goo.gl/vmLtyf | Algumas carreiras públicas têm atraído cada vez mais interessados. Benefícios como altos salários, previdência complementar e regras mais brandas para a aposentadoria levam muitos candidatos a procurarem uma alternativa às vagas tradicionais do Poder Executivo, o maior empregador do serviço público no Brasil.
É o caso do crescente interesse pela investidura em carreiras jurídicas: devido ao crescimento exponencial na quantidade de cursos de direito, muitos bacharéis passaram a procurar a administração pública como opção ao já saturado mercado da advocacia.
Outros setores que se tornaram mais atraentes, principalmente em tempos de reforma da Previdência, foram as Forças Armadas e carreiras militares, como as do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Como elas foram deixadas de fora da reforma, passaram a ter vantagens que outras áreas não oferecem.
Uma pessoa que ingresse na Marinha, por exemplo, como terceiro sargento, aos 20 anos, poderá ir para a reserva — a aposentadoria dos militares — aos 50 anos, após contribuir por 30.
Quando se compara essas regra com as modificações previstas para um trabalhador celetista comum, a diferença fica mais clara. Pela proposta do governo, um homem só poderá se aposentar aos 65 anos, após contribuir por 35, sendo que o valor integral só seria pago após 49 anos de contribuição.
O empresário Gabriel Granjeiro vê nessas mudanças um atrativo para quem ainda não definiu um objetivo e deseja ingressar no serviço público. “A reforma da Previdência, se aprovada, tornará as carreiras de policial militar, bombeiro e membro das Forças Armadas mais atraentes para quem pensa a longo prazo”, estima.
“Tive muita influência em casa. Meu pai e meu avô são militares”, conta.
Domitylla, que atualmente atua como suprimentista de peças de avião, diz que o que a atraiu para a carreira militar foi a estabilidade.
Outras carreiras nos Três Poderes da União, dos estados ou no executivo e no legislativo dos municípios também oferecem a mesma estabilidade que levou a sargento para a Aeronáutica.
“Quando eu trabalhava na iniciativa privada, vi muito pai de família ficar desempregado, e não queria passar por todo aquele sofrimento. Então, por incentivo da família, decidi que as Forças Armadas eram uma boa”, relata.
Colega de trabalho de Domitylla de Carvalho, a também terceiro sargento Flávia Souza, 24 anos, entrou para a Aeronáutica aos 18. Natural de Pernambuco, foi deslocada para a Base Aérea de Brasília e não tem planos de voltar.
“Mesmo que abra uma vaga por lá, não pretendo sair daqui, gostei de Brasília”, diz Flávia. Formada em logística e encerrando a segunda graduação, em administração, Flávia também teve influência da família. O marido é militar, o pai, policial civil. “Eles, com certeza, me ajudaram muito”, afirma.
As carreiras jurídicas também são o desejo de muitos formados em direito que não conseguiram ser absorvidos pela advocacia.
Para Aragonê Fernandes, juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e professor de direito constitucional, o boom na quantidade de faculdades de direito é um dos fatores que levam as pessoas a procurarem a administração pública.
“Não faz muitos anos, o Distrito Federal tinha quatro faculdades de direito. Hoje, são 19. Nem todo mundo que se forma consegue seguir a carreira de advogado, nem passar pelo primeiro passo, que é a prova da OAB, que não é tão difícil como uma prova de concurso para a área. Então, esse enorme contingente vai buscar o serviço público”, analisa Fernandes.
Para ele, os bons salários e a carga horária reduzida, que às vezes é de apenas 20 horas semanais, são os maiores atrativos. “Estou levando em conta também a questão do tempo que vou ter para aproveitar com minha família, além de benefícios pessoais”, comenta.
Maciel se prepara para viajar pelo país em busca de um bom cargo, um estilo de vida mais tranquilo e com um custo menor do que o de Brasília. “Vou me programar para percorrer o Brasil fazendo provas dos editais que saírem a partir de fevereiro”, diz.
A rotina de estudos precisa ser dividida entre as oito horas que cumpre no ministério, as causas que pega como advogado e o tempo que dedica à esposa e às duas filhas.
“Como já faz muito tempo que me preparo, aprendi a otimizar meu tempo. Antes, estudava oito horas seguidas, então procurei novos métodos para ver se gastava menos tempo. Hoje, estudo, em média, três horas por dia, o que é suficiente para me manter atualizado”, conta.
Entre as técnicas utilizadas, estão os mapas mentais e os mnemônicos, uma maneira simplificada de guardar conceitos presentes na Constituição e outras leis.
O primeiro é composto por jovens que são direcionados desde cedo para o ingresso no setor público. Muito são filhos de servidores, que cursaram direito orientados pelos pais.
O segundo grupo é formado por pessoas na faixa dos 35 anos, muitas vezes já ocupando cargos públicos, que desejam trabalhar em outra função, com melhores condições e salários.
Isso os diferencia na concorrência, porque já cumprem requisitos para alguns cargos, como a comprovação de tempo de atividade jurídica.
Fonte: ConcursosCorreioWeb
É o caso do crescente interesse pela investidura em carreiras jurídicas: devido ao crescimento exponencial na quantidade de cursos de direito, muitos bacharéis passaram a procurar a administração pública como opção ao já saturado mercado da advocacia.
