goo.gl/0PL3fC | Não há maior erro judiciário do que condenar uma pessoa injustamente à pena de morte. Mas foi isso exatamente o que aconteceu com Glenn Ford. Ele cumpriu quase 30 anos de pena no corredor da morte por homicídio, em confinamento solitário, na Penitenciária de Louisiana, nos Estados Unidos, quando surgiram novas evidências revelando que o crime havia sido cometido por outra pessoa.
Ford foi um dos 149 detentos libertados do corredor da morte desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos restabeleceu a pena capital em 1976. Em todas essas exonerações, porém, jamais se tinha ouvido falar de um promotor se desculpando por ter colocado um inocente no corredor da morte. Isso até quando, em entrevista para o programa “60 Minutes” da CBS News, o promotor do caso (Marty Stroud) afirmou que a injustiça cometida foi tão grande que destruiu duas vidas: a de Ford e a própria. “Eu fiz algo muito errado (…) coloquei um homem no corredor da morte que ali não pertencia”, disse Stroud envergonhado.
O caso ocorreu em 1983, na cidade de Shreveport (Louisiana, Estados Unidos). Na época, o promotor, com 32 anos de idade, foi designado para seu primeiro caso pena de morte. Um joalheiro local, Isadore Rozeman, havia sido roubado e assassinado. Glenn Ford havia efetuado um trabalho para Rozeman e teria admitido certa vez ter levado uma das joias para casa. Isso foi suficiente para torná-lo o principal suspeito.
Stroud sabia que uma condenação no caso iria impulsionar sua carreira. “Eu era arrogante, narcisista, fazia de tudo para ganhar. Olhando para trás (…) houve uma pergunta sobre o envolvimento de outras pessoas. Eu deveria ter dado seguimento a essa. Eu não fiz isso (…) eu acho que minha falha em dizer algo só pode ser descrito como covardia. Eu fui um covarde”, contou o promotor à CBS News.
Não havia qualquer evidência plausível que conectasse Glenn Ford ao crime. A principal testemunha incriminatória admitiu no tribunal que havia sido coagido pela polícia antes de testemunhar. Ainda assim, em menos de três horas de júri, Ford foi considerado culpado. Stroud e sua equipe saíram para comemorar a condenação.
Ford foi enviado para o corredor da morte e colocado em confinamento solitário em um dos mais infames prisões dos Estados Unidos: Penitenciária de Segurança Máxima do Estado de Louisiana, também chamada de Angola. “Ele foi basicamente jogado dentro de uma célula e esquecido”, disse Stroud.
Ford foi liberado em março de 2014. Não recebeu nada do Estado de Louisiana pela injustiça cometida. Morreu logo depois, sem nenhum centavo. Viveu de caridade seus últimos meses. O funeral foi pago mediante doações.
Ford em 1984, quando foi preso e em 2014, quando foi libertado do corredor da morte.
“Eu tenho um buraco em mim… (…) é uma sensação de frieza, é um sentimento de desgosto. Não há nada lá fora que pode preencher este furo… Glenn Ford será uma parte de mim até o dia que eu morrer…”, completou Stroud.
Fonte: canalcienciascriminais
Ford foi um dos 149 detentos libertados do corredor da morte desde que a Suprema Corte dos Estados Unidos restabeleceu a pena capital em 1976. Em todas essas exonerações, porém, jamais se tinha ouvido falar de um promotor se desculpando por ter colocado um inocente no corredor da morte. Isso até quando, em entrevista para o programa “60 Minutes” da CBS News, o promotor do caso (Marty Stroud) afirmou que a injustiça cometida foi tão grande que destruiu duas vidas: a de Ford e a própria. “Eu fiz algo muito errado (…) coloquei um homem no corredor da morte que ali não pertencia”, disse Stroud envergonhado.
O caso ocorreu em 1983, na cidade de Shreveport (Louisiana, Estados Unidos). Na época, o promotor, com 32 anos de idade, foi designado para seu primeiro caso pena de morte. Um joalheiro local, Isadore Rozeman, havia sido roubado e assassinado. Glenn Ford havia efetuado um trabalho para Rozeman e teria admitido certa vez ter levado uma das joias para casa. Isso foi suficiente para torná-lo o principal suspeito.
Stroud sabia que uma condenação no caso iria impulsionar sua carreira. “Eu era arrogante, narcisista, fazia de tudo para ganhar. Olhando para trás (…) houve uma pergunta sobre o envolvimento de outras pessoas. Eu deveria ter dado seguimento a essa. Eu não fiz isso (…) eu acho que minha falha em dizer algo só pode ser descrito como covardia. Eu fui um covarde”, contou o promotor à CBS News.
Não havia qualquer evidência plausível que conectasse Glenn Ford ao crime. A principal testemunha incriminatória admitiu no tribunal que havia sido coagido pela polícia antes de testemunhar. Ainda assim, em menos de três horas de júri, Ford foi considerado culpado. Stroud e sua equipe saíram para comemorar a condenação.
Ford foi enviado para o corredor da morte e colocado em confinamento solitário em um dos mais infames prisões dos Estados Unidos: Penitenciária de Segurança Máxima do Estado de Louisiana, também chamada de Angola. “Ele foi basicamente jogado dentro de uma célula e esquecido”, disse Stroud.
Ford foi liberado em março de 2014. Não recebeu nada do Estado de Louisiana pela injustiça cometida. Morreu logo depois, sem nenhum centavo. Viveu de caridade seus últimos meses. O funeral foi pago mediante doações.
Ford em 1984, quando foi preso e em 2014, quando foi libertado do corredor da morte.
“Eu tenho um buraco em mim… (…) é uma sensação de frieza, é um sentimento de desgosto. Não há nada lá fora que pode preencher este furo… Glenn Ford será uma parte de mim até o dia que eu morrer…”, completou Stroud.
Fonte: canalcienciascriminais