)
Do G1 Ribeirão e Franca
Fonte: G1
Na época com 17 anos, o adolescente, que já havia sido apreendido por tráfico de drogas, sequer tinha concluído o ensino fundamental. Passou então a se empenhar nos estudos e começou a se preparar para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).
Para Felipe, a prova deste final de semana é mais do que uma oportunidade de chegar ao ensino superior. Antes disso, o exame é o primeiro passo para superar a defasagem escolar, obtendo a certificação do ensino médio.
Isso porque, os inscritos que alcançarem 450 pontos em cada uma das quatro áreas de conhecimento avaliadas, além de 500 pontos na redação, recebem o comprovante de conclusão do segundo grau do Ministério da Educação (MEC).
“Quero terminar os meus estudos. O Enem vai me ajudar a entrar na faculdade, porque eu quero sair dessa vida, quero estudar, ser advogado. Eu acho interessante ajudar as pessoas, e acho que sendo advogado posso fazer isso”, afirmou.
Durante os 11 meses de internação, Felipe se dedicou não só às aulas regulares dentro da Fundação Casa, mas também a cursos extracurriculares, oferecidos pela instituição em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).
“Eu aprendi a pintar, aprendi artes plásticas, a lidar com clientes, a organizar eventos, aprendi muito com os cursos que fiz. Isso tudo vai ser importante na hora da prova e também para eu conseguir um emprego quando sair daqui”, disse.
Rodrigo* diz que cursos técnicos auxiliam no estudo de matemática para o Enem (Foto: Adriano Oliveira/G1)
Preocupações
Atualmente, 9.747 adolescentes cumprem medida socioeducativa na Fundação Casa em todo o estado. Desses, 88 jovens que apresentam bom comportamento e cumprem regime semiaberto poderão participar do Enem neste sábado (5) e domingo (6).Outros 1.436 prestarão o exame para pessoas privadas de liberdade (PPL), cujas provas acontecem só em dezembro. Nesse caso, a prova é aplicada dentro das unidades por pessoas indicadas pelo MEC.
Internado há nove meses na unidade em Ribeirão Preto por envolvimento com o tráfico de drogas, Rodrigo*, de 16 anos, contou que está ansioso pela prova, mesmo sabendo que ainda não pode ingressar no ensino superior, porque cursa o primeiro ano do ensino médio.
Ele prestará o exame neste final de semana e disse que a experiência será importante para os próximos anos, que serão decisivos.
“Aqui dentro a gente acaba prestando mais atenção nas aulas. Isso, por um lado, é bom. Lá fora, era só bagunça, zueira. Minha família me incentiva a continuar estudando, para ter um futuro melhor. Hoje, eu sei que sem estudo a gente não vai a lugar nenhum”, disse.
No sábado, os jovens terão quatro horas e meia para responder questões de ciências humanas. No domingo, terão uma hora a mais para os testes de linguagens, códigos e tecnologias, matemática e a temível redação.
Rodrigo afirmou que está mais preocupado com o segundo dia de prova porque, além do esforço para escrever a redação, terá que resolver questões de matemática, a “vilã” entre as matérias, pelo menos na opinião do adolescente.
“Eu tenho muita dificuldade com as contas. Os cursos técnicos que eu faço na Fundação [Casa] ajudam porque a gente tem que fazer conta das medidas, da grossura dos fios, achar a tensão da energia. Mesmo assim, sempre cai alguma coisa que a gente não sabe”, disse.
*Os nomes da reportagem foram modificados para preservar a identidade dos entrevistados.
Em todo o estado de São Paulo, 88 internos da Fundação Casa prestarão Enem neste final de semana
(Foto: Adriano Oliveira/G1)
Do G1 Ribeirão e Franca
Fonte: G1