goo.gl/lSoCv5 | A advogada Ana Paula da Silva Nelson, presa em setembro de 2016 durante uma operação que investiga a atuação de uma quadrilha de traficantes de drogas no Rio Grande do Norte – e que estava em liberdade provisória – voltou para a prisão. Policiais civis cumpriram, na noite desta quinta (8), um novo mandado de prisão por ela estar descumprindo exigências impostas pela Justiça.
No despacho que ordenou a prisão da advogada, o juiz Kennedi de Oliveira Braga, da 9ª Vara Criminal de Natal, relata que a advogada entrou em um presídio usando um celular e ainda acabou destratando, com palavras ofensivas, dois agentes penitenciários.
Ainda de acordo com o magistrado, Ana Paula também não estaria pedindo autorização para se ausentar da cidade, tendo feito viagens sem o conhecimento da Justiça.
Após ser presa, a advogada foi levada para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, onde permanece à disposição da Justiça.
Deywsson acrescenta que, “no caso em questão, temos uma advogada que teve prisão preventiva decretada por estar advogando. Como se lê na decisão judicial, os fundamentos que servem de base à prisão são prerrogativas que devem ser garantidas e não criminalizadas. Afinal, temos na qualidade de ré uma advogada que não tem em seu desfavor uma condenação. Assim, continua com os direitos imanentes a cidadania apenas com algumas restrições. Contudo, tais restrições não podem ferir o direito constitucional e moral dela continuar exercendo sua profissão, ainda mais sendo uma profissão que tem como fundamento a administração da Justiça. Até possível condenação, ela continua sendo advogada e terá suas prerrogativas defendidas”.
O acusado de matar o marido de Ana Paula também é policial civil. Tibério Vinicius Mendes de França foi sentenciado pelo juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal da capital, a sentar no banco dos réus. A data do júri popular ainda não foi definida.
Um dos casos investigados trata de um ‘preso fantasma’ que foi cliente de Ana Paula. Documentos, que segundo o MP foram falsificados, atestaram o bom comportamento de George Gustavo da Silva, fato que levaram uma juíza a beneficiar o detento com o regime semiaberto. O detalhe é que George nunca pisou na Penitenciária de Parnamirim.
A farsa, de acordo com as investigações, só foi descoberta quando o detento foi preso, em setembro de 2015, durante uma operação da Polícia Federal em combate a uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
No início da semana, policiais civis deram cumprimento a mandados de busca e apreensão nas residências dos envolvidos, incluindo buscas na casa de Ana Paula. A ação foi coordenada pelas promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Parnamirim e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
O resultado das buscas e apreensões não foi revelado. Porém, a se confirmarem as suspeitas, os investigados devem ser denunciados por facilitação de fugas, falsidade ideológica, falsidade material, tráfico de influência e organização criminosa.
Por Anderson Barbosa, G1 RN
Fonte: g1 globo
No despacho que ordenou a prisão da advogada, o juiz Kennedi de Oliveira Braga, da 9ª Vara Criminal de Natal, relata que a advogada entrou em um presídio usando um celular e ainda acabou destratando, com palavras ofensivas, dois agentes penitenciários.
Ainda de acordo com o magistrado, Ana Paula também não estaria pedindo autorização para se ausentar da cidade, tendo feito viagens sem o conhecimento da Justiça.
Após ser presa, a advogada foi levada para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, onde permanece à disposição da Justiça.
Defesa
O G1 falou com o presidente da Comissão de Defesa das Prerrogativas e Valorização da advocacia da OAB no RN, que se manifestou acerca da prisão da advogada. Segundo o advogado Deywsson Gurgel, “na visão correta com que o Estado brasileiro enxerga o Direito, o cidadão merece ter sua dignidade garantida até que o Poder Judiciário o condene, a isso se dá o nome de ‘princípio da inocência’. Dentro de uma atualidade em que a sociedade parece ter voltado à brutalidade emocional, se cabe ao advogado ser guardião do homem enquanto ser humano, cabe a OAB fazer com que esse advogado tenha suas prerrogativas asseguradas e fortalecidas, não em seu benefício próprio, mas tendo como destinatário final o cidadão”.Deywsson acrescenta que, “no caso em questão, temos uma advogada que teve prisão preventiva decretada por estar advogando. Como se lê na decisão judicial, os fundamentos que servem de base à prisão são prerrogativas que devem ser garantidas e não criminalizadas. Afinal, temos na qualidade de ré uma advogada que não tem em seu desfavor uma condenação. Assim, continua com os direitos imanentes a cidadania apenas com algumas restrições. Contudo, tais restrições não podem ferir o direito constitucional e moral dela continuar exercendo sua profissão, ainda mais sendo uma profissão que tem como fundamento a administração da Justiça. Até possível condenação, ela continua sendo advogada e terá suas prerrogativas defendidas”.
Marido assassinado
Ana Paula Nelson era mulher do policial civil Iriano Serafim Feitosa, assassinado no dia 3 de fevereiro do ano passado quando dirigia o carro dele pela Av. Xavantes, no conjunto Cidade Satélite, na Zona Sul de Natal. A advogada, que também estava no carro, levou dois tiros. Ela e o marido foram socorridos ao hospital, mas ele morreu minutos depois de dar entrada no Pronto-Socorro Clóvis Sarinho.O acusado de matar o marido de Ana Paula também é policial civil. Tibério Vinicius Mendes de França foi sentenciado pelo juiz Ricardo Procópio Bandeira de Melo, titular da 3ª Vara Criminal da capital, a sentar no banco dos réus. A data do júri popular ainda não foi definida.
'Preso fantasma'
Ana Paula Nelson também é suspeita de envolvimento em uma série de irregularidades na Penitenciária Estadual de Parnamirim, na Grande Natal. Segundo o Ministério Público, ela, uma outra advogada, e pelo menos três agentes penitenciários estão envolvido em crimes de facilitação de fugas, falsidade ideológica, falsidade material, tráfico de influência e organização criminosa.Um dos casos investigados trata de um ‘preso fantasma’ que foi cliente de Ana Paula. Documentos, que segundo o MP foram falsificados, atestaram o bom comportamento de George Gustavo da Silva, fato que levaram uma juíza a beneficiar o detento com o regime semiaberto. O detalhe é que George nunca pisou na Penitenciária de Parnamirim.
A farsa, de acordo com as investigações, só foi descoberta quando o detento foi preso, em setembro de 2015, durante uma operação da Polícia Federal em combate a uma quadrilha de tráfico internacional de drogas.
No início da semana, policiais civis deram cumprimento a mandados de busca e apreensão nas residências dos envolvidos, incluindo buscas na casa de Ana Paula. A ação foi coordenada pelas promotorias de Justiça de Defesa do Patrimônio Público da Comarca de Parnamirim e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).
O resultado das buscas e apreensões não foi revelado. Porém, a se confirmarem as suspeitas, os investigados devem ser denunciados por facilitação de fugas, falsidade ideológica, falsidade material, tráfico de influência e organização criminosa.
Por Anderson Barbosa, G1 RN
Fonte: g1 globo