goo.gl/BWgus3 | Uma advogada de 41 anos registrou boletim de ocorrência (B.O.) na segunda-feira (4) em Florianópolis relatando que foi agredida fisicamente por policiais militares na noite de sábado (2) no Centro da cidade. Ela diz que foi atingida nas costas e no braço por cassetete e que foi jogado spray de pimenta no rosto dela.
O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, major André Serafin, afirmou que “Desconhecemos essa ocorrência. Se chegar até o nosso conhecimento a denúncia na nossa Corregedoria ou por qualquer outro meio, o que a gente consiga apurar, que a pessoa se identifique, esteja efetivamente disposta a dar o testemunho apresentando provas, nós vamos apurar, como apuramos tudo; com contraditório, ampla defesa dos policiais militares que participaram da ocorrência e ao final teremos a solução desse procedimento".
A advogada diz que, na noite de sábado, viu um homem que gritava com uma moça e por isso parou no local. Porém, outro rapaz chegou e começou uma briga entre os dois homens. A polícia chegou para apartar o conflito e a advogada acabou agredida também. Ela deve fazer o exame de corpo de delito nesta quarta-feira (6), quando volta o funcionamento normal do Instituto Geral de Perícias (IGP).
Advogada mostra machucado no braço. Ela relata ter sido agredida por policiais militares na noite de sábado (2) em Florianópolis — Foto: Kátia Couto/Arquivo pessoal
O B.O. foi feito na 6ª Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital. A Polícia Civil informou que, como está trabalhando em regime de plantão, o caso não deve ter chegado a um delegado, mas que, como foi feito o boletim, será investigado.
Na noite de sábado, a Polícia Militar fez uso de bombas de gás e tiros de bala de borracha no Centro de Florianópolis na dispersão do carnaval de rua. De acordo com a PM, houve confronto na Avenida Paulo Fontes e depredação no Terminal de Integração do Centro (Ticen).
Moradora de Florianópolis, Kátia Couto foi ao Centro com uma amiga na noite de sábado para encontrar outras pessoas. Por volta das 21h15, as duas estavam na entrada da Rua Conselheiro Mafra, próximo à Praça XV de Novembro.
"Havia um homem meio que ameaçando uma moça num quiosque de bebida, gritando com a moça. Parei e fui procurar um policial. Nisso, outro rapaz chegou e começou uma briga, os dois homens ficaram brigando", relatou Couto ao G1.
"O pessoal do quiosque já tinha chamado a polícia. Quando ela chegou, chegou batendo no homem, batendo em todo mundo que estava ao redor, inclusive nos ambulantes, um deles uma idosa, dona do quiosque de bebidas", continuou.
Advogada mostra machucado no braço. Ela diz ter sido agredida por policiais militares em Florianópolis na noite de sábado (2) — Foto: Kátia Couto/Arquivo pessoal
"Comecei a gritar 'é trabalhador, é trabalhador!'. Foram atrás de um outro homem, eu gritava 'para, para!'. Em nenhum momento eu interferi, gritava de longe", disse.
Porém, uma outra moça fugia dos policiais e foi na direção onde Couto estava. "Eles não conseguiram pegar a moça, mas bateram em mim. Eu vi o que me bateu, bateu no meu braço. Coloquei o braço pra cima, senão tinha batido no meu rosto. Gritei para ele parar de me bater, caí no chão. Outro veio por trás e jogou spray de pimenta no meu rosto direto. Fiquei sem conseguir respirar, muito tempo sem enxergar", relatou.
Segundo ela, três policiais participaram da ocorrência e pelo menos dois a agrediram. A amiga tentou ajudar. "Ela estava uns três metros afastada, ela estava com medo. Pegou o celular e conseguiu filmar. Ela pergunta ao policial 'por que o senhor fez isso?'. Ele vai em direção a ela, arranca o telefone, deleta a imagem", disse Couto. O vídeo foi recuperado por elas depois.
A amiga ajudou a levar a advogada a um posto de atendimento médico próximo à Praça XV, pois Couto não estava enxergando bem. "O spray de pimenta é um óleo que fica no teu corpo, na tua pele, demora a sair, só com muito sabão. Mesmo com tanto banho que eu tomei, sentia arder meu nariz até segunda (4) de manhã".
