goo.gl/BN9VW2 | Estudantes da Fundação Getúlio Vargas (FGV) promoveram um ato na tarde desta segunda-feira (12) dentro da instituição de ensino, no Centro de São Paulo, para pedir a expulsão do aluno que compartilhou a foto de um colega negro em um grupo de WhatsApp com a frase "Achei esse escravo no fumódromo! Quem for o dono avisa!”.
Na terça-feira (6), a coordenação do curso de Administração Pública comunicou o estudante João Gilberto Lima que recebeu a denúncia de que um aluno do 4º semestre de Administração de Empresas compartilhou a foto com a frase. Ele registrou um boletim de ocorrência por injúria racial no 4º Distrito Policial da Consolação, e o caso repercutiu nas redes sociais.
Na sexta-feira, a Fundação Getúlio Vargas informou que suspendeu por três meses o aluno que enviou a mensagem por "possível conotação racista da ofensa". A instituição disse ter aplicado "severa punição ao ofensor".
Nesta segunda-feira (12), o coletivo negro 20 de Novembro FGV realizou o ato “Não temos dono” na quadra da instituição. O objetivo era alinhar um posicionamento em favor da expulsão do aluno que promoveu as ofensas e discutir a formas de combate ao racismo no ambiente universitário.
“Hoje a proposta foi engajar os alunos a cobrar transparência da Fundação Getúlio Vargas sobre a forma como ela pretende lidar com o caso, discutir formas de combater a discriminação aqui e definir o conteúdo da carta que vamos formalizar e entregar à congregação da instituição com o pedido de expulsão do aluno agressor”, explicou Thaynah Gutierrez, aluna do 3º semestre do curso de Administração Pública e integrantes do coletivo.
Thaynah Gutierrez e João Gilberto, vítima de comentário, estudam Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas e compõem o coletivo negro 20 de Novembro da instituição (Foto: Vivian Reis/G1)
Na visão de Thaynah, o envolvimento da FGV é fundamental para que episódios como esse não se repitam. “Antigamente tínhamos assembleias em que a direção ouvia as demandas dos alunos. Precisa ter um canal direto e transparente, caso contrário, as críticas permanecem fragmentadas e sem solução”, opina. Os alunos também pedem maior comunicação com a gestão da instituição e mais disponibilidade de bolsas.
Sobre o pedido de expulsão do autor da frase, o coletivo, assim como o Diretório Acadêmico da faculdade, que também vai redigir uma carta à congregação, não enxerga outra alternativa.
“Hoje a instituição nos comunicou que vai votar a expulsão do aluno antes que ele volte do período suspenso. Não tem outra forma de punição. Existem muitos Gustavos e é a única forma de dar o exemplo para evitar que práticas como essa se repitam”, completa.
Foto compartilhada por aluno da FGV; ele foi acusado de racismo e suspenso da faculdade (Foto: Foto: Reprodução/Redes sociais)
Na nota divulgada na sexta-feira (9), a Fundação Getúlio Vargas informou que a instituição não tem "qualquer participação, ainda que indireta" com o comentário ofensivo do estudante.
"Ante a possível conotação racista da ofensa, firme em sua postura de repúdio a toda forma de discriminação e preconceito, a FGV, tão logo tomou conhecimento dos fatos, tal qual prevê seu Código de Ética e Disciplina, de imediato aplicou severa punição ao ofensor, que foi suspenso de suas atividades curriculares por três meses, estando impedido de frequentar a escola, sem ressalva da adoção de medidas complementares, a partir da apuração dos fatos pelas autoridades competentes", diz o texto.
Por Vivian Reis, G1 SP, São Paulo
Fonte: g1 globo
Na terça-feira (6), a coordenação do curso de Administração Pública comunicou o estudante João Gilberto Lima que recebeu a denúncia de que um aluno do 4º semestre de Administração de Empresas compartilhou a foto com a frase. Ele registrou um boletim de ocorrência por injúria racial no 4º Distrito Policial da Consolação, e o caso repercutiu nas redes sociais.
Na sexta-feira, a Fundação Getúlio Vargas informou que suspendeu por três meses o aluno que enviou a mensagem por "possível conotação racista da ofensa". A instituição disse ter aplicado "severa punição ao ofensor".
Nesta segunda-feira (12), o coletivo negro 20 de Novembro FGV realizou o ato “Não temos dono” na quadra da instituição. O objetivo era alinhar um posicionamento em favor da expulsão do aluno que promoveu as ofensas e discutir a formas de combate ao racismo no ambiente universitário.
“Hoje a proposta foi engajar os alunos a cobrar transparência da Fundação Getúlio Vargas sobre a forma como ela pretende lidar com o caso, discutir formas de combater a discriminação aqui e definir o conteúdo da carta que vamos formalizar e entregar à congregação da instituição com o pedido de expulsão do aluno agressor”, explicou Thaynah Gutierrez, aluna do 3º semestre do curso de Administração Pública e integrantes do coletivo.
Thaynah Gutierrez e João Gilberto, vítima de comentário, estudam Administração Pública na Fundação Getúlio Vargas e compõem o coletivo negro 20 de Novembro da instituição (Foto: Vivian Reis/G1)
Temas discutidos
Na visão de Thaynah, o envolvimento da FGV é fundamental para que episódios como esse não se repitam. “Antigamente tínhamos assembleias em que a direção ouvia as demandas dos alunos. Precisa ter um canal direto e transparente, caso contrário, as críticas permanecem fragmentadas e sem solução”, opina. Os alunos também pedem maior comunicação com a gestão da instituição e mais disponibilidade de bolsas.
Sobre o pedido de expulsão do autor da frase, o coletivo, assim como o Diretório Acadêmico da faculdade, que também vai redigir uma carta à congregação, não enxerga outra alternativa.
“Hoje a instituição nos comunicou que vai votar a expulsão do aluno antes que ele volte do período suspenso. Não tem outra forma de punição. Existem muitos Gustavos e é a única forma de dar o exemplo para evitar que práticas como essa se repitam”, completa.
Foto compartilhada por aluno da FGV; ele foi acusado de racismo e suspenso da faculdade (Foto: Foto: Reprodução/Redes sociais)
FGV
Na nota divulgada na sexta-feira (9), a Fundação Getúlio Vargas informou que a instituição não tem "qualquer participação, ainda que indireta" com o comentário ofensivo do estudante.
"Ante a possível conotação racista da ofensa, firme em sua postura de repúdio a toda forma de discriminação e preconceito, a FGV, tão logo tomou conhecimento dos fatos, tal qual prevê seu Código de Ética e Disciplina, de imediato aplicou severa punição ao ofensor, que foi suspenso de suas atividades curriculares por três meses, estando impedido de frequentar a escola, sem ressalva da adoção de medidas complementares, a partir da apuração dos fatos pelas autoridades competentes", diz o texto.
Por Vivian Reis, G1 SP, São Paulo
Fonte: g1 globo