goo.gl/fTxQGR | Se por um lado o advogado Juliano Trevisan, que foi barrado em um bar de Curitiba, ficou assustado com a dimensão que o seu relato alcançou nas redes sociais, por outro, ele se sentiu encorajado – mais uma vez – a dar continuidade ao debate sobre discriminação. "É uma luta diária", disse Juliano.
Juliano Trevisan é negro, tem 27 anos e foi a uma casa noturna com amigos. Vestido com camisa preta, calça social, sapato marrom e gravata preta, ele foi informado por funcionários que não poderia entrar porque seria confundido com um segurança. Ele simplesmente foi embora.
No dia seguinte, em uma carta aberta no Facebook, dividiu o constrangimento. Inicialmente, o desabafo era apenas para amigos, mas cada compartilhamento demonstra que esta pode ser a realidade de muitos.
“Quando eu publiquei, não sabia que ia ter uma repercussão tão grande. Eu fiquei assustado. Na verdade, eu ainda estou meio assustado, mas surgiu uma função social por trás disso tudo”, disse Juliano.
Desde o desabafo, o advogado tem recebido inúmeras mensagens de pessoas que passaram por situações semelhantes.
Mesmo com a retratação, os responsáveis pela casa noturna chamaram Juliano Trevisan para uma conversa nesta semana. O caso aconteceu na quinta-feira (13).
Ele disse que ainda não sabe qual atitude vai tomar a partir de agora, mas acha essencial que a história não tenha um ponto final neste momento.
“Muita gente generalizando, falando que Curitiba é preconceituosa, que o Brasil é uma merda. Eu acho errado generalizar desta forma. Quando você fala em discriminação, não é a parede, uma estrutura, não é um prédio que comete a discriminação contra você. Não é uma região geográfica que comete discriminação. São as pessoas. Então, se elas estão em cargo de gerência em uma casa ou trabalhando em qualquer função, se elas não mudarem a cabeça, vão continuar reproduzindo discriminação.”
Advogado relata ter sido barrado em entrada de bar por estar “parecendo um segurança” (Foto: Reprodução/ Facebook)
Por Bibiana Dionísio, G1 PR, Curitiba
Fonte: g1 globo
Juliano Trevisan é negro, tem 27 anos e foi a uma casa noturna com amigos. Vestido com camisa preta, calça social, sapato marrom e gravata preta, ele foi informado por funcionários que não poderia entrar porque seria confundido com um segurança. Ele simplesmente foi embora.
No dia seguinte, em uma carta aberta no Facebook, dividiu o constrangimento. Inicialmente, o desabafo era apenas para amigos, mas cada compartilhamento demonstra que esta pode ser a realidade de muitos.
“Quando eu publiquei, não sabia que ia ter uma repercussão tão grande. Eu fiquei assustado. Na verdade, eu ainda estou meio assustado, mas surgiu uma função social por trás disso tudo”, disse Juliano.
Desde o desabafo, o advogado tem recebido inúmeras mensagens de pessoas que passaram por situações semelhantes.
Se esses casos não forem levados para frente, vão acabar acontecendo sempre. Muita gente não chega nem a denunciar publicamente. Eu estou recebendo muitas mensagens de pessoas falando que passaram pela mesma situação, mas não tiveram a coragem que eu tive. Disseram que se sentiram representados, então, eu vejo que teve uma função social grande”.O cenário da história de Juliano é o James Bar. Os responsáveis pelo local divulgaram uma retratação pública, dizendo que a atitude dos funcionários não condiz com que acreditam. Os dois colaboradores, de acordo com o bar, foram demitidos.
Mesmo com a retratação, os responsáveis pela casa noturna chamaram Juliano Trevisan para uma conversa nesta semana. O caso aconteceu na quinta-feira (13).
Ele disse que ainda não sabe qual atitude vai tomar a partir de agora, mas acha essencial que a história não tenha um ponto final neste momento.
A discriminação tem que ser repudiada independentemente pela cor, pela roupa, pela orientação sexual...”Há também a repercussão negativa. Segundo Trevisan, ele recebeu mensagens de pessoas incitando a violência, falando em destruir o bar. Surgiram ainda generalizações que incomodam o advogado.
“Muita gente generalizando, falando que Curitiba é preconceituosa, que o Brasil é uma merda. Eu acho errado generalizar desta forma. Quando você fala em discriminação, não é a parede, uma estrutura, não é um prédio que comete a discriminação contra você. Não é uma região geográfica que comete discriminação. São as pessoas. Então, se elas estão em cargo de gerência em uma casa ou trabalhando em qualquer função, se elas não mudarem a cabeça, vão continuar reproduzindo discriminação.”
Advogado relata ter sido barrado em entrada de bar por estar “parecendo um segurança” (Foto: Reprodução/ Facebook)
Por Bibiana Dionísio, G1 PR, Curitiba
Fonte: g1 globo