Advogada mostra machucado nas costas. Ela relata que foi agredida por policiais militares no Centro de Florianópolis na noite de sábado (2) — Foto: Kátia Couto/Arquivo pessoal
"Eu estou profundamente magoada. Toda vez que conto essa história, eu choro. É muito humilhante, é vergonhoso. Meu pai é policial aposentado, meu irmão é guarda de Florianópolis. Cresci no meio de policiais. Aprendi que a polícia é para ajudar as pessoas e eu não vou deixar de acreditar nisso. Embora hoje eu tenha medo da polícia, eu dizia para as pessoas 'não precisa ter medo da polícia'. Mas infelizmente o cenário que a gente está vendo é de medo", lamentou.
Fonte: g1 globo
O comandante do 4º Batalhão da Polícia Militar, major André Serafin, afirmou que “Desconhecemos essa ocorrência. Se chegar até o nosso conhecimento a denúncia na nossa Corregedoria ou por qualquer outro meio, o que a gente consiga apurar, que a pessoa se identifique, esteja efetivamente disposta a dar o testemunho apresentando provas, nós vamos apurar, como apuramos tudo; com contraditório, ampla defesa dos policiais militares que participaram da ocorrência e ao final teremos a solução desse procedimento".
A advogada diz que, na noite de sábado, viu um homem que gritava com uma moça e por isso parou no local. Porém, outro rapaz chegou e começou uma briga entre os dois homens. A polícia chegou para apartar o conflito e a advogada acabou agredida também. Ela deve fazer o exame de corpo de delito nesta quarta-feira (6), quando volta o funcionamento normal do Instituto Geral de Perícias (IGP).
Advogada mostra machucado no braço. Ela relata ter sido agredida por policiais militares na noite de sábado (2) em Florianópolis — Foto: Kátia Couto/Arquivo pessoal
O B.O. foi feito na 6ª Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capital. A Polícia Civil informou que, como está trabalhando em regime de plantão, o caso não deve ter chegado a um delegado, mas que, como foi feito o boletim, será investigado.
Na noite de sábado, a Polícia Militar fez uso de bombas de gás e tiros de bala de borracha no Centro de Florianópolis na dispersão do carnaval de rua. De acordo com a PM, houve confronto na Avenida Paulo Fontes e depredação no Terminal de Integração do Centro (Ticen).
Relato
Moradora de Florianópolis, Kátia Couto foi ao Centro com uma amiga na noite de sábado para encontrar outras pessoas. Por volta das 21h15, as duas estavam na entrada da Rua Conselheiro Mafra, próximo à Praça XV de Novembro.
"Havia um homem meio que ameaçando uma moça num quiosque de bebida, gritando com a moça. Parei e fui procurar um policial. Nisso, outro rapaz chegou e começou uma briga, os dois homens ficaram brigando", relatou Couto ao G1.
"O pessoal do quiosque já tinha chamado a polícia. Quando ela chegou, chegou batendo no homem, batendo em todo mundo que estava ao redor, inclusive nos ambulantes, um deles uma idosa, dona do quiosque de bebidas", continuou.
Advogada mostra machucado no braço. Ela diz ter sido agredida por policiais militares em Florianópolis na noite de sábado (2) — Foto: Kátia Couto/Arquivo pessoal
"Comecei a gritar 'é trabalhador, é trabalhador!'. Foram atrás de um outro homem, eu gritava 'para, para!'. Em nenhum momento eu interferi, gritava de longe", disse.
Porém, uma outra moça fugia dos policiais e foi na direção onde Couto estava. "Eles não conseguiram pegar a moça, mas bateram em mim. Eu vi o que me bateu, bateu no meu braço. Coloquei o braço pra cima, senão tinha batido no meu rosto. Gritei para ele parar de me bater, caí no chão. Outro veio por trás e jogou spray de pimenta no meu rosto direto. Fiquei sem conseguir respirar, muito tempo sem enxergar", relatou.
Segundo ela, três policiais participaram da ocorrência e pelo menos dois a agrediram. A amiga tentou ajudar. "Ela estava uns três metros afastada, ela estava com medo. Pegou o celular e conseguiu filmar. Ela pergunta ao policial 'por que o senhor fez isso?'. Ele vai em direção a ela, arranca o telