Crime de racismo: Promotoria denuncia estudante de Direito por ‘negraiada vai morrer’

goo.gl/x126e3 | O promotor de Justiça de Londrina Paulo César Vieira Tavares denunciou Pedro Baleotti, estudante expulso do Mackenzie, pelo crime de racismo. Ele gravou vídeos em que dizia que estava indo votar ‘armado com faca, pistola’ e que a ‘negraiada ia morrer’. As cenas foram divulgadas em redes sociais em outubro do ano passado, durante as eleições. As imagens foram gravadas nas ruas de Londrina, cidade de origem de Baleotti e sua família.

Segundo o promotor, ‘Pedro Bellintani Baleotti, ao referir-se à cor das pessoas que estavam nas ruas do município, e insinuando seu descontentamento em relação aos negros em geral, desconsiderou a importância do negro para a formação do Brasil, associando, assim, a cor negra a algo de pouco valor, desejando a morte das pessoas negras, conforme disse, praticando o racismo qualificado em sua forma consumada, pois o crime foi cometido por intermédio dos meios de comunicação social, com grande repercussão social’.

“Assim, esse denunciado contribuiu para incitar a discriminação contra os negros, desconsiderando toda a coletividade, proferindo palavras impróprias e pejorativas por meio de gravação em áudio e vídeo no sentido de que o preconceito e o racismo se perpetuem”, acusa.

Após a repercussão dos vídeos nas redes sociais, Baleotti foi expulso do Mackenzie, em janeiro. Ele estava suspenso desde outubro de 2018.

O DDASA, onde Baleotti fazia estágio, também afirmou “repudiar veementemente qualquer manifestação que viole direitos e garantias estabelecidos pelas Constituição”. O estudante trabalhava há quatro meses no local e foi dispensado ontem após os sócios terem conhecimento dos vídeos.

O aluno, no entanto, tem brigado para permanecer na Universidade. A juíza federal Sílvia Fiqueiredo Marques, da 26ª Vara Cível, chegou a conceder liminar que obrigava o ‘imediato restabelecimento do vínculo’ com a instituição, mas mantém a suspensão do aluno.

A magistrada afirmou ter encontrado ‘irregularidades’ no processo conduzido pela Comissão de Processamento Disciplinar, responsável pela apuração do caso. Por outro lado, a magistrada manteve a suspensão do aluno diante da ‘animosidade’ instalada no campus frequentado por ele.




Luiz Vassallo
Fonte: Estadão
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