Outros setores que se tornaram mais atraentes, principalmente em tempos de reforma da Previdência, foram as Forças Armadas e carreiras militares, como as do Corpo de Bombeiros e da Polícia Militar. Como elas foram deixadas de fora da reforma, passaram a ter vantagens que outras áreas não oferecem.
Uma pessoa que ingresse na Marinha, por exemplo, como terceiro sargento, aos 20 anos, poderá ir para a reserva — a aposentadoria dos militares — aos 50 anos, após contribuir por 30.
Quando se compara essas regra com as modificações previstas para um trabalhador celetista comum, a diferença fica mais clara. Pela proposta do governo, um homem só poderá se aposentar aos 65 anos, após contribuir por 35, sendo que o valor integral só seria pago após 49 anos de contribuição.
O empresário Gabriel Granjeiro vê nessas mudanças um atrativo para quem ainda não definiu um objetivo e deseja ingressar no serviço público. “A reforma da Previdência, se aprovada, tornará as carreiras de policial militar, bombeiro e membro das Forças Armadas mais atraentes para quem pensa a longo prazo”, estima.
Inspiração de família
Natural do Rio de Janeiro e vinda de uma família de tradição militar, a sargento da Aeronáutica Domitylla de Carvalho, 30 anos, trabalha com aviões desde a época em que era civil. Nutricionista por formação, ela era comissária de bordo em uma empresa aérea antes de ser aprovada no concurso da Força.“Tive muita influência em casa. Meu pai e meu avô são militares”, conta.
Domitylla, que atualmente atua como suprimentista de peças de avião, diz que o que a atraiu para a carreira militar foi a estabilidade.
Outras carreiras nos Três Poderes da União, dos estados ou no executivo e no legislativo dos municípios também oferecem a mesma estabilidade que levou a sargento para a Aeronáutica.
“Quando eu trabalhava na iniciativa privada, vi muito pai de família ficar desempregado, e não queria passar por todo aquele sofrimento. Então, por incentivo da família, decidi que as Forças Armadas eram uma boa”, relata.
Colega de trabalho de Domitylla de Carvalho, a também terceiro sargento Flávia Souza, 24 anos, entrou para a Aeronáutica aos 18. Natural de Pernambuco, foi deslocada para a Base Aérea de Brasília e não tem planos de voltar.
“Mesmo que abra uma vaga por lá, não pretendo sair daqui, gostei de Brasília”, diz Flávia. Formada em logística e encerrando a segunda graduação, em administração, Flávia também teve influência da família. O marido é militar, o pai, policial civil. “Eles, com certeza, me ajudaram muito”, afirma.
As carreiras jurídicas também são o desejo de muitos formados em direito que não conseguiram ser absorvidos pela advocacia.
Para Aragonê Fernandes, juiz do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e professor de direito constitucional, o boom na quantidade de faculdades de direito é um dos fatores que levam as pessoas a procurarem a administração pública.
“Não faz muitos anos, o Distrito Federal tinha quatro faculdades de direito. Hoje, são 19. Nem todo mundo que se forma consegue seguir a carreira de advogado, nem passar pelo primeiro passo, que é a prova da OAB, que não é tão difícil como uma prova de concurso para a área. Então, esse enorme contingente vai buscar o serviço público”, analisa Fernandes.
Melhores condições
O advogado e funcionário do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário Marcos Maciel, 30 anos, almeja ingressar na Advocacia-Geral da União ou em procuradorias estaduais e municipais.Para ele, os bons salários e a carga horária reduzida, que às vezes é de apenas 20 horas semanais, são os maiores atrativos. “Estou levando em conta também a questão do tempo que vou ter para aproveitar com minha família, além de benefícios pessoais”, comenta.
Maciel se prepara para viajar pelo país em busca de um bom cargo, um estilo de vida mais tranquilo e com um custo menor do que o de Brasília. “Vou me programar para percorrer o Brasil fazendo provas dos editais que saírem a partir de fevereiro”, diz.
A rotina de estudos precisa ser dividida entre as oito horas que cumpre no ministério, as causas que pega como advogado e o tempo que dedica à esposa e às duas filhas.
“Como já faz muito tempo que me preparo, aprendi a otimizar meu tempo. Antes, estudava oito horas seguidas, então procurei novos métodos para ver se gastava menos tempo. Hoje, estudo, em média, três horas por dia, o que é suficiente para me manter atualizado”, conta.
Entre as técnicas utilizadas, estão os mapas mentais e os mnemônicos, uma maneira simplificada de guardar conceitos presentes na Constituição e outras leis.
Perfil
As carreiras jurídicas envolvem analistas em direito, defensores públicos, promotores e juízes. Os candidatos se dividem em dois grupos, segundo o juiz do TJDFT Aragonê Fernandes.O primeiro é composto por jovens que são direcionados desde cedo para o ingresso no setor público. Muito são filhos de servidores, que cursaram direito orientados pelos pais.
O segundo grupo é formado por pessoas na faixa dos 35 anos, muitas vezes já ocupando cargos públicos, que desejam trabalhar em outra função, com melhores condições e salários.
Isso os diferencia na concorrência, porque já cumprem requisitos para alguns cargos, como a comprovação de tempo de atividade jurídica.
Fonte: ConcursosCorreioWeb