goo.gl/xsR8Tv | Um estudante de Estudos Religiosos na Indiana University of Pennsylvania foi expulso da sala de aula após afirmar que existem apenas dois gêneros. A punição aconteceu durante uma aula da disciplina “Christianity 481: Self, Sin, and Salvation” (“Cristianismo 481: Indivíduo, Pecado e Salvação”, em tradução livre).
De acordo com o estudante, Lake Ingle, a professora Alison Downie estava orientando uma discussão sobre questões de gênero e exibiu um vídeo de um Ted Talk da pastora Paula Stone Williams, uma mulher transgênero.
Após a exibição do vídeo, Ingle relata que a professora pediu que estudantes mulheres fossem as primeiras a discutir questões sobre sexismo e privilégio masculino. Como nenhuma aluna se manifestou, ele expressou sua opinião, que, segundo ele, teria causado a reação da professora.
“O espaço estava aberto e nenhuma mulher falou. Então decidi que era permissível que eu entrasse no debate, principalmente porque senti se tratar de algo totalmente inapropriado em sua estrutura”, conta Ingle.
“Contestei o uso de relatos pessoais das experiências de uma mulher para iniciar uma discussão em que eles eram considerados reais. Foi durante a minha contestação que a Dra. Downie tentou me silenciar porque, bem, não sou uma mulher”, completa.
No dia seguinte, a professora entregou a Ingle um Formulário de Referência de Integridade Acadêmica e um Acordo Documentado acusando o estudante de “contestação desrespeitosa”, “falar fora da sua vez”, “explosões de raiva” e “referências desrespeitosas à validade da identidade e da experiência trans”.
O Acordo Documentado determina que Ingle retorne às aulas da disciplina, que é necessária para que possa se formar ao final deste semestre letivo, com um pedido de desculpas e que escute em silêncio enquanto os colegas e a professora reagem verbalmente ao seu comportamento.
No documento, a instituição exige ainda que o estudante escreva um pedido de desculpas formal para a docente.
“Minha professora está violando meu direito à Primeira Emenda por minhas perspectivas e ideologias serem diferentes das delas”, argumenta Ingle. “Ela assumiu a tarefa de me silenciar e constranger por me manifestar durante a aula”, completa.
Para Ingle, o incidente não é uma questão sobre gênero, mas sobre liberdade de expressão. E a ação da professora foi uma demonstração de abuso de autoridade e doutrinação na sala de aula.
“É minha crença mais firme que todos os seres humanos têm a liberdade e o direito de se identificar, vestir e apresentar como acharem mais apropriado. Acredito que isso é uma tentativa de silenciar minhas perspectivas especificamente porque elas contradizem aquelas que a professora impõe na sala de aula”, conclui o estudante.
O presidente da Indiana University of Pennsylvania, Dr. Michael A. Driscoll, anunciou em coletiva de imprensa, que decidiu "pausar indefinidamente o processo formal [de suspensão] da universidade sem resolução".
"Com base em uma revisão das políticas vigentes, o estudante foi informado que poderia voltar às aulas", disse Driscoll. "Espero que ele esteja presente daqui para frente", completou.
Em uma postagem no Facebook, Ingle afirmou que considera a decisão do presidente uma vitória: "Apesar de eu estar curioso sobre qual seria a decisão do Conselho de Integridade Acadêmica, estou grato por poder continuar o curso e me formar no tempo certo."
Por Andressa Muniz
Fonte: www.gazetadopovo.com.br
De acordo com o estudante, Lake Ingle, a professora Alison Downie estava orientando uma discussão sobre questões de gênero e exibiu um vídeo de um Ted Talk da pastora Paula Stone Williams, uma mulher transgênero.
Após a exibição do vídeo, Ingle relata que a professora pediu que estudantes mulheres fossem as primeiras a discutir questões sobre sexismo e privilégio masculino. Como nenhuma aluna se manifestou, ele expressou sua opinião, que, segundo ele, teria causado a reação da professora.
“O espaço estava aberto e nenhuma mulher falou. Então decidi que era permissível que eu entrasse no debate, principalmente porque senti se tratar de algo totalmente inapropriado em sua estrutura”, conta Ingle.
“Contestei o uso de relatos pessoais das experiências de uma mulher para iniciar uma discussão em que eles eram considerados reais. Foi durante a minha contestação que a Dra. Downie tentou me silenciar porque, bem, não sou uma mulher”, completa.
Repercussão
No dia seguinte, a professora entregou a Ingle um Formulário de Referência de Integridade Acadêmica e um Acordo Documentado acusando o estudante de “contestação desrespeitosa”, “falar fora da sua vez”, “explosões de raiva” e “referências desrespeitosas à validade da identidade e da experiência trans”.
O Acordo Documentado determina que Ingle retorne às aulas da disciplina, que é necessária para que possa se formar ao final deste semestre letivo, com um pedido de desculpas e que escute em silêncio enquanto os colegas e a professora reagem verbalmente ao seu comportamento.
No documento, a instituição exige ainda que o estudante escreva um pedido de desculpas formal para a docente.
“Minha professora está violando meu direito à Primeira Emenda por minhas perspectivas e ideologias serem diferentes das delas”, argumenta Ingle. “Ela assumiu a tarefa de me silenciar e constranger por me manifestar durante a aula”, completa.
Para Ingle, o incidente não é uma questão sobre gênero, mas sobre liberdade de expressão. E a ação da professora foi uma demonstração de abuso de autoridade e doutrinação na sala de aula.
“É minha crença mais firme que todos os seres humanos têm a liberdade e o direito de se identificar, vestir e apresentar como acharem mais apropriado. Acredito que isso é uma tentativa de silenciar minhas perspectivas especificamente porque elas contradizem aquelas que a professora impõe na sala de aula”, conclui o estudante.
Outro lado
O presidente da Indiana University of Pennsylvania, Dr. Michael A. Driscoll, anunciou em coletiva de imprensa, que decidiu "pausar indefinidamente o processo formal [de suspensão] da universidade sem resolução".
"Com base em uma revisão das políticas vigentes, o estudante foi informado que poderia voltar às aulas", disse Driscoll. "Espero que ele esteja presente daqui para frente", completou.
Em uma postagem no Facebook, Ingle afirmou que considera a decisão do presidente uma vitória: "Apesar de eu estar curioso sobre qual seria a decisão do Conselho de Integridade Acadêmica, estou grato por poder continuar o curso e me formar no tempo certo."
Por Andressa Muniz
Fonte: www.gazetadopovo.com.br