Ex-secretário alega que não consegue emprego, mas juíza mantém tornozeleira eletrônica

goo.gl/kV8pJC | Considerado braço direito do ex-governador Silval Barbosa (sem partido), o ex-secretário da Casa Civil, Pedro Nadaf, teve seu pedido para a retirada da tornozeleira eletrônica negado pela juíza Selma Rosane Santos Arruda, da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Em seu pedido, o ex-secretário alegou que usa o equipamento há mais de 1 ano e não apresentou nenhuma falta grave em relação as medidas cautelares impostas desde quando foi solto.

Além disso, Nadaf afirmou que tem passado por constrangimentos por conta do aparelho, como a dificuldade em encontrar emprego. “O uso do aparelho acaba lhe impedindo de refazer sua vida, já que desde que foi solto está tentado insistentemente conseguir emprego e não obtém êxito quando informa que faz uso da tornozeleira eletrônica”, diz a defesa.

Porém, a juíza refutou os argumentos da defesa e decidiu pela manutenção do uso da tornozeleira por parte do ex-secretário. Selma Arruda apontou que a vigilância pelo equipamento pelo período de cinco anos consta no acordo de colaboração premiada entre Nadaf e o Ministério Público Federal.

O acordo já foi homologado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Luiz Fux, após Nadaf devolver R$ 17 milhões aos cofres públicos. “Vê-se, assim, que o réu ao firmar o termo de colaboração premiada concordou com as condições impostas não havendo qualquer fato novo apto a demonstrar a desnecessidade da manutenção das cautelares decretadas”, diz a decisão.

BENEFÍCIO COM A TORNOZELEIRA


Em relação ao constrangimento pelo uso da tornozeleira, a magistrada destacou que o equipamento representa um "benefício", já que ele poderia se encontrar segregado numa unidade prisional. “Diferentemente do que foi alegado pela defesa a possibilidade de o réu gozar do benefício de se livrar do cárcere sob vigilância indireta do Estado, por meio do monitoramento eletrônico, não constitui motivo de humilhação e ou limitação para exercer labor lícito”, explicou.

Apontado como um dos operadores dos diversos esquemas de corrupção comandados pelo ex-governador Silval Barbosa, Pedro Nadaf esteve preso entre setembro de 2015 e setembro de 2016. Ele deixou a cadeia após colaborar com a Justiça.

Réu em várias ações penais, já foi condenado a mais de 7 anos de prisão numa das ações penais derivadas da “Operação Sodoma”. Noutras ações em que não houveram sentença, Nadaf pede perdão judicial.

Por Ilídio Luciano
Fonte: www.folhamax.com.br
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