Acidente de trabalho: Deficiente auditivo luta na Justiça há um ano por aparelho de surdez

goo.gl/0bIEuv | Há sete anos enfrentando problemas auditivos, um morador de São Vicente, no litoral de São Paulo, conseguiu na Justiça o direito de ganhar duas próteses da prefeitura do município onde vive. A decisão ocorreu em novembro de 2015, porém, ainda não foi cumprida.

Laerte Basílio de Oliveira ficou surdo aos 33 anos, em um acidente de trabalho. Um laudo mostra que ele tem perda auditiva total nos dois ouvidos. “Foi um ano difícil para mim. O acidente ocorreu em 2009 e fiquei depressivo. Eu trabalhava em um call center e comecei a perder a audição e, por isso, o meu desempenho caiu”, contou.

O morador chegou a receber um aparelho auditivo usado em julho de 2010. “Só tenho um aparelho e preciso de dois. Além de ser usado, está sem manutenção e é perigoso até pegar alguma infecção”, lamentou.

Atualmente, Oliveira está desempregado e acredita que a perda total de audição o atrapalhe muito na hora de procurar emprego. “Depois que fiquei surdo, ainda trabalhei em alguns lugares, mas era difícil. Fui humilhado muitas vezes. Se eu tivesse a prótese, ia tentar voltar com a minha vida”. O valor de cada prótese é de R$ 5.500,00.

Antes de perder a audição, Laerte surfava e já tinha participado de alguns campeonatos de surfe na Baixada Santista. Hoje ele também tem muitas dificuldades dentro do esporte. “Eu continuo surfando, mas já fui impedido de participar de campeonatos por causa minha deficiência. As pessoas não estão preparadas para a inclusão, não tem estrutura. É muito triste”, conclui.

O G1 entrou em contato com a Prefeitura de São Vicente, que, ainda na gestão Bili, afirmou que "a questão do  aparelho vem se arrastando porque o mesmo não atende aos critérios do SECRESA (órgão da Prefeitura de Santos que funciona como referência regional da Baixada) para pacientes que necessitam de próteses auditivas".

A prefeitura disse ainda que o último exame a que o Laerte se submeteu não permitiu enquadrá-lo nos critérios para protetisação e o mesmo se recusou a comparecer na consulta agendada pelo Centro Médico com o otorrino para repetição do exame. "O município não fornece próteses, faz o diagnóstico e encaminha ao SECRESA que, por sua vez, segue os parâmetros do Ministério da Saúde para fornecer as próteses", conclui a nota.

Por Luna Oliva
Fonte: G1
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