Líquidos 'mortíferos': estudante morre após ingerir muita cafeína em pouco tempo

goo.gl/d6ZJnr | Um adolescente de 16 anos morreu após ingerir três bebidas com alto teor de cafeína, em menos de duas horas. O estudante Davis Allen Cripe teve um colapso enquanto estava na escola, no estado americano da Carolina do Sul. Segundo testemunhas, pouco antes do incidente, ele havia consumido um ‘latte’ (tipo de café) do McDonald’s, um refrigerante grande da marca Mountain Dew e um energético.

Davis chegou a ser socorrido, mas morreu cerca de uma hora depois. A autópsia revelou que o jovem era saudável, não sofria de condições cardíacas não diagnosticadas e não tinha drogas ou álcool em seu sistema. Diante disso, as autoridades locais concluíram que a causa da morte foi uma provável arritmia induzida pelo alto consumo de cafeína, em um curto período de tempo.

“Isso não é overdose de cafeína. Não estamos dizendo que foi a quantidade total de cafeína no organismo [que causou a morte], foi apenas a maneira como foi ingerida, em um curto período de tempo. A sobrecarga da bebida energética no final foi o que desencadeou a arritmia cardíaca”, disse o legista Gary Watts.

O legista ressalta ainda que cada organismo reage de um jeito à cafeína e a quantidade que foi fatal para Davis, pode não ser para outra pessoa. “Nós não estamos falando mal da cafeína. Acreditamos que as pessoas precisam prestar atenção à sua ingestão de cafeína e na forma como o fazem, assim como já fazem com álcool e cigarros”, alertou Watts.

Muito, em pouco tempo

Uma revisão de estudos publicada recentemente definiu que 400 miligramas de café é a quantidade máxima da substância que um adulto saudável pode ingerir por dia. Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos , beber mais do que isso pode levar ao aumento da freqüência cardíaca, pressão arterial elevada, batimentos cardíacos irregulares, tremores, nervosismo, insônia e ataques de pânico.

Davis deve ter consumido cerca de 470 mg de cafeína em menos de duas horas segundo estimativa da rede britânica BBC baseada em estatísticas do site caffeineinformer.com, que informa a quantidade de cafeína em diversos produtos. De acordo com informações do site, um ‘latte’ do McDonald’s tem cerca de 142 miligramas de cafeína, um Mountain Dew de 570 mililitros tem 90 miligramas, e um energético de 450 mililitros, pode ter até 240 miligramas.

A Sociedade Americana de Pediatria (AAP, na sigla em inglês), já alertou sobre o consumo de energéticos por crianças e adolescentes, sob o argumento de que os produtos não foram testados nesse público e, portanto, “ninguém poderia garantir que são seguros”.

Como a cafeína pode matar?

Michelle Roberts, editor de saúde da BBC News Online, explica que a cafeína é um estimulante que atua no sistema nervoso central em poucos minutos, aumentando rapidamente o estado de alerta e reduzindo a sonolência. Mas, o organismo demora horas para eliminá-la do sistema.

Segundo Daniel Magnoni, nutrólogo do Hospital do Coração, em São Paulo, estudos mostram que, em qualquer organismo, a ingestão de mais de 20 xícaras de café por dia pode causar alterações digestivas e cardíacas. Entretanto, a dose tóxica de cafeína irá variar de acordo com a idade, peso e até mesmo alimentação de cada um.

“A cafeína é uma xantina que age no sistema nervoso central ao melhorar a resposta dos neurotransmissores, causando insônia e agitação psicomotora. No entanto, ela também afeta o sistema cardíaco e respiratório e, em altas doses, estimula a produção de secreções do trato gastrointestinal, como o ácido clorídrico. Assim, o excesso de cafeína aumenta a frequência respiratória e cardíaca, podendo propiciar arritmia cardíaca, além de aumentar o risco de gastrite e outros problemas gastrintestinais”, explica Magnoni.

Alguns sinais de alerta de excesso de cafeína no corpo são: dor de cabeça, insônia, nervosismo, irritabilidade, inquietação, enjôo, batimento cardíaco acelerado e tremores musculares.

Fonte: veja abril
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