goo.gl/14UnUD | O advogado Alexandre C., de 51 anos, pensava que podia ganhar dos juros. Em 2014, priorizando outras contas, ele resolveu pagar só o valor mínimo cobrado na fatura do cartão de crédito.
Em alguns meses, a conta de R$ 5.000 saltou para R$ 18 mil. “Pagava os R$ 3.000 mínimos e, na cobrança seguinte, o valor que eu havia quitado voltava para o saldo devedor, em forma de juros. Era impossível ganhar do cartão.” Dois anos depois, ele cedeu: renegociou com o banco, e o débito inicial de R$ 5.000 acabou transformado em 12 parcelas, totalizando R$ 25 mil.
“Nunca fui de gastar muito, usava o cartão, basicamente, no supermercado. Tenho um outro, com limite menor, que só vou tirar da carteira quando terminar de pagar a dívida – e nem quero saber de valor mínimo, é só uma forma de o banco punir quem está disposto a pagar.”
A praticidade nas compras, as restrições a outras modalidades de crédito e os limites cada vez mais altos oferecidos pelos bancos para segurar os clientes estão entre as principais tentações apontadas por devedores ouvidos pela reportagem. Alguns foram surpreendidos pela perda do emprego ou um aumento abrupto de gastos e assumiram dívidas em plena crise.
Dos dez cartões de crédito que a aposentada O.C., de 74 anos, possui, oito estão com faturas atrasadas. Ex-bancária, ela já conhecia de perto o drama de quem entra na espiral de altos juros do cartão, mas viu suas despesas explodirem quando o neto ficou doente e ela passou a ser a fonte de renda da família. Hoje, suas dívidas chegam a R$ 50 mil, R$ 30 mil só nos cartões.
“Perdi o sono. Fiz empréstimo no banco, que tem juros menores, para colocar as contas em dia, mas não consegui. Também, nunca guardei o que ganhava. Não esperava para comprar à vista, parcelava. Os dois carros, com prestações de financiamento a pagar, são prova disso.” Agora, ela tenta buscar um emprego, para aumentar a renda e pagar o que deve, mas as vagas sumiram.
A advogada Paola G., de 42 anos, está com as faturas dos dois cartões atrasadas há seis meses, quando deixou o antigo emprego. “Estou brigando para renegociar a dívida, que era de R$ 3.000 em julho e saltou para R$ 8.000. Ninguém quer se endividar, o consumidor sabe bem que a vida real não cabe nos juros.”
Por Douglas Gavras
Fonte: Estadão
Em alguns meses, a conta de R$ 5.000 saltou para R$ 18 mil. “Pagava os R$ 3.000 mínimos e, na cobrança seguinte, o valor que eu havia quitado voltava para o saldo devedor, em forma de juros. Era impossível ganhar do cartão.” Dois anos depois, ele cedeu: renegociou com o banco, e o débito inicial de R$ 5.000 acabou transformado em 12 parcelas, totalizando R$ 25 mil.
“Nunca fui de gastar muito, usava o cartão, basicamente, no supermercado. Tenho um outro, com limite menor, que só vou tirar da carteira quando terminar de pagar a dívida – e nem quero saber de valor mínimo, é só uma forma de o banco punir quem está disposto a pagar.”
A praticidade nas compras, as restrições a outras modalidades de crédito e os limites cada vez mais altos oferecidos pelos bancos para segurar os clientes estão entre as principais tentações apontadas por devedores ouvidos pela reportagem. Alguns foram surpreendidos pela perda do emprego ou um aumento abrupto de gastos e assumiram dívidas em plena crise.
Dos dez cartões de crédito que a aposentada O.C., de 74 anos, possui, oito estão com faturas atrasadas. Ex-bancária, ela já conhecia de perto o drama de quem entra na espiral de altos juros do cartão, mas viu suas despesas explodirem quando o neto ficou doente e ela passou a ser a fonte de renda da família. Hoje, suas dívidas chegam a R$ 50 mil, R$ 30 mil só nos cartões.
“Perdi o sono. Fiz empréstimo no banco, que tem juros menores, para colocar as contas em dia, mas não consegui. Também, nunca guardei o que ganhava. Não esperava para comprar à vista, parcelava. Os dois carros, com prestações de financiamento a pagar, são prova disso.” Agora, ela tenta buscar um emprego, para aumentar a renda e pagar o que deve, mas as vagas sumiram.
A advogada Paola G., de 42 anos, está com as faturas dos dois cartões atrasadas há seis meses, quando deixou o antigo emprego. “Estou brigando para renegociar a dívida, que era de R$ 3.000 em julho e saltou para R$ 8.000. Ninguém quer se endividar, o consumidor sabe bem que a vida real não cabe nos juros.”
Por Douglas Gavras
Fonte: Estadão