goo.gl/q1SUQG | Uma falsa advogada foi presa nesta terça-feira (4) em Praia Grande, no litoral de São Paulo, pela Polícia Federal, apontada como integrante da liderança de uma organização que frauda benefícios da Previdência Social desde 2013. Ela participou de ameaças contra servidores que descobriram e denunciaram o esquema, cujo prejuízo supera R$ 30 milhões.
A quadrilha foi identificada após a chefe e o gerente-executivo da agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Santo André (SP) verificarem as ações ilegais de um técnico na unidade. Ele foi preso preventivamente em abril, com outros integrantes da quadrilha, mas o esquema permaneceu ativo desde então.
Andrea Delfino, de 40 anos, que se intitulava advogada e corretora de imóveis, mas que, na verdade, não atua nas duas profissões, segundo a Polícia Federal, é integrante de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do país. Ela foi flagrada em interceptações de mensagens entre integrantes da quadrilha.
Interceptação de mensagens mostra ameaças a servidores que descobriram esquema em SP (Foto: Reprodução/MPF)
Em uma das conversas, monitoradas durante investigação do Ministério Público Federal (MPF), Andrea recebe a orientação: "Entenda. Nele [gerente] não é susto, é afastamento para até mudar de lugar ou se quebrar a ponto de não ir". O objetivo era retirar à força os servidores que não faziam parte do ilícito e tentavam barrá-lo.
Primeira fase da operação apreendeu documentos falsos utilizados pelo grupo (Foto: Divulgação/MPF)
Em outras mensagens, apuradas após a deflagração da primeira fase da operação, criminosos também reforçam as ameaças à chefe da unidade: "Tô com ódio dessa vaca. Eu quero quebrar ela". Segundo a polícia, a servidora precisou entrar em um programa de proteção diante do evidente risco de vida provocado pelo grupo.
A interceptação das conversas identificou que os telefonemas para ameaçar os funcionários públicos eram realizados por detentos, a partir de presídios no estado. Segundo apuração da Procuradoria em São Bernardo do Campo (SP), “o grupo usava métodos sofisticados para tentar ocultar a origem das ligações”.
"A mulher presa tinha função de liderança, para gerenciar essa quadrilha. Ela passava as ordens para conseguir informações para sustentar as ameaças", explicou o delegado Rafael Dantas, da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários. Ela foi localizada em um apartamento de luxo em frente à praia, no bairro Boqueirão.
A Procuradoria verificou que Andrea e o marido, que também integra a mesma facção criminosa, fugiram de Suzano (SP) para tentar despistar as investigações do caso. Os policiais identificaram que, a partir do crime, ela obteve enriquecimento ilícito superior a R$ 900 mil. Há um pedido na Justiça para bloquear os bens dela.
Dinheiro movimentado pelo esquema criminoso no INSS também foi apreendido (Foto: Divulgação/MPF )
Ainda segundo o delegado Rafael Dantas, o grupo investigado utilizava, principalmente, de documentos falsos para obter os benefícios. Há indícios de que os investigados atuavam na agência na Grande São Paulo há mais de cinco anos, e que os integrantes, que desviaram pelo menos R$ 30 milhões, recebiam mais de R$ 100 mil.
Dantas informou que, na operação desta terça-feira, um advogado também foi preso em Aguaí (SP) por porte ilegal de arma. Ele é suspeito de integrar o esquema. Foram cumpridos, ao longo do dia, nove mandados de busca e apreensão em endereços do grupo, com autorização do juízo da 3ª Vara Criminal Federal de Santo André.
Na primeira etapa da operação, cinco pessoas foram denunciadas pelo MPF à Justiça pelos crimes de associação criminosa, estelionato contra a União, inserção de dados falsos em sistemas públicos e corrupção ativa e passiva. Segundo a Procuradoria, dos cinco acusados, três permanecem presos, entre eles o técnico da agência.
O caso permanece em investigação pela polícia e pela Procuradoria, que formaram uma força-tarefa com o INSS e a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária do Ministério da Fazenda (Coinp). O objetivo, além de identificar todos os integrantes da quadrilha, é recuperar todo o dinheiro desviado. O G1 não conseguiu contato com a defesa de Andrea Delfino.
