goo.gl/yaTVGm | Bandido, ladrão, assaltante, infrator, traficante, criminoso, delinquente, …
Quantas são as formas de rotular uma pessoa que pratica um ato considerado criminoso?
Em todos os lugares, desde que não se trate de pessoa com boas condições sociais, a notícia da prática de uma infração penal é lançada como: “Assaltante é preso”, “Traficante é morto a tiros”, “Bandido bom é bandido morto” e por aí vai.
Dentre os vários pontos em que necessitamos melhorar (no que se refere ao direito penal), está o fim da estigmatização de uma pessoa por praticar (e ser flagrado praticando) uma conduta contrária à lei.
Muitas vezes aquela é a primeira infração. Muitas vezes nem é “bandido”. Pode ter sido apenas a ocasião. Vai saber o que aconteceu na vida da pessoa para que ela fizesse o que fez.
Mas, não! É bandido, ladrão, safado, vagabundo, …
Já parou para pensar que a partir do momento em que rotulamos uma pessoa por praticar um crime (bandido, ladrão, traficante, assassino, …), transformando-a em algo que muitas vezes ela não é, estamos influenciando diretamente na transformação dela naquilo que afirmamos que ela é?
E esse rótulo a acompanha por um longo período. Em vários lugares e momentos ela será lembrado de que é “bandido”. A impossibilidade de tirar Certidão Negativa e conseguir emprego formal que o diga.
Por isso, estudos da criminologia moderna, incluindo aqueles voltados para a psicologia, apontam para a necessidade de pôr fim a esse rótulo, a essa estigmatização.
Quando rotulamos as pessoas, afastamos delas as suas naturais e indispensáveis condições que as tornam humanas, tanto no nosso trato para com elas, assim como no trato delas para com a gente e para com elas mesmas.
Depois de tanto ser chamada de “bandido” a pessoa realmente assume essa condição. Se todos dizem deve ser pelo fato de que realmente é.
Será que ainda falta muito para percebermos que não se trata de “nós x ‘eles’”, mas de nós e nós mesmos?!
Ainda dentro desse estudo da criminologia, surge a necessidade da sociedade se enxergar dentro dos presídios e daqueles que se encontram dentro dos presídios se enxergarem dentro da sociedade.
Não há divisão. No máximo, existem condições momentâneas que impedem a livre convivência, mas não divisão.
Todos que estão dentro dos presídios, independente das histórias individuais que os levaram a estar onde estão, são integrantes da sociedade em que vivemos, são, acima de tudo, humanos e dignos dos mesmos direitos fundamentais destinados a nós, que não estamos lá dentro…
… Mas podemos estar.
Uma direção sob efeito de álcool ou outra substância que cause dependência; um momento de perda de controle emocional; ou uma pensão alimentícia não paga é o suficiente para fazer com que você, “pessoa de bem”, se torne um “bandido”.
Como disse, basta uma ação e podemos nos transformar no “outro”, podemos parar lá dentro do local onde queremos esconder até a morte os “bandidos”.
Só que com você não é “bandido”, né?!
E esse é justamente o ponto em que precisamos chegar, não existe divisão, “nós x eles”, “pessoas de bem x criminosos”. Somos todos seres humanos integrantes de uma mesma sociedade. Ou evoluímos juntos ou ficamos como estamos, mergulhados em violência.
Um grande abraço a todas as pessoas que leem e até a próxima semana!
Por Pedro Magalhães Ganem
Fonte: Canal Ciências Criminais
Quantas são as formas de rotular uma pessoa que pratica um ato considerado criminoso?
Em todos os lugares, desde que não se trate de pessoa com boas condições sociais, a notícia da prática de uma infração penal é lançada como: “Assaltante é preso”, “Traficante é morto a tiros”, “Bandido bom é bandido morto” e por aí vai.
Dentre os vários pontos em que necessitamos melhorar (no que se refere ao direito penal), está o fim da estigmatização de uma pessoa por praticar (e ser flagrado praticando) uma conduta contrária à lei.
Muitas vezes aquela é a primeira infração. Muitas vezes nem é “bandido”. Pode ter sido apenas a ocasião. Vai saber o que aconteceu na vida da pessoa para que ela fizesse o que fez.
Mas, não! É bandido, ladrão, safado, vagabundo, …
Já parou para pensar que a partir do momento em que rotulamos uma pessoa por praticar um crime (bandido, ladrão, traficante, assassino, …), transformando-a em algo que muitas vezes ela não é, estamos influenciando diretamente na transformação dela naquilo que afirmamos que ela é?
E esse rótulo a acompanha por um longo período. Em vários lugares e momentos ela será lembrado de que é “bandido”. A impossibilidade de tirar Certidão Negativa e conseguir emprego formal que o diga.
Por isso, estudos da criminologia moderna, incluindo aqueles voltados para a psicologia, apontam para a necessidade de pôr fim a esse rótulo, a essa estigmatização.
Quando rotulamos as pessoas, afastamos delas as suas naturais e indispensáveis condições que as tornam humanas, tanto no nosso trato para com elas, assim como no trato delas para com a gente e para com elas mesmas.
Depois de tanto ser chamada de “bandido” a pessoa realmente assume essa condição. Se todos dizem deve ser pelo fato de que realmente é.
Será que ainda falta muito para percebermos que não se trata de “nós x ‘eles’”, mas de nós e nós mesmos?!
Ainda dentro desse estudo da criminologia, surge a necessidade da sociedade se enxergar dentro dos presídios e daqueles que se encontram dentro dos presídios se enxergarem dentro da sociedade.
Não há divisão. No máximo, existem condições momentâneas que impedem a livre convivência, mas não divisão.
Todos que estão dentro dos presídios, independente das histórias individuais que os levaram a estar onde estão, são integrantes da sociedade em que vivemos, são, acima de tudo, humanos e dignos dos mesmos direitos fundamentais destinados a nós, que não estamos lá dentro…
… Mas podemos estar.
Uma direção sob efeito de álcool ou outra substância que cause dependência; um momento de perda de controle emocional; ou uma pensão alimentícia não paga é o suficiente para fazer com que você, “pessoa de bem”, se torne um “bandido”.
Como disse, basta uma ação e podemos nos transformar no “outro”, podemos parar lá dentro do local onde queremos esconder até a morte os “bandidos”.
Só que com você não é “bandido”, né?!
E esse é justamente o ponto em que precisamos chegar, não existe divisão, “nós x eles”, “pessoas de bem x criminosos”. Somos todos seres humanos integrantes de uma mesma sociedade. Ou evoluímos juntos ou ficamos como estamos, mergulhados em violência.
Um grande abraço a todas as pessoas que leem e até a próxima semana!
Por Pedro Magalhães Ganem
Fonte: Canal Ciências Criminais