goo.gl/thtuRV | O erro de um jurado, que tirou o décimo que podia dar o título do carnaval desse ano à verde e branco, e acabou beneficiando a Portela, revoltou torcedores anônimos e famosos da escola de Padre Miguel. Até um protesto foi agendado pela Torcida Independentes Mocidade ao meio-dia de hoje, em frente à sede da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), no Centro do Rio. Seus integrantes não descartam ir à Justiça para garantir a vitória, nem que seja no “tapetão”. A polêmica chegou a Oswaldo Cruz, onde torcedores da Portela, que levou o título, descartam abrir mão da vitória.
— Já sou campeão e outro resultado para mim é lorota. O portelense já fez a festa, como pode terminar assim? — indaga o cantor e compositor Noca da Portela.
Noca da Portela: qualquer outro resultado é lorota Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Por outro lado, Nilda da Silva, de 75 anos, a Tia Nilda, da Mocidade diz que também se considera campeã, mesmo que moral. Figura conhecida em Padre Miguel, a coordenadora da ala das baianas da verde e branca não reivindica o título, mas cobra a punição e desligamento do jurado Valmir Aleixo, “pela falta de responsabilidade”.
— A gente fica triste porque estava com o campeonato na mão, após 23 anos de espera. Não me sinto vice. Me considero campeã, mesmo assim. Tiraram o sonho nosso, de um título que estava nas mãos e voou feito um passarinho — afirmou.
O estudante de administração Renato de Souza, de 21 anos, disse que ficou decepcionado com a notícia do erro do jurado. E, mais triste ainda por ter acontecido com a sua escola.
— Gostaria muito que o título viesse para a Mocidade. É uma questão de justiça. Mas, a emoção de ser campeão no momento da apuração, isso ninguém vai devolver para a gente. Não dá para imaginar como seria — disse o jovem.
Renato Souza reivindica o título para a Mocidade, mesmo sem a emoção da vitória após a apuração Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
O estudante Gabriel Mendanha, de 20 anos, também reivindica o título para Padre Miguel, apesar de ter considerado que a Portela fez, igualmente, um desfile bonito.
— É frustrante. A gente vinha de um período difícil, de muitos anos sem vencer o carnaval e, justamente quando a Mocidade faz um desfile impecável, com um bom enredo que aproximava o Marrocos com o Rio, acontece isso. O jurado tem que ser afastado e, como torcedor, acho que o título tem de ser da Mocidade — cobrou.
Mais diplomático, o encarregado de limpeza da quadra da Mocidade, Cláudio Rodrigues da Costa, de 68 anos, acha que, no mínimo, deveria ser proclamada a vitória das duas escolas — Mocidade e Portela. Já entre os portelenses, o sentimento é de que o jogo acabou e não tem mais volta.
— Eles (os torcedores da Mocidade) não se conformam com a vitória da Portela. Querem puxar a brasa para a sardinha deles. A Portela ganhou muito bem ganhado e o recado que mando para o pessoal da Mocidade é o seguinte: aceita que dói menos — diz Lourdes Santos, de 67 anos.
Claudio Costa defende título, mesmo que compartilhad Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Para o vendedor Ricardo Carvalho Ferreira, de 53 anos, a reivindicação dos torcedores da Mocidade nada mais é do que “choro de perdedor”.
— Já teve anos que a Portela foi garfada e não aconteceu nada. Dessa vez foi erro de um jurado e não da escola. O título tem de ficar em Madureira.
Para a professora Isabel Policarpo, o título é da azul e branco e fim de papo:
— Não tem o que questionar. O erro foi do jurado e ele que tem que ser cobrado por issso.
Para Isabel Policarpo, título é de Portela Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
A direção da Mocidade não pretende pedir a anulação do resultado, mas exige a exclusão do jurado dos próximos desfiles e “mais cuidado por parte da entidade (a Liesa) para que esses erros não se repitam, assim como cobrar mais responsabilidade e capacitação técnica do juri”. A Liga não quis estender a polêmica e disse que não falaria mais sobre o assunto. A Portela não quis entrar na discussão.
O jurado Valmir Aleixo, também achou por bem se calar e esperar o desenrolar dos fatos. Ele era responsável pelo quesito enredo e, justificou a redução em um décimo da nota da escola, alegando que a escola deixou de apresentar o destaque de chão “esplendor dos sete mares”, prevista apenas, segundo a Liesa, na primeira versão do “Abre-Alas”, uma espécie de roteiro com o que será mostrado durante o roteiro.
