goo.gl/5Nj5ds | Um armamento de pressão, com munição plástica, foi confundido com uma metralhadora M60, cuja apreensão, na favela de Parada de Lucas, na Zona Norte, foi noticiada pela Polícia Militar, na semana passada. Uma análise da Delegacia Especializada em Armas Munições e Explosivos (Desarme) revelou que a peça é, na verdade, um brinquedo, usado por praticantes de Airsoft. A descoberta foi divulgada nesta segunda-feira pela assessoria de imprensa da Polícia Civil. Na sexta-feira, a PM divulgou ter apreendido a arma — mesmo modelo usado pelo personagem Rambo, interpretado no cinema por Sylvester Stallone —, entre outros itens, inclusive munição.
Os policiais do 16º BPM (Olaria) que fizeram a apreensão chegaram a posar para fotos com o armamento. Um deles foi filmado manuseando a arma. Na ocasião, o comandante do batalhão, coronel Alex Benevenuto, afirmou que a apreensão da arma era um símbolo do poder de fogo dos traficantes da região. “A apreensão de uma metralhadora do porte da M60 é algo muito simbólico e mostra a estrutura de força que esses criminosos estão utilizando. Não temos informações de que uma arma igual a essa já tenha sido apreendida no Rio de Janeiro”, disse o coronel, na última sexta-feira.
Os peritos da Polícia Civil que analisaram o armamento verificaram que seu peso — cerca de três quilos — é bem inferior ao da versão verdadeira da arma que pesa 8,5kg. Além disso, havia fios elétricos no interior do cano e do carregador. O diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança no Rio, Vinícius Cavalcante, afirma que os policiais poderiam ter notado que se tratava de uma arma de brinquedo, observando algumas características.
— Além do peso, eles poderiam ter visto a coroa do cano do armamento, que deve ser bem menor por causa da bolinha do Airsoft. Também poderiam ter notado que não se tratava de uma arma de verdade, abrindo a tampa da caixa da culatra — diz Cavalcante.
Vinícius ressalta, no entanto, que a legislação brasileira exige que as armas de Airsoft, compradas ou importadas, tenham ponta laranja ou vermelha. Em alguns países da Europa e também nos EUA, no entanto, não há essa exigência.
A arma de airsoft será encaminhada ao Serviço de Perícias de Arma de Fogo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli da Polícia Civil para exames. No sábado, um dia depois de a apreensão ter sido divulgada, policiais do 16º BPM chegaram a realizar operações em Parada de Lucas e Vigário Geral. Procurada ontem para comentar o equívoco, a PM sugeriu que as questões fossem encaminhadas à Polícia Civil.
O delegado Fabrício Oliveira, titular da Desarme, informou, no dia do anúncio da apreensão, que a M60 pode perfurar até mesmo blindagens comerciais:
— Esse tipo de proteção, utilizado em veículos de passeio, não suporta tiros de calibre 7,62. Somente as blindagens policiais e militares são preparadas para resistir a esses tiros — afirmou o delegado.
A operação que terminou com a apreensão da metralhadora M60 foi realizada para tentar capturar os responsáveis pela morte do cabo Júlio César Silva Oliveira, de 36 anos, baleado durante uma tentativa de assalto na última quinta-feira na Rua Tinharé, em Parada de Lucas. Lotado na UPP Chatuba, na Penha, ele foi o 102º policial militar morto no estado do Rio este ano. O policial estava de carro e teria reagido a uma tentativa de assalto, quando teve o veículo cercado por criminosos.
Durante as operações, a PM recuperou cinco veículos roubados, incluindo um modelo semelhante ao usado pela Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil. Um suspeito de envolvimento com o tráfico foi morto, e outros quatro, presos. O chefe do tráfico em Parada de Lucas e Vigário Geral é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece uma recompensa de R$ 2 mil por informações que levem à sua captura.
