goo.gl/mza6Nx | Um gerente de uma agência do Itaú Unibanco da cidade de São Paulo foi demitido poucos dias após postar no Facebook um vídeo no qual é pedido em casamento pelo noivo. A denúncia de homofobia foi levada ao Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo, que entrou com denúncia contra o banco. O funcionário batia todas as metas e ganhou, em um ano e meio de trabalho, dez prêmios por desempenho. Ele afirma que sua gestora justificou o desligamento por motivo de ‘postura’.
“A demissão foi chocante. Ganhei prêmios em praticamente todos os meses em que trabalhei após o período de treinamento. Foi muito decepcionante porque eu gostava da empresa e batia todas as minhas metas”, declarou ao E+ o ex-funcionário, que pediu para não ter a identidade revelada por receio de ter dificuldades em conseguir um novo emprego na área.
O ex-gerente é formado em administração, tem pós-graduação em gestão e trabalhava no Núcleo de Relacionamentos de Gerentes do Itaú Unibanco. Ele afirma que há meses recebia intimações de sua gestora para “melhorar a postura” - entre as orientações, usar ternos, calças e camisas “menos justos”.
No primeiro, ele teria sido recomendado, de forma sutil, a controlar os trejeitos. “Dentre mais de 300 gerentes, ganhei dois troféus no mesmo dia. Quando anunciaram meu nome, eu subi ao pódio do meu jeito extrovertido, como sou. Depois, o superintendente falou para minha gestora que eu deveria me soltar menos, ter menos entusiasmo e mais postura para pegar o prêmio”, afirmou. A orientação seria refeita outra vez, em outro prêmio de destaque recebido meses depois.
O bancário explica que, à época, não levou o caso para o sindicato por medo de perder o emprego. Contudo, diz que passou a conviver com comentários da chefia acerca de suas roupas. “O preconceito, hoje, é mais silencioso, não é escarachado. De forma bem discreta, eles diziam: ‘seja mais homem. A ‘postura’ que eles falavam era sobre eu ser gay. Minha gestora falava muito sobre a ‘imagem do banco’”, afirmou.
O ex-gerente hoje move uma ação trabalhista contra o Itaú Unibanco por danos morais e discriminação. “É muito desagradável. Estudei, fiz faculdade e me esforcei no emprego. Eu não queria estar em casa de manhã dando entrevista, queria estar trabalhando para sustentar minha família”, observa.
Em nota, o Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo afirma que tem um histórico de combater qualquer tipo de discriminação e que esse é um tema que infelizmente gera casos, mas que “eles são devidamente tratados para que não se repitam”. A nota segue: “Esperamos que essa denúncia seja um exemplo do que não deve ser feito porque a sociedade não vai mais admitir um comportamento preconceituoso”.
O banco afirma que não foi procurado pelo jornal do Sindicato, onde a denúncia foi divulgada, mas que enviou “comunicado esclarecendo os reais motivos do desligamento, que nada têm a ver com a situação citada”.
A nota diz que a instituição entende a pluralidade como algo fundamental, visto que os clientes são diversos, portanto os colaboradores também precisam ser. “Possuímos o Ombudsman, um canal voltado aos colaboradores que tem como função escutar, registrar e avaliar questões relacionadas ao ambiente de trabalho, com total sigilo entre os envolvidos”, diz o texto.
O E+ procurou novamente o banco para saber qual seria o real motivo da demissão, mas a assessoria de imprensa respondeu que não poderia esclarecer a questão “por motivos de confidencialidade”.
Fonte: emais estadao
“A demissão foi chocante. Ganhei prêmios em praticamente todos os meses em que trabalhei após o período de treinamento. Foi muito decepcionante porque eu gostava da empresa e batia todas as minhas metas”, declarou ao E+ o ex-funcionário, que pediu para não ter a identidade revelada por receio de ter dificuldades em conseguir um novo emprego na área.
O ex-gerente é formado em administração, tem pós-graduação em gestão e trabalhava no Núcleo de Relacionamentos de Gerentes do Itaú Unibanco. Ele afirma que há meses recebia intimações de sua gestora para “melhorar a postura” - entre as orientações, usar ternos, calças e camisas “menos justos”.
‘Puxão de orelha’
O funcionário alega que levou pelo menos dois “puxões de orelha” por conta de sua postura no recebimento de dois grandes prêmios por bom desempenho.No primeiro, ele teria sido recomendado, de forma sutil, a controlar os trejeitos. “Dentre mais de 300 gerentes, ganhei dois troféus no mesmo dia. Quando anunciaram meu nome, eu subi ao pódio do meu jeito extrovertido, como sou. Depois, o superintendente falou para minha gestora que eu deveria me soltar menos, ter menos entusiasmo e mais postura para pegar o prêmio”, afirmou. A orientação seria refeita outra vez, em outro prêmio de destaque recebido meses depois.
O bancário explica que, à época, não levou o caso para o sindicato por medo de perder o emprego. Contudo, diz que passou a conviver com comentários da chefia acerca de suas roupas. “O preconceito, hoje, é mais silencioso, não é escarachado. De forma bem discreta, eles diziam: ‘seja mais homem. A ‘postura’ que eles falavam era sobre eu ser gay. Minha gestora falava muito sobre a ‘imagem do banco’”, afirmou.
Demissão
O desligamento ocorreu no dia 10 de março, pouco dias após o funcionário retornar de uma viagem de férias em Florianópolis. No litoral, ele foi pedido em casamento pelo namorado - e o vídeo do pedido foi compartilhado com os amigos no Facebook. Ao voltar à agência, a surpresa: uma semana depois o bancário foi demitido. “Qual é a coerência disso? O banco espera resultados, e eu alcançava meus objetivos, então a que se deve minha demissão?”, questiona.O ex-gerente hoje move uma ação trabalhista contra o Itaú Unibanco por danos morais e discriminação. “É muito desagradável. Estudei, fiz faculdade e me esforcei no emprego. Eu não queria estar em casa de manhã dando entrevista, queria estar trabalhando para sustentar minha família”, observa.
Em nota, o Sindicato dos Bancários do Estado de São Paulo afirma que tem um histórico de combater qualquer tipo de discriminação e que esse é um tema que infelizmente gera casos, mas que “eles são devidamente tratados para que não se repitam”. A nota segue: “Esperamos que essa denúncia seja um exemplo do que não deve ser feito porque a sociedade não vai mais admitir um comportamento preconceituoso”.
Itaú
Após ser contatado pelo E+, o Itaú Unibanco enviou uma nota na qual declara que a demissão do gerente não foi por discriminação e que repudia situações de homofobia, dentro ou fora da instituição.O banco afirma que não foi procurado pelo jornal do Sindicato, onde a denúncia foi divulgada, mas que enviou “comunicado esclarecendo os reais motivos do desligamento, que nada têm a ver com a situação citada”.
A nota diz que a instituição entende a pluralidade como algo fundamental, visto que os clientes são diversos, portanto os colaboradores também precisam ser. “Possuímos o Ombudsman, um canal voltado aos colaboradores que tem como função escutar, registrar e avaliar questões relacionadas ao ambiente de trabalho, com total sigilo entre os envolvidos”, diz o texto.
O E+ procurou novamente o banco para saber qual seria o real motivo da demissão, mas a assessoria de imprensa respondeu que não poderia esclarecer a questão “por motivos de confidencialidade”.
Fonte: emais estadao