goo.gl/V8TpsY | Ao mesmo tempo que contava os minutos para o fim do expediente fazia minha lista de compras na cabeça. Não podia esquecer nada! Morar sozinha não é fácil e a parte do supermercado é uma das mais importantes. Enquanto fazia a listagem combinava de encontrar com uma amiga lá no supermercado. Praticidade é tudo, então comprar e colocar os papos em dia ao mesmo tempo é vida!
Já estava em frente a máquina de bater ponto esperando os segundos finais, quando um colega de trabalho se aproximou e me presenteou com uma caixa de bombons. O “mimo” era reconhecimento por um resultado positivo de um trabalho feito em equipe. Fiquei feliz, não só pelo agradecimento, mas por serem meus chocolates favoritos. Estava tentada em abrir ali e já comer uns três, mas mesmo com água na boca resolvi guardar a caixa na bolsa para saboreá-los mais tarde. Agradeci a gentileza, bati o ponto e fui encontrá-la no supermercado.
Pega uma coisa daqui, conversa um pouco dali. Pronto! Carrinho cheio e assuntos atualizados, hora de passar tudo no caixa e seguir a programação da noite. Passadas as compras, me dirijo ao caixa eletrônico sacar mais dinheiro para pagar o táxi de volta. Já na porta do supermercado sinto uma mão puxando meu braço e uma voz em alto tom:
- Você não vai pagar a caixa de bombons que está dentro da sua bolsa? – gritou o fiscal.
- Que caixa? – respondi confusa.
- Essa de chocolates que está dentro da sua bolsa. – insistiu.
- Ah sim! Mas essa caixa foi um presente que ganhei de um colega de trabalho. Não faz parte das compras.
- Então, onde está o cupom fiscal? – persistiu o funcionário.
- Moço, foi um presente, eu não tenho o cupom fiscal. – respondi já nervosa com aquela situação.
-Nós vimos você roubando, temos provas! – acusou.
- Onde estão suas provas ? – contestei com firmeza.
- Não toleramos ladras aqui, mocinha! Vou lá dentro verificar o código da caixa de bombons, se passar na nossa máquina é porque você roubou. Fique aqui com o segurança! – gritou novamente.
Ainda tentei retrucar, mas o fiscal me ignorou, virou as costas e saiu com a caixa. Eu já estava trêmula de tanto constrangimento na porta de um supermercado. Nesse momento todo mundo que entrava ou saía do local já me olhava julgando. Liguei para meu colega que me presenteou com os bombons, pedi a ele o cupom fiscal. Por telefone disse que iria procurar, mas não podia garantir que encontraria. O fiscal voltou.
- Moça o código passou. Você roubou a caixa! – afirmou com todas as letras.
- Cadê o gerente? Quero falar com ele. – indaguei sem acreditar que estava passando por isso.
- Não tem gerente aqui. – respondeu com deboche.
- Vou chamar a polícia, então!
- Pode chamar, porque nós já acionamos também.
Em menos de três minutos a viatura estava lá. Explicamos a situação e o policial pediu pra chamar alguém da gerência. Quase uma hora depois o gerente pediu para entrar só o policial. Enquanto isso, eu continuava na porta do supermercado, com um segurança ao meu lado, a viatura e minha amiga tentando me consolar por esse mal entendido.
Sem nenhum acordo feito entre a polícia e a gerência seguimos todos para a delegacia. O fiscal foi na viatura e eu no carro do namorado da minha amiga escoltada pela polícia. Ao chegar lá, o fiscal foi ouvido primeiro. Em seguida me chamaram. O próprio delegado me contou que o funcionário explicou que as câmeras do supermercado não estavam funcionando, que ele não viu o roubo, apenas a caixa de bombons dentro da minha bolsa e, por isso, seguiu os procedimentos da empresa.
Contei minha versão, além disso o meu colega também foi parar na delegacia para explicar sua parte. Era mais de meia noite quando saí de lá. Arrasada, injustiçada e desacreditando em tudo que fui obrigada a passar. Fiz o boletim de ocorrência e processei o fiscal e o supermercado, por injúria e difamação.
Na audiência de conciliação, o fiscal jogou toda a culpa nas normas do supermercado. Fizemos acordo e isso foi bom para o meu processo contra o estabelecimento. Já na audiência de conciliação com o supermercado – que não tinha provas - me ofereceram 2500 reais. Não aceitei e seguimos para audiência de instrução. Ofereceram-me novamente 2500 reais. Não aceitei. Partiu para o julgamento. Pedi 30 mil que é o máximo para pequenas causas, mas que não devolve toda a vergonha que passei naquele dia. Com todas as provas possíveis que eu era inocente e que o fiscal e o supermercado cometeram um erro, ganhei a causa. Por indenização levei 15 mil reais o que dá mais ou menos 1875 caixas de bombons, que com certeza não irei comprar nesse supermercado!
Por Giuliane Alves
Fonte: portal730.com.br
Já estava em frente a máquina de bater ponto esperando os segundos finais, quando um colega de trabalho se aproximou e me presenteou com uma caixa de bombons. O “mimo” era reconhecimento por um resultado positivo de um trabalho feito em equipe. Fiquei feliz, não só pelo agradecimento, mas por serem meus chocolates favoritos. Estava tentada em abrir ali e já comer uns três, mas mesmo com água na boca resolvi guardar a caixa na bolsa para saboreá-los mais tarde. Agradeci a gentileza, bati o ponto e fui encontrá-la no supermercado.
Pega uma coisa daqui, conversa um pouco dali. Pronto! Carrinho cheio e assuntos atualizados, hora de passar tudo no caixa e seguir a programação da noite. Passadas as compras, me dirijo ao caixa eletrônico sacar mais dinheiro para pagar o táxi de volta. Já na porta do supermercado sinto uma mão puxando meu braço e uma voz em alto tom:
- Você não vai pagar a caixa de bombons que está dentro da sua bolsa? – gritou o fiscal.
- Que caixa? – respondi confusa.
- Essa de chocolates que está dentro da sua bolsa. – insistiu.
- Ah sim! Mas essa caixa foi um presente que ganhei de um colega de trabalho. Não faz parte das compras.
- Então, onde está o cupom fiscal? – persistiu o funcionário.
- Moço, foi um presente, eu não tenho o cupom fiscal. – respondi já nervosa com aquela situação.
-Nós vimos você roubando, temos provas! – acusou.
- Onde estão suas provas ? – contestei com firmeza.
- Não toleramos ladras aqui, mocinha! Vou lá dentro verificar o código da caixa de bombons, se passar na nossa máquina é porque você roubou. Fique aqui com o segurança! – gritou novamente.
Ainda tentei retrucar, mas o fiscal me ignorou, virou as costas e saiu com a caixa. Eu já estava trêmula de tanto constrangimento na porta de um supermercado. Nesse momento todo mundo que entrava ou saía do local já me olhava julgando. Liguei para meu colega que me presenteou com os bombons, pedi a ele o cupom fiscal. Por telefone disse que iria procurar, mas não podia garantir que encontraria. O fiscal voltou.
- Moça o código passou. Você roubou a caixa! – afirmou com todas as letras.
- Cadê o gerente? Quero falar com ele. – indaguei sem acreditar que estava passando por isso.
- Não tem gerente aqui. – respondeu com deboche.
- Vou chamar a polícia, então!
- Pode chamar, porque nós já acionamos também.
Em menos de três minutos a viatura estava lá. Explicamos a situação e o policial pediu pra chamar alguém da gerência. Quase uma hora depois o gerente pediu para entrar só o policial. Enquanto isso, eu continuava na porta do supermercado, com um segurança ao meu lado, a viatura e minha amiga tentando me consolar por esse mal entendido.
Sem nenhum acordo feito entre a polícia e a gerência seguimos todos para a delegacia. O fiscal foi na viatura e eu no carro do namorado da minha amiga escoltada pela polícia. Ao chegar lá, o fiscal foi ouvido primeiro. Em seguida me chamaram. O próprio delegado me contou que o funcionário explicou que as câmeras do supermercado não estavam funcionando, que ele não viu o roubo, apenas a caixa de bombons dentro da minha bolsa e, por isso, seguiu os procedimentos da empresa.
Contei minha versão, além disso o meu colega também foi parar na delegacia para explicar sua parte. Era mais de meia noite quando saí de lá. Arrasada, injustiçada e desacreditando em tudo que fui obrigada a passar. Fiz o boletim de ocorrência e processei o fiscal e o supermercado, por injúria e difamação.
Na audiência de conciliação, o fiscal jogou toda a culpa nas normas do supermercado. Fizemos acordo e isso foi bom para o meu processo contra o estabelecimento. Já na audiência de conciliação com o supermercado – que não tinha provas - me ofereceram 2500 reais. Não aceitei e seguimos para audiência de instrução. Ofereceram-me novamente 2500 reais. Não aceitei. Partiu para o julgamento. Pedi 30 mil que é o máximo para pequenas causas, mas que não devolve toda a vergonha que passei naquele dia. Com todas as provas possíveis que eu era inocente e que o fiscal e o supermercado cometeram um erro, ganhei a causa. Por indenização levei 15 mil reais o que dá mais ou menos 1875 caixas de bombons, que com certeza não irei comprar nesse supermercado!
Por Giuliane Alves
Fonte: portal730.com.br