goo.gl/xyaUaq | Noites insones. Muito estudo. Muito cansaço. A rotina complicada do vestibulando padrão se tornou velha conhecida da estudante Nathalia Gastaldo, mas com um baita extra: ela é mãe do pequeno Abel, de 1 ano e 7 meses. Mas nenhuma dificuldade a impediu de conquistar o primeiro lugar em Ciências Humanas na Universidade Federal do ABC (UFABC), curso a que se candidatou através do Sisu.
A estudante de 24 anos conta que “foi tudo muito difícil, desde o primeiro dia de aula até o último. Nos primeiros dias, sentia muita falta do meu filho. Abel tinha apenas sete meses e pela primeira vez eu passei algumas horas longe dele. Era uma rotina louca, muitas noites passei em claro por precisar cuidar do bebê. Confesso que já cheguei a dormir com os olhos abertos durante uma aula ou outra”.
Ela fez o cursinho Maximize em 2016, após ficar 5 anos sem estudar nada do ensino médio – que também foi concluído pelo Enem. Por isso, decidiu fazer o curso completo, de fevereiro ao fim de novembro. “Eu era mais velha que a maioria da turma, em minha sala quase todos ainda cursavam o ensino médio. Meus colegas da escola já estavam em mestrados e pós-graduações, enquanto eu retornava à matemática básica”, diz.
Ela estudava seis horas por dia, com ou sem Abel – em casa, com o filho, estudava enquanto o amamentava. “Conforme ele crescia, foi ficando difícil segurar os livros, então comecei a estudar por videoaulas no celular”, explica. Ao mesmo tempo, o medo de acabar perdendo os momentos mais legais do comecinho da vida do filho por conta dos estudos a levou a adotar um método de estudos diferente. “Eu conversava com ele sobre biologia e química orgânica, pois eram coisas que o divertiam. Andávamos no parquinho e eu classificava folhas que ele achava. ‘Essa é monocotiledônea! Essa é dicotiledônea!’”, diz.
Na prova do Enem, ela conta que teve notas equilibradas, mas que a preocupação com o filho por vezes a desviou do foco. Como esperado, suas melhores notas foram nas provas de humanas, especialmente na redação. “Sempre gostei muito de escrever. Os dois vestibulares que prestei me surpreenderam quanto à nota da redação. Em ambos usei minha infalível estratégia de usar argumentos de uma linha de pensamento da sociologia, argumentar sob o ponto de vista da organização social e contextualizar com o tema proposto”, diz Nathalia, que tirou 880 na redação do Enem e 24 na redação da Unesp (de 28 máximos), o outro exame que prestou.
Com o curso, ela pretende seguir na área acadêmica, ainda a decidir entre Economia, Psicologia ou Geografia, já que, na UFABC, o bacharelado em Ciências Humanas é de formação geral. “Se eu pudesse dar uma dica, seria: se afaste das redes sociais porque elas tomam muito tempo, e o vestibular é uma corrida contra o tempo, desde o preparo até as provas”, recomenda.
Por Ana Lourenço
Fonte: guiadoestudante abril
A estudante de 24 anos conta que “foi tudo muito difícil, desde o primeiro dia de aula até o último. Nos primeiros dias, sentia muita falta do meu filho. Abel tinha apenas sete meses e pela primeira vez eu passei algumas horas longe dele. Era uma rotina louca, muitas noites passei em claro por precisar cuidar do bebê. Confesso que já cheguei a dormir com os olhos abertos durante uma aula ou outra”.
Ela fez o cursinho Maximize em 2016, após ficar 5 anos sem estudar nada do ensino médio – que também foi concluído pelo Enem. Por isso, decidiu fazer o curso completo, de fevereiro ao fim de novembro. “Eu era mais velha que a maioria da turma, em minha sala quase todos ainda cursavam o ensino médio. Meus colegas da escola já estavam em mestrados e pós-graduações, enquanto eu retornava à matemática básica”, diz.
Rotina
Enquanto a mãe estudava, Abel ingressou em uma escolinha a um quarteirão do cursinho. “Sou mãe solo, nunca havia passado pela experiência de cuidar de um bebê e, sozinha, as coisas eram muito mais difíceis”, conta Nathalia. “Todas as vezes em que me sentia abalada ou triste, estudava matérias de exatas, assim eu lidava com minhas maiores dificuldades e evitava pensar em problemas.” Seu combustível para se manter focada? “Era dolorida a saudade, mas eu pensava como precisaria estudar para poder dar o melhor a ele. Essa necessidade me mantinha cada vez mais dedicada aos estudos.”Ela estudava seis horas por dia, com ou sem Abel – em casa, com o filho, estudava enquanto o amamentava. “Conforme ele crescia, foi ficando difícil segurar os livros, então comecei a estudar por videoaulas no celular”, explica. Ao mesmo tempo, o medo de acabar perdendo os momentos mais legais do comecinho da vida do filho por conta dos estudos a levou a adotar um método de estudos diferente. “Eu conversava com ele sobre biologia e química orgânica, pois eram coisas que o divertiam. Andávamos no parquinho e eu classificava folhas que ele achava. ‘Essa é monocotiledônea! Essa é dicotiledônea!’”, diz.
Estudos
Em relação aos estudos, sua dificuldade sempre foi exatas. Mas, ao longo do cursinho, acabou por gostar das matérias e até ajudava seu professor a “traduzir” os conceitos. “Meu professor de física era ótimo em contas mas se desdobrava para explicar como as coisas aconteciam. Eu, que já sou mais das linguagens, traduzia. No meio da aula, ele explicava uma coisa, eu explicava outra e a gente entrava num consenso. Como ele dizia: ‘você pode traduzir isso para o povo de humanas?’.”Na prova do Enem, ela conta que teve notas equilibradas, mas que a preocupação com o filho por vezes a desviou do foco. Como esperado, suas melhores notas foram nas provas de humanas, especialmente na redação. “Sempre gostei muito de escrever. Os dois vestibulares que prestei me surpreenderam quanto à nota da redação. Em ambos usei minha infalível estratégia de usar argumentos de uma linha de pensamento da sociologia, argumentar sob o ponto de vista da organização social e contextualizar com o tema proposto”, diz Nathalia, que tirou 880 na redação do Enem e 24 na redação da Unesp (de 28 máximos), o outro exame que prestou.
Com o curso, ela pretende seguir na área acadêmica, ainda a decidir entre Economia, Psicologia ou Geografia, já que, na UFABC, o bacharelado em Ciências Humanas é de formação geral. “Se eu pudesse dar uma dica, seria: se afaste das redes sociais porque elas tomam muito tempo, e o vestibular é uma corrida contra o tempo, desde o preparo até as provas”, recomenda.
Por Ana Lourenço
Fonte: guiadoestudante abril