Por José Claudio Pimentel, G1 Santos
Fonte: g1 globo
A quadrilha foi identificada após a chefe e o gerente-executivo da agência do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) em Santo André (SP) verificarem as ações ilegais de um técnico na unidade. Ele foi preso preventivamente em abril, com outros integrantes da quadrilha, mas o esquema permaneceu ativo desde então.
Andrea Delfino, de 40 anos, que se intitulava advogada e corretora de imóveis, mas que, na verdade, não atua nas duas profissões, segundo a Polícia Federal, é integrante de uma facção criminosa que atua dentro e fora dos presídios do país. Ela foi flagrada em interceptações de mensagens entre integrantes da quadrilha.
Interceptação de mensagens mostra ameaças a servidores que descobriram esquema em SP (Foto: Reprodução/MPF)
Em uma das conversas, monitoradas durante investigação do Ministério Público Federal (MPF), Andrea recebe a orientação: "Entenda. Nele [gerente] não é susto, é afastamento para até mudar de lugar ou se quebrar a ponto de não ir". O objetivo era retirar à força os servidores que não faziam parte do ilícito e tentavam barrá-lo.
Primeira fase da operação apreendeu documentos falsos utilizados pelo grupo (Foto: Divulgação/MPF)
Em outras mensagens, apuradas após a deflagração da primeira fase da operação, criminosos também reforçam as ameaças à chefe da unidade: "Tô com ódio dessa vaca. Eu quero quebrar ela". Segundo a polícia, a servidora precisou entrar em um programa de proteção diante do evidente risco de vida provocado pelo grupo.
A interceptação das conversas identificou que os telefonemas para ameaçar os funcionários públicos eram realizados por detentos, a partir de presídios no estado. Segundo apuração da Procuradoria em São Bernardo do Campo (SP), “o grupo usava métodos sofisticados para tentar ocultar a origem das ligações”.
"A mulher presa tinha função de liderança, para gerenciar essa quadrilha. Ela passava as ordens para conseguir informações para sustentar as ameaças", explicou o delegado Rafael Dantas, da Delegacia de Repressão a Crimes Previdenciários. Ela foi localizada em um apartamento de luxo em frente à praia, no bairro Boqueirão.
A Procuradoria verificou que Andrea e o marido, que também integra a mesma facção criminosa, fugiram de Suzano (SP) para tentar despistar as investigações do caso. Os policiais identificaram que, a partir do crime, ela obteve enriquecimento ilícito superior a R$ 900 mil. Há um pedido na Justiça para bloquear os bens dela.
Dinheiro movimentado pelo esquema criminoso no INSS também foi apreendido (Foto: Divulgação/MPF )
Ainda segundo o delegado Rafael Dantas, o grupo investigado utilizava, principalmente, de documentos falsos para obter os benefícios. Há indícios de que os investigados atuavam na agência na Grande São Paulo há mais de cinco anos, e que os integrantes, que desviaram pelo menos R$ 30 milhões, recebiam mais de R$ 100 mil.
Dantas informou que, na operação desta terça-feira, um advogado também foi preso em Aguaí (SP) por porte ilegal de arma. Ele é suspeito de integrar o esquema. Foram cumpridos, ao longo do dia, nove mandados de busca e apreensão em endereços do grupo, com autorização do juízo da 3ª Vara Criminal Federal de Santo André.
Na primeira etapa da operação, cinco pessoas foram denunciadas pelo MPF à Justiça pelos crimes de associação criminosa, estelionato contra a União, inserção de dados falsos em sistemas públicos e corrupção ativa e passiva. Segundo a Procuradoria, dos cinco acusados, três permanecem presos, entre eles o técnico da agência.
O caso permanece em investigação pela polícia e pela Procuradoria, que formaram uma força-tarefa com o INSS e a Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária do Ministério da Fazenda (Coinp). O objetivo, além de identificar todos os integrantes da quadrilha, é recuperar todo o dinheiro desviado. O G1 não conseguiu contato com a defesa de Andrea Delfino.
Por José Claudio Pimentel, G1 Santos
Fonte: g1 globo