Apropriação e extorsão: advogada é presa suspeita de aplicar golpes em idosos e doentes

goo.gl/Sc8ppa | Uma advogada de Campo Mourão, no centro-oeste do Paraná, foi presa suspeita de se apropriar de benefícios de, pelo menos, quinze pessoas na cidade. Segundo a Polícia Civil, as vítimas são idosas e doentes.

De acordo com a Polícia Civil, a advogada é suspeita de apropriação indébita e de extorsão. Ela atendia em um escritório no centro da cidade, e tinha como grande parte dos clientes, pessoas que queriam se aposentar ou conseguir auxílio doença junto ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Em dois meses de investigações, a polícia descobriu que ao menos 15 vítimas teriam pago parte dos benefícios do INSS para a advogada. O delegado-chefe de Campo Mourão afirma que ela ficava com os cinco primeiros salários dos clientes, e também com parte do dinheiro retroativo que era pago pela previdência.

“Interessante frisar que eram pessoas idosas, de baixo nível social, pessoas doentes, tem pessoas com mal de parkinson, uma pessoa que o filho chegou a falar para a gente que morreu de câncer. Isso nos chamou muita a atenção”, explicou o delegado Nagib Palma.

Claudomiro Maciel, de 67 anos, tem deficiência auditiva e outros problemas de saúde. Procurou a advogada para conseguir a aposentadoria, que saiu em 2016. Mas, a família conta que ele não foi aposentado através dela, e sim por um encaminhamento do serviço de assistência social do município, já que ele e a esposa não tinham nenhuma renda. Segundo a família, mesmo assim, a advogada foi até a casa deles cobrar a parte dela.

“Você acha que um homem tão humilde como ele, e ela veio com dois seguranças. Agrediu ele, falou palavras que não deveriam ser ditas”, diz a esposa de Claudomiro, Aparecida Maciel.

A dona de casa Jorja dos Santos também é de origem humilde e assinou uma procuração para advogada. A filha dela diz que quando saiu o pagamento retroativo do auxílio doença que conseguiu, a mãe nem ficou sabendo. Ao todo, R$ 32 mil podem ter ido parar na conta da advogada.

“Ela retirou e não falou para gente que tinha retirado. Fomos da Defensoria Pública e constava que esse dinheiro já tinha sido retirado”, diz Rosalinda dos Santos.

“Me dá um nervoso às vezes sabe. Nós íamos lá e ela não estava, fazia os outros de bobo”, conta a dona de casa.

Com a prisão da advogada, várias outras pessoas, que eram clientes da advogada, procuraram a delegacia de Campo Mourão. Muitas acreditam que também podem ter sido lesadas.

Agora, todos os que se sentem lesados, querem justiça. “Um absurdo. Um pobre batalha a vida inteira para ganhar um salário mínimo e ela com um montão de dinheiro tirado de pessoas humildes. É um absurdo, não tem lógica”, desabafa a filha do aposentado.

Na delegacia, a equipe da RPC tentou falar com a advogada, mas ela não quis gravar entrevista.

Fonte: g1 globo
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