A Mocidade diz que a alteração foi encaminhada à Liga em 2 de fevereiro e realizada pela entidade no dia 8 e que, portanto, a alegação de desconhecimento por parte do jurado “é inaceitável.”
Por Geraldo Ribeiro
Fonte: extra globo
— Já sou campeão e outro resultado para mim é lorota. O portelense já fez a festa, como pode terminar assim? — indaga o cantor e compositor Noca da Portela.
Noca da Portela: qualquer outro resultado é lorota Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Por outro lado, Nilda da Silva, de 75 anos, a Tia Nilda, da Mocidade diz que também se considera campeã, mesmo que moral. Figura conhecida em Padre Miguel, a coordenadora da ala das baianas da verde e branca não reivindica o título, mas cobra a punição e desligamento do jurado Valmir Aleixo, “pela falta de responsabilidade”.
— A gente fica triste porque estava com o campeonato na mão, após 23 anos de espera. Não me sinto vice. Me considero campeã, mesmo assim. Tiraram o sonho nosso, de um título que estava nas mãos e voou feito um passarinho — afirmou.
O estudante de administração Renato de Souza, de 21 anos, disse que ficou decepcionado com a notícia do erro do jurado. E, mais triste ainda por ter acontecido com a sua escola.
— Gostaria muito que o título viesse para a Mocidade. É uma questão de justiça. Mas, a emoção de ser campeão no momento da apuração, isso ninguém vai devolver para a gente. Não dá para imaginar como seria — disse o jovem.
Renato Souza reivindica o título para a Mocidade, mesmo sem a emoção da vitória após a apuração Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
O estudante Gabriel Mendanha, de 20 anos, também reivindica o título para Padre Miguel, apesar de ter considerado que a Portela fez, igualmente, um desfile bonito.
— É frustrante. A gente vinha de um período difícil, de muitos anos sem vencer o carnaval e, justamente quando a Mocidade faz um desfile impecável, com um bom enredo que aproximava o Marrocos com o Rio, acontece isso. O jurado tem que ser afastado e, como torcedor, acho que o título tem de ser da Mocidade — cobrou.
Mais diplomático, o encarregado de limpeza da quadra da Mocidade, Cláudio Rodrigues da Costa, de 68 anos, acha que, no mínimo, deveria ser proclamada a vitória das duas escolas — Mocidade e Portela. Já entre os portelenses, o sentimento é de que o jogo acabou e não tem mais volta.
— Eles (os torcedores da Mocidade) não se conformam com a vitória da Portela. Querem puxar a brasa para a sardinha deles. A Portela ganhou muito bem ganhado e o recado que mando para o pessoal da Mocidade é o seguinte: aceita que dói menos — diz Lourdes Santos, de 67 anos.
Claudio Costa defende título, mesmo que compartilhad Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
Para o vendedor Ricardo Carvalho Ferreira, de 53 anos, a reivindicação dos torcedores da Mocidade nada mais é do que “choro de perdedor”.
— Já teve anos que a Portela foi garfada e não aconteceu nada. Dessa vez foi erro de um jurado e não da escola. O título tem de ficar em Madureira.
Para a professora Isabel Policarpo, o título é da azul e branco e fim de papo:
— Não tem o que questionar. O erro foi do jurado e ele que tem que ser cobrado por issso.
Para Isabel Policarpo, título é de Portela Foto: Guilherme Pinto / Agência O Globo
A direção da Mocidade não pretende pedir a anulação do resultado, mas exige a exclusão do jurado dos próximos desfiles e “mais cuidado por parte da entidade (a Liesa) para que esses erros não se repitam, assim como cobrar mais responsabilidade e capacitação técnica do juri”. A Liga não quis estender a polêmica e disse que não falaria mais sobre o assunto. A Portela não quis entrar na discussão.
O jurado Valmir Aleixo, também achou por bem se calar e esperar o desenrolar dos fatos. Ele era responsável pelo quesito enredo e, justificou a redução em um décimo da nota da escola, alegando que a escola deixou de apresentar o destaque de chão “esplendor dos sete mares”, prevista apenas, segundo a Liesa, na primeira versão do “Abre-Alas”, uma espécie de roteiro com o que será mostrado durante o roteiro.
A Mocidade diz que a alteração foi encaminhada à Liga em 2 de fevereiro e realizada pela entidade no dia 8 e que, portanto, a alegação de desconhecimento por parte do jurado “é inaceitável.”
Por Geraldo Ribeiro
Fonte: extra globo