goo.gl/hf8L0L | Um dos dois únicos estudantes nota mil da redação do Enem 2016 no Distrito Federal, Antônio Nóbrega, de 18 anos, ainda está surpreso com o resultado da prova. Aprovado pelo programa seriado da UnB, o PAS, para o curso de direito, ele fez o exame nacional como “segunda opção” e não imaginava que se sairia tão bem.
Aluno de uma escola privada em Taguatinga, Antônio teve treinamento semanal em redação desde o nono ano do ensino fundamental. No terceiro ano do ensino médio, com foco nos vestibulares, os alunos do colégio têm reforço quinzenal e atendimento personalizado com professores de redação.
Além dele, uma estudante de escola pública em Ceilândia também conseguiu a pontuação máxima. Eles fazem parte dos 77 candidatos no Brasil que conseguiram a pontuação mais alta do Enem em 2016. Conforme mostrou o G1, o número é menor que no ano anterior, quando 104 candidatos atingiram os mil pontos.
Afiado no português, o estudante se permitiu subverter a escrita formal para comemorar o feito. “Nota 1000, Gzus”, escreveu no Facebook, mostrando que também entende da linguagem da internet (“Gzus” é a grafia usada para Jesus nas redes sociais).
“Parece até brincadeira. Que não seja, por favor!”, Antônio postou. Em entrevista ao G1, ele confessou que, embora goste de ler, não é o mais assíduo da biblioteca. “Não tenho um escritor preferido. Mas estou sempre lendo notícias, participo de fóruns na internet, assisto a telejornais”, declarou.
Estar sempre bem informado, para ele, foi fundamental para o bom resultado. “Não tem como prever o tema da redação. Mas a gente sabe que sempre são temas ligados às atualidades. Então é preciso saber o que a sociedade está discutindo, saber quais são os argumentos, se inteirar de tudo.”
O tema da redação do Enem 2016 foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. O assunto segue a tradição da prova, que já cobrou o debate sobre violência doméstica contra a mulher, os efeitos da publicidade infantil e os efeitos da implantação para a lei seca.
Segundo Antônio, o treinamento com redações sobre imigração europeia e o debate das eleições americanas no ano passado, em que a discriminação religiosa foi um dos temas centrais, ajudou o estudante a se sair bem. “Na hora, a gente vai lembrando de tudo o que já escreveu e pondo no papel.”
Durante a prova, Antônio diz não se lembrar se chegou a fazer rascunho. “Durante os treinamentos, eu percebi que demorava muito para isso e acabava perdendo tempo. O que fiz foi ir anotando as ideias ao longo da prova em tópicos. Depois, é só ter cuidado redobrado na escrita”, afirmou.
Além da ementa básica de literatura do ensino médio, a professora diz que orientava Antônio e os colegas a ler obras da filosofia e da sociologia. Zygmunt Bauman, Immanuel Kant e Émile Durkheim sempre estavam na lista. “É importante propor interdisciplinaridade”, defendeu.
Por Gustavo Aguiar
Fonte: g1 globo
Aluno de uma escola privada em Taguatinga, Antônio teve treinamento semanal em redação desde o nono ano do ensino fundamental. No terceiro ano do ensino médio, com foco nos vestibulares, os alunos do colégio têm reforço quinzenal e atendimento personalizado com professores de redação.
Além dele, uma estudante de escola pública em Ceilândia também conseguiu a pontuação máxima. Eles fazem parte dos 77 candidatos no Brasil que conseguiram a pontuação mais alta do Enem em 2016. Conforme mostrou o G1, o número é menor que no ano anterior, quando 104 candidatos atingiram os mil pontos.
Afiado no português, o estudante se permitiu subverter a escrita formal para comemorar o feito. “Nota 1000, Gzus”, escreveu no Facebook, mostrando que também entende da linguagem da internet (“Gzus” é a grafia usada para Jesus nas redes sociais).
“Parece até brincadeira. Que não seja, por favor!”, Antônio postou. Em entrevista ao G1, ele confessou que, embora goste de ler, não é o mais assíduo da biblioteca. “Não tenho um escritor preferido. Mas estou sempre lendo notícias, participo de fóruns na internet, assisto a telejornais”, declarou.
Estar sempre bem informado, para ele, foi fundamental para o bom resultado. “Não tem como prever o tema da redação. Mas a gente sabe que sempre são temas ligados às atualidades. Então é preciso saber o que a sociedade está discutindo, saber quais são os argumentos, se inteirar de tudo.”
O tema da redação do Enem 2016 foi “Caminhos para combater a intolerância religiosa no Brasil”. O assunto segue a tradição da prova, que já cobrou o debate sobre violência doméstica contra a mulher, os efeitos da publicidade infantil e os efeitos da implantação para a lei seca.
Segundo Antônio, o treinamento com redações sobre imigração europeia e o debate das eleições americanas no ano passado, em que a discriminação religiosa foi um dos temas centrais, ajudou o estudante a se sair bem. “Na hora, a gente vai lembrando de tudo o que já escreveu e pondo no papel.”
Durante a prova, Antônio diz não se lembrar se chegou a fazer rascunho. “Durante os treinamentos, eu percebi que demorava muito para isso e acabava perdendo tempo. O que fiz foi ir anotando as ideias ao longo da prova em tópicos. Depois, é só ter cuidado redobrado na escrita”, afirmou.
Método de valorização
Débora Aguiar, professora de redação de Antônio, afirma que, além do bom repertório sociocultural, o aluno precisa se sentir à vontade para escrever. “A escrita é um ato muito particular em que você sempre se expõe. Normalmente, o adolescente não quer se expor. Por isso, a preparação tem de buscar valorizar a autoestima do aluno”, afirmou.Além da ementa básica de literatura do ensino médio, a professora diz que orientava Antônio e os colegas a ler obras da filosofia e da sociologia. Zygmunt Bauman, Immanuel Kant e Émile Durkheim sempre estavam na lista. “É importante propor interdisciplinaridade”, defendeu.
Por Gustavo Aguiar
Fonte: g1 globo