goo.gl/mLVCpF | O advogado de Palmital (SP) que respondeu a um requerimento de um juiz com um emoji ‘joinha’ decidiu protocolar um pedido de desculpa diante da repercussão que o fato teve. A imagem do documento com o símbolo, comumente usado em conversas na internet, viralizou nas redes sociais e dividiu opiniões.
“Se não tivesse toda repercussão não teria motivo para explicar minha conduta, por isso resolvi protocolar esse pedido. E também por respeito ao juiz, o próprio Juizado, o judiciário por conta da nossa relação próxima e, naturalmente, também em respeito aos funcionários do Cartório, como se trata de uma cidade pequena, nós somos todos amigos, então não queria que ficasse alguma má impressão de que eu tivesse tentado ser sarcástico ou desrespeitado o poder judiciário. Foi para colocar fim nessa celeuma toda e seguir a vida”, disse o advogado em entrevista ao G1 nessa quinta-feira (31).
Segundo advogado, o documento onde ele explica a conduta e pede desculpa por qualquer desconforto foi protocolado junto ao mesmo processo no qual ele respondeu o juiz de maneira informal utilizando o emoji. A ação era de indenização por danos materiais e morais contra uma companhia área, encaminhada ao Juizado Especial Cível, que atua em pequenas causas.
O ‘joinha’ foi a forma que o advogado utilizou para responder ao questionamento do juiz se acordo firmado no processo havia sido cumprido. Segundo o advogado, ele não esperava que o fato tivesse repercussão e em nenhum momento quis desrespeitar a seriedade do âmbito jurídico.
“Eu não esperava essa repercussão, não fiz de uma maneira jocosa, foi de forma muito natural. É que eu sou muito sucinto nas minhas petições e hoje com essa linguagem da internet, com símbolos eu resolvi responder com esse desenho. A petição era em resposta ao pedido do juiz, que faz parte do processo, um despacho normal. Nós fizemos o acordo e ele intima os advogados para saber se foi cumprido e essa foi a minha resposta ao cumprimento do acordo”, afirma.
Advogado respondeu juiz com figura de um 'joinha' (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
O advoga justificou ainda que o Juizado Especial tem um caráter mais informal, que de certa forma permitiria o uso dessa linguagem mais inusitada. Fato que ele reitera no protocolo de desculpa. (Veja o documento na íntegra abaixo).
Ainda no documento protocolado nesta quinta-feira, Luiz Ronaldo da Silva destaca a repercussão do caso e se desculpa, como demonstra o trecho:
Ao tempo em que pedimos sinceras desculpas se porventura a referida manifestação tenha causado algum desconforto ao Juízo ou aos nobres Serventuários, requeremos desconsideração da referida peça processual e aproveitamos o ensejo para informar que o acordo entabulado pelas partes foi integralmente cumprido [...]
O G1 tentou contato novamente com o juiz Victor Garms Gonçalves que recebeu a petição, mas ele não retornou. Anteriormente, ele já havia informado que não iria comentar o caso.
Documento foi protocolado no cartório nesta quinta-feira em Palmital (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
No texto, o advogado pede desculpa por qualquer desconforto causado pela manifestação com o uso do 'joinha' (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
Foi a primeira vez também que Luiz Ronaldo utilizou um emoji, linguagem comum nas redes sociais, em uma petição, mas o uso de desenhos para explicar de forma sucinta - como ele mesmo define - as argumentações dos processos não é algo inédito. “Eu costumo usar desenhos para explicar alguns pontos dos processos. Faz parte do meu perfil, sou muito sucinto nas petições, então uso desenhos e abreviações para facilitar”, conta.
Advogado de Palmital já usou recursos de desenhos em outros processos (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
O assunto repercutiu não só nas redes sociais, mas também entre advogados acostumados com uma formalidade típica da profissão, seja na forma de falar ou de se vestir. “Não acho que era um assunto que demandasse uma reação até certo ponto sarcástica, vamos dizer assim”, destaca o advogado Gustavo Furlaneto.
O presidente da Ordem dos Advogados de Palmital classificou o gesto como uma brincadeira e também ficou surpreso com a repercussão do fato. “Fiquei estupefato e achei surpreendente que uma singela manifestação em um processo pudesse causar tamanha celeuma”, afirma João Francisco Gonçalves Gil.
Por Mariana Bonora*, G1 Bauru e Marília
Fonte: g1 globo
“Se não tivesse toda repercussão não teria motivo para explicar minha conduta, por isso resolvi protocolar esse pedido. E também por respeito ao juiz, o próprio Juizado, o judiciário por conta da nossa relação próxima e, naturalmente, também em respeito aos funcionários do Cartório, como se trata de uma cidade pequena, nós somos todos amigos, então não queria que ficasse alguma má impressão de que eu tivesse tentado ser sarcástico ou desrespeitado o poder judiciário. Foi para colocar fim nessa celeuma toda e seguir a vida”, disse o advogado em entrevista ao G1 nessa quinta-feira (31).
Segundo advogado, o documento onde ele explica a conduta e pede desculpa por qualquer desconforto foi protocolado junto ao mesmo processo no qual ele respondeu o juiz de maneira informal utilizando o emoji. A ação era de indenização por danos materiais e morais contra uma companhia área, encaminhada ao Juizado Especial Cível, que atua em pequenas causas.
O ‘joinha’ foi a forma que o advogado utilizou para responder ao questionamento do juiz se acordo firmado no processo havia sido cumprido. Segundo o advogado, ele não esperava que o fato tivesse repercussão e em nenhum momento quis desrespeitar a seriedade do âmbito jurídico.
“Eu não esperava essa repercussão, não fiz de uma maneira jocosa, foi de forma muito natural. É que eu sou muito sucinto nas minhas petições e hoje com essa linguagem da internet, com símbolos eu resolvi responder com esse desenho. A petição era em resposta ao pedido do juiz, que faz parte do processo, um despacho normal. Nós fizemos o acordo e ele intima os advogados para saber se foi cumprido e essa foi a minha resposta ao cumprimento do acordo”, afirma.
Advogado respondeu juiz com figura de um 'joinha' (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
O advoga justificou ainda que o Juizado Especial tem um caráter mais informal, que de certa forma permitiria o uso dessa linguagem mais inusitada. Fato que ele reitera no protocolo de desculpa. (Veja o documento na íntegra abaixo).
Ainda no documento protocolado nesta quinta-feira, Luiz Ronaldo da Silva destaca a repercussão do caso e se desculpa, como demonstra o trecho:
Ao tempo em que pedimos sinceras desculpas se porventura a referida manifestação tenha causado algum desconforto ao Juízo ou aos nobres Serventuários, requeremos desconsideração da referida peça processual e aproveitamos o ensejo para informar que o acordo entabulado pelas partes foi integralmente cumprido [...]
O G1 tentou contato novamente com o juiz Victor Garms Gonçalves que recebeu a petição, mas ele não retornou. Anteriormente, ele já havia informado que não iria comentar o caso.
Documento foi protocolado no cartório nesta quinta-feira em Palmital (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
No texto, o advogado pede desculpa por qualquer desconforto causado pela manifestação com o uso do 'joinha' (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
Repercussão na área
O Juizado Especial Cível de pequenas causas de Palmital tem 20 anos, e, de acordo com funcionários do cartório, essa foi a primeira vez que um advogado se manifestou assim em uma ação.Foi a primeira vez também que Luiz Ronaldo utilizou um emoji, linguagem comum nas redes sociais, em uma petição, mas o uso de desenhos para explicar de forma sucinta - como ele mesmo define - as argumentações dos processos não é algo inédito. “Eu costumo usar desenhos para explicar alguns pontos dos processos. Faz parte do meu perfil, sou muito sucinto nas petições, então uso desenhos e abreviações para facilitar”, conta.
Advogado de Palmital já usou recursos de desenhos em outros processos (Foto: Luiz Ronaldo da Silva / Arquivo pessoal )
O assunto repercutiu não só nas redes sociais, mas também entre advogados acostumados com uma formalidade típica da profissão, seja na forma de falar ou de se vestir. “Não acho que era um assunto que demandasse uma reação até certo ponto sarcástica, vamos dizer assim”, destaca o advogado Gustavo Furlaneto.
O presidente da Ordem dos Advogados de Palmital classificou o gesto como uma brincadeira e também ficou surpreso com a repercussão do fato. “Fiquei estupefato e achei surpreendente que uma singela manifestação em um processo pudesse causar tamanha celeuma”, afirma João Francisco Gonçalves Gil.
Por Mariana Bonora*, G1 Bauru e Marília
Fonte: g1 globo