Investigados em 25 inquéritos, pai e filho são presos por fraude no seguro DPVAT

goo.gl/NgBTx2 | Pai e filho foram presos na quarta-feira (12) em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, acusados de diversas fraudes contra o Seguro de Danos Pessoais Causados por Veículos Automores de Vias Terrestres (Seguro DPVAT), por meio da falsificação de documentos e uso de contas em nomes de "laranjas" para receber indevidamente o pagamento.



Valtemir Gomes de Araújo, de 48 anos, foi preso em Várzea Grande na quarta-feira (12) (Foto: Polícia Civil de MT/Divulgação)

Segundo a Polícia Civil, Valtemir Gomes de Araújo, de 48 anos, e Valtermir Gomes de Araújo Filho, de 27 anos, são investigados em pelo menos 25 inquéritos instaurados entre os anos de 2013 e 2015 na Delegacia Especializada de Defesa do Consumidor (Decon). A Decon alega que ambos não restringiam as fraudes à capital. O G1 não localizou a defesa dos suspeitos.

De acordo com a Decon, os dois suspeitos tiveram os mandados de prisão preventiva cumpridos no Bairro Jardim Marajoara II, pelos crimes de estelionato, falsificação de documento público, falsificação de documento particular, falsidade ideológica e uso de documento falso. Os mandados foram expedidos pela 4ª e 6ª varas criminais de Cuiabá, onde tramiram duas ações propostas pelo Ministério Público Estadual (MPE), com base em dois inquéritos já concluídos pela Polícia Civil.

Segundo o delegado Antônio Carlos de Araújo, os suspeitos abriam contas em bancos em nome de "laranjas" ou usavam contas de amigos para receberem os valores pagos pela seguradora. Para conseguirem o benefício, eles usavam nomes, dados pessoais e endereços falsos de terceiros em documentos públicos e particulares, bem como falsificavam históricos clínicos, sempre assinados por um pequeno número de médicos.

As investigações apontam que, de posse de procurações de "laranjas", pai e filho abriam, movimentavam e encerravam contas em um curto espaço de tempo, sendo quase todas em agências da Caixa Econômica Federal. Os endereços dos suspeitos e dos "laranjas" sempre eram um só, no Bairro CPA II, onde eles nunca teriam sido vistos.

De acordo com a polícia, Valtermir Gomes ainda usava um documento de identidade falso, o que dificultou ainda mais a sua localização pela polícia.



Valtemir Gomes de Araújo Filho, de 27 anos, também teve mandado de prisão preventiva cumprido (Foto: Polícia Civil de MT/Divulgação)

Prejuízo

O prejuízo da Seguradora Líder, responsável pelo pagamento das indenizações do Seguro DPVAT, ainda está sendo levantado pelos analistas do Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro. Atualmente, porém, há três coberturas previstas, sendo que por morte ou por invalidez, o limite fixado é de R$ 13,5 mil. O terceiro prêmio existente é de até R$ 2,7 mil, para a cobertura de despesas médicas.

Denúncias do MP

Uma das denúncias feitas pelo MP contra a dupla refere-se a um inquérito instaurado em março de 2014, a respeito de um pedido de indenização feito em 15 de janeiro de 2012 por uma pessoa que supostamente sofreu um acidente em maio de 2009 e ficou inválida. O suposto acidente teria ocorrido em Peixoto de Azevedo, a 692 km de Cuiabá.

Durante uma auditoria, a seguradora descobriu que o boletim de ocorrência do acidente de trânsito, apresentado no pedido de indenização, havia sido fraudado, sendo assinado por um soldado que nem mesmo era lotado no Batalhão da Polícia Militar daquele município.

A declaração de atendimento no Hospital Municipal de Peixoto de Azevedo também havia sido fraudado, conforme a empresa. O documento era assinado por um médico que nem mesmo pertencia ao corpo clínico da unidade de saúde.

Para finalizar, a agência bancária apresentada para pagamento da indenização era localizada em um município diferente de onde o acidente havia ocorrido e onde a vítima disse que residia.

Outra denúncia foi feita com base em um inquérito instaurado em 2013 para apurar a fraude na indenização solicitada, em 2011, por um homem que alegou ter sofrido um acidente de moto em Porto Esperidião, a 358 km da capital, em outubro de 2008.

Ao localizar a vítima em um endereço difente daquele informado à seguradora, a empresa foi informada de que o homem havia sofrido um acidente em dezembro de 2010, em Porto Velho, quando foi atropelado. A vítima alegou que nunca esteve em mato Grosso e que assinou uma procuração a Valtemir Gomes de Araújo Filho, que passava pelo local na hora do acidente.

Segundo a vítima, o suspeito teria informado sobre a indenização do DPVAT e pediu toda sua documentação pessoal para dar entrada no pedido, mas ele nunca mais teve notícias do suspeito.

Fonte: g1 globo
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