goo.gl/kJHthH | Em um estudo recente, a LawGeex, startup de tecnologia jurídica, desafiou 20 advogados experientes a testar suas qualificações e conhecimentos contra o algoritmo propulsionado por inteligência artificial (IA) desenvolvido pela firma — uma espécie de máquina versus humanos em uma batalha jurídica.
A tropa de inteligência humana, adversária da inteligência artificial, foi composta por diretores jurídicos de grandes empresas, tais como Goldman Sachs, Cisco e Alston & Bird, e por advogados empregados e autônomos.
Segundo o site do Fórum Econômico Mundial (FEM), o trabalho era examinar riscos contidos em cinco contratos de confidencialidade (NDAs – non-disclosure agreements).
Advinha quem ganhou?
Em termos de precisão, um dos 20 advogados conseguiu empatar com a inteligência artificial. Ambos atingiram 94% de precisão nessa tarefa. Coletivamente, a inteligência artificial ganhou, porque o grupo de advogados atingiu a média de 85%. Mas os humanos foram um pouco prejudicados, porque a precisão de um dos integrantes da equipe foi de apenas 67%.
Em termos de velocidade, a inteligência artificial arrasou. Deu um banho nos pobres humanos: cumpriu a tarefa de revisar todos os cinco contratos de confidencialidade em apenas 26 segundos. Em comparação, as mentes jurídicas da qualificada equipe de humanos levaram 92 minutos, em média, para concluir a tarefa.
O advogado mais rápido na revisão dos contratos levou 51 minutos para executar o trabalho. O mais lento, 156 minutos. O mais rápido foi cerca de 100 vezes mais lento do que a inteligência artificial.
“A realidade é que a tecnologia está revolucionando o trabalho que fazemos e como o fazemos”, diz o artigo publicado no site do Fórum Econômico Mundial. Mas, para os profissionais que veem a inteligência artificial e os robôs invadindo sua área de trabalho, a situação não é de desespero [total]. É de adaptação.
“A inteligência artificial e os robôs estão se ocupando de tarefas repetitivas, subalternas. Os humanos devem se concentrar em trabalho que requer pensamento crítico. Mas as máquinas estão se tornando progressivamente melhores na imitação da inteligência humana e, a cada dia, fazendo mais e mais por nós”, diz o artigo
A firma de consultoria McKinsey estima que 23% do trabalho jurídico pode ser automatizado. Mas outros aspectos importantes do cotidiano dos advogados não sofrerão ataques das máquinas. Trabalhos como relacionamento com clientes e atuação nos tribunais nunca serão realizados por máquinas (em vez de nunca, talvez seja melhor dizer “pelo menos, por enquanto”).
Uma coisa é certa, no entanto: a inteligência artificial, os robôs, a aprendizagem de máquina, a Internet das Coisas, a transformação digital e outras tantas tecnologias já invadiram o mercado de trabalho e as vidas dos humanos. “Já se pode fazer compras via Alexa. E a Netflix pode lhe dizer o filme ou programa de TV que você gosta”, lembra o artigo do FEM.
Outra razão para se temer (ou, em muitos casos, agradecer) o avanço da inteligência artificial é o de essa tecnologia representa muito dinheiro para as empresas que a desenvolvem. De acordo com a firma de consultoria Gartner, o valor de mercado da inteligência artificial deverá se situar na faixa de US$ 1,2 trilhão em 2018 e US$ 3,9 trilhões em 2022.
A previsão do avanço das máquinas no mercado de trabalho, segundo o artigo do FEM, irá resultar nas seguintes taxas de automação (ou de participação do trabalho humano versus trabalho das máquinas):
A inteligência artificial e a automação já vêm transformando vários setores, como o de manufatura, onde robôs substituem humanos em depósitos e fábricas, selecionando, juntando e montando peças com muita eficiência.
A tecnologia vem progredindo e penetrando em áreas mais complexas. Novas tecnologias já são aplicadas em setores como medicina, finanças, projetos. Por exemplo, na área média já surgiu o “doutor IA”, que consegue fazer diagnósticos de pacientes.
O Relatório sobre o Futuro do Trabalho de 2018 do Fórum Econômico Mundial prevê que, embora as tecnologias da Quarta Revolução Industrial irão se apossar progressivamente de trabalhos humanos, as perdas de emprego serão compensadas pela criação de novos empregos — ou valorização de alguns já existentes.
A previsão é de que, até 2022, serão criados 133 milhões de empregos, nas 10 profissões que vão mais crescer; e haverá uma perda de 75 milhões de empregos, nas 10 profissões que vão mais decrescer:
* Os gerentes gerais e de operações estão nas duas listas. A explicação é a de que haverá crescimento desse emprego em alguns setores e declínio em outros.
Uma lista mais extensa dos empregos em alta, em baixa ou estáveis pode ser vista no relatório (em inglês). Advogados aparecem em 21º lugar na lista dos que vão perder espaço para as máquinas inteligentes.
Por João Ozorio de Melo
Fonte: Conjur
A tropa de inteligência humana, adversária da inteligência artificial, foi composta por diretores jurídicos de grandes empresas, tais como Goldman Sachs, Cisco e Alston & Bird, e por advogados empregados e autônomos.
Segundo o site do Fórum Econômico Mundial (FEM), o trabalho era examinar riscos contidos em cinco contratos de confidencialidade (NDAs – non-disclosure agreements).
Advinha quem ganhou?
Em termos de precisão, um dos 20 advogados conseguiu empatar com a inteligência artificial. Ambos atingiram 94% de precisão nessa tarefa. Coletivamente, a inteligência artificial ganhou, porque o grupo de advogados atingiu a média de 85%. Mas os humanos foram um pouco prejudicados, porque a precisão de um dos integrantes da equipe foi de apenas 67%.
Em termos de velocidade, a inteligência artificial arrasou. Deu um banho nos pobres humanos: cumpriu a tarefa de revisar todos os cinco contratos de confidencialidade em apenas 26 segundos. Em comparação, as mentes jurídicas da qualificada equipe de humanos levaram 92 minutos, em média, para concluir a tarefa.
O advogado mais rápido na revisão dos contratos levou 51 minutos para executar o trabalho. O mais lento, 156 minutos. O mais rápido foi cerca de 100 vezes mais lento do que a inteligência artificial.
Penetração das máquinas
“A realidade é que a tecnologia está revolucionando o trabalho que fazemos e como o fazemos”, diz o artigo publicado no site do Fórum Econômico Mundial. Mas, para os profissionais que veem a inteligência artificial e os robôs invadindo sua área de trabalho, a situação não é de desespero [total]. É de adaptação.
“A inteligência artificial e os robôs estão se ocupando de tarefas repetitivas, subalternas. Os humanos devem se concentrar em trabalho que requer pensamento crítico. Mas as máquinas estão se tornando progressivamente melhores na imitação da inteligência humana e, a cada dia, fazendo mais e mais por nós”, diz o artigo
A firma de consultoria McKinsey estima que 23% do trabalho jurídico pode ser automatizado. Mas outros aspectos importantes do cotidiano dos advogados não sofrerão ataques das máquinas. Trabalhos como relacionamento com clientes e atuação nos tribunais nunca serão realizados por máquinas (em vez de nunca, talvez seja melhor dizer “pelo menos, por enquanto”).
Uma coisa é certa, no entanto: a inteligência artificial, os robôs, a aprendizagem de máquina, a Internet das Coisas, a transformação digital e outras tantas tecnologias já invadiram o mercado de trabalho e as vidas dos humanos. “Já se pode fazer compras via Alexa. E a Netflix pode lhe dizer o filme ou programa de TV que você gosta”, lembra o artigo do FEM.
Avanço das máquinas
Outra razão para se temer (ou, em muitos casos, agradecer) o avanço da inteligência artificial é o de essa tecnologia representa muito dinheiro para as empresas que a desenvolvem. De acordo com a firma de consultoria Gartner, o valor de mercado da inteligência artificial deverá se situar na faixa de US$ 1,2 trilhão em 2018 e US$ 3,9 trilhões em 2022.
A previsão do avanço das máquinas no mercado de trabalho, segundo o artigo do FEM, irá resultar nas seguintes taxas de automação (ou de participação do trabalho humano versus trabalho das máquinas):
A inteligência artificial e a automação já vêm transformando vários setores, como o de manufatura, onde robôs substituem humanos em depósitos e fábricas, selecionando, juntando e montando peças com muita eficiência.
A tecnologia vem progredindo e penetrando em áreas mais complexas. Novas tecnologias já são aplicadas em setores como medicina, finanças, projetos. Por exemplo, na área média já surgiu o “doutor IA”, que consegue fazer diagnósticos de pacientes.
Novo mercado de trabalho
O Relatório sobre o Futuro do Trabalho de 2018 do Fórum Econômico Mundial prevê que, embora as tecnologias da Quarta Revolução Industrial irão se apossar progressivamente de trabalhos humanos, as perdas de emprego serão compensadas pela criação de novos empregos — ou valorização de alguns já existentes.
A previsão é de que, até 2022, serão criados 133 milhões de empregos, nas 10 profissões que vão mais crescer; e haverá uma perda de 75 milhões de empregos, nas 10 profissões que vão mais decrescer:
Uma lista mais extensa dos empregos em alta, em baixa ou estáveis pode ser vista no relatório (em inglês). Advogados aparecem em 21º lugar na lista dos que vão perder espaço para as máquinas inteligentes.
Por João Ozorio de Melo
Fonte: Conjur