Professores fingem que ensinam, alunos fingem que aprendem: A ilusão do curso de Direito

goo.gl/zUzE5X | E aí pessoal! Tudo certinho?

No artigo de hoje, decidi compartilhar com vocês a minha visão de um dos cursos mais concorridos nas instituições públicas do país e um dos mais caros nas instituições privadas: o curso de Direito. Lembro-me, com muita nitidez, que, antes de iniciar a minha graduação em 2015.01 li a seguinte notícia: "OAB critica “recorde” do Brasil em cursos de Direito". Na época o Presidente da OAB, Marcus Vinícius, em tom bem irritado, já falava: "Nós temos mais faculdades de Direito do que o resto do mundo juntos" (até então, eu nem sabia disso) e "Não podemos continuar com 80% dos formandos sem passar no exame da Ordem". Daí eu me perguntava: "como alguém que passa 05 anos estudando não consegue passar num exame?". Hoje, no 8º semestre do curso, eu tenho a resposta.

Os professores fingem que ensinam?


Na verdade, há várias faculdades públicas e particulares com excelentes docentes, não só em títulos (o que em tese seriam melhores), mas também em didática, competentes em passar o conteúdo. De fato, muitos ensinam, mas será que os alunos aprendem?

Os alunos fingem que aprendem?


Acho que sim! O método de avaliação em "replicar" nas provas aquilo que os professores deram em sala de aula é arcaico como forma de aprendizado. Na verdade, não só o método de avaliação, ao meu ver, é atrasado como avacalhado. Pois a "pesca", a "cola" é uma realidade que ninguém quer combater. Nunca vi nenhuma campanha para bani-la ou, ao menos mitigar essa prática, nem quando a faculdade precisa de uma boa nota no ENADE para manter a sua reputação. Até o momento, nunca "pesquei" para passar em alguma avaliação, não porque seja melhor que alguém ou o "santo" da sala. Só acredito que seja um método de "auto engano". Na semana de provas as reprografias próximas a faculdade têm o basicamente as atividades de "xérox reduzida" dos conteúdos. Daí eu pergunto: será que não "acende um alerta" nos professores ao corrigirem as provas e verem o conteúdo exatamente como está na lei ou no livro de determinado doutrinador? Será que 80% da sala tem uma memória tão boa assim? Mesmo quando somente 25 a 30% frequentam as aulas?

As avaliações e os fiscais de provas


Até o momento não teve um professor, dos mais tranquilhos até os mais rígidos que não fossem "ludibriados" pelos métodos de "auto ajuda" dos alunos. Cheguei até a pensar que, em alguns casos, que pela postura dos docentes, não ocorreria, sabe de nada inocente! Ao piscar de olhos para lubrificar a retina, já foi! Fazer o que? São movimentos reflexos do corpo humano. E quando o assunto são os fiscais de sala é uma verdadeira comédia do tipo: "gente, me ajudem que eu ajudo vocês" ou até "gente, eu sou cega viu e não surda". É (ou foi) diferente na faculdade de vocês?

Concurso Vs Concurso


Lembro-me que no 7º semestre tínhamos (eu e minha equipe) que apresentar um trabalho sobre as modalidades de Licitação. Àquela altura do curso já havíamos passado pelas Cadeiras de Direito Administrativo I e II quando uma das integrantes indagou: "Ô Silvio, nesse caso o concurso (modalidade de licitação) vale por 02 anos né?". Ou seja, ela confundiu concurso (modalidade de licitação) com concurso (modalidade de ingresso no serviço público). Claro que esse fato por si só, não a desqualifica, mas ela já estava "aprovada" em 70% do curso e não era isso que se espera de uma graduanda nessa fase. Ah! Precisa comentar que ela é daquelas assumidas (com um pouco de orgulho) que chegou até ali "pescando"?

Professores Vs Alunos


Lá, como todo e qualquer faculdade, temos professores e alunos de todos os tipos. Temos o professor "gente fina", esse ajuda todo mundo, brinca com todos e de quebra não ensina muito mal. Temos professora que é casada com outro professor que não perde a oportunidade de dizer: "aquele é meu marido", porém ensina muito bem. Tem também professor, Ex-Jogador de futebol que, embora muitos pensem, não é frustrado e ensina muito bem também. Temos a professora que também é juíza toda sistemática que só libera a sala às 22:30, por que pró a senhora só libera esse horário? Porque está no cronograma que é esse o horário. E também há aqui (acho que acima da média nacional) os "professores garanhões", aqueles que, como dizem aqui, "passam o rodo". Existem até grupos de whatssap que as discentes colocam as fotos dos professores e, em questão de segundos, uma posta "já peguei", daí outra responde "já peguei também, mas fulano [outro professor] é melhor". E ao alunos? Iguais a qualquer sala. Temos o gordinho muito alegre e sorridente que nem o "Majin Boo", tem o aluno anti-social que nem o "Batman", tem a barraqueira que nem a "Rochelle" (Mãe do Cris do seriado Todo Mundo Odeia o Cris), tem a "patricinha" que nem a "Penélope Charmosa", tem o o popular, amigo de todo mundo que nem o "Goku" e um número crescente de alunas no estilo mulher "Gracyanne Barbosa". Enfim, nada diferente da demais faculdades do país, ou será que não? Opinem nos comentários

Conclusão:


O curso de Direito está avacalhado! Há muitos cursos! Poucos de qualidades! Poucos professores comprometidos em passar o conteúdos e quase a totalidade dos alunos que se enganam. Pronto, tá aí a receita do caos jurídico. E assim a cada ano as faculdades "despejam" milhares e milhares bacharéis de Direito no mercado.

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Um forte abraço e até a próxima!!!

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Silvimar Charlles
Concurseiro.
Servidor Público. Graduando em Direito. concurseiro, professor (para mim mesmo), eterno estudante, poeta, repentista, sonhador, pai, filho, amigo, amante, alguém que acredita que pode dar uma contribuição importante para a coletividade. https://www.fuiaprovado.com/silvimar-oliveira
Fonte: Jus Brasil
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