Por Carolina Heringer
Fonte: oglobo.globo.com
Os policiais do 16º BPM (Olaria) que fizeram a apreensão chegaram a posar para fotos com o armamento. Um deles foi filmado manuseando a arma. Na ocasião, o comandante do batalhão, coronel Alex Benevenuto, afirmou que a apreensão da arma era um símbolo do poder de fogo dos traficantes da região. “A apreensão de uma metralhadora do porte da M60 é algo muito simbólico e mostra a estrutura de força que esses criminosos estão utilizando. Não temos informações de que uma arma igual a essa já tenha sido apreendida no Rio de Janeiro”, disse o coronel, na última sexta-feira.
Os peritos da Polícia Civil que analisaram o armamento verificaram que seu peso — cerca de três quilos — é bem inferior ao da versão verdadeira da arma que pesa 8,5kg. Além disso, havia fios elétricos no interior do cano e do carregador. O diretor da Associação Brasileira de Profissionais de Segurança no Rio, Vinícius Cavalcante, afirma que os policiais poderiam ter notado que se tratava de uma arma de brinquedo, observando algumas características.
— Além do peso, eles poderiam ter visto a coroa do cano do armamento, que deve ser bem menor por causa da bolinha do Airsoft. Também poderiam ter notado que não se tratava de uma arma de verdade, abrindo a tampa da caixa da culatra — diz Cavalcante.
Vinícius ressalta, no entanto, que a legislação brasileira exige que as armas de Airsoft, compradas ou importadas, tenham ponta laranja ou vermelha. Em alguns países da Europa e também nos EUA, no entanto, não há essa exigência.
A arma de airsoft será encaminhada ao Serviço de Perícias de Arma de Fogo do Instituto de Criminalística Carlos Éboli da Polícia Civil para exames. No sábado, um dia depois de a apreensão ter sido divulgada, policiais do 16º BPM chegaram a realizar operações em Parada de Lucas e Vigário Geral. Procurada ontem para comentar o equívoco, a PM sugeriu que as questões fossem encaminhadas à Polícia Civil.
Arma de verdade perfura blindagem
A notícia de que uma metralhadora M60 teria sido apreendida no Rio causou preocupação entre especialistas, uma vez que o modelo nunca havia sido encontrado pela polícia no estado. A M60 é considerada uma poderosa arma de guerra, capaz de efetuar 550 disparos por minuto e atingir com precisão um alvo a mil metros de distância. A metralhadora exige um sofisticado protocolo para ser usada. Ela é arrefecida por ar, operada a gás e dispara de uma culatra aberta.O delegado Fabrício Oliveira, titular da Desarme, informou, no dia do anúncio da apreensão, que a M60 pode perfurar até mesmo blindagens comerciais:
— Esse tipo de proteção, utilizado em veículos de passeio, não suporta tiros de calibre 7,62. Somente as blindagens policiais e militares são preparadas para resistir a esses tiros — afirmou o delegado.
A operação que terminou com a apreensão da metralhadora M60 foi realizada para tentar capturar os responsáveis pela morte do cabo Júlio César Silva Oliveira, de 36 anos, baleado durante uma tentativa de assalto na última quinta-feira na Rua Tinharé, em Parada de Lucas. Lotado na UPP Chatuba, na Penha, ele foi o 102º policial militar morto no estado do Rio este ano. O policial estava de carro e teria reagido a uma tentativa de assalto, quando teve o veículo cercado por criminosos.
Durante as operações, a PM recuperou cinco veículos roubados, incluindo um modelo semelhante ao usado pela Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil. Um suspeito de envolvimento com o tráfico foi morto, e outros quatro, presos. O chefe do tráfico em Parada de Lucas e Vigário Geral é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o Peixão. O Disque-Denúncia (2253-1177) oferece uma recompensa de R$ 2 mil por informações que levem à sua captura.
Por Carolina Heringer
Fonte: oglobo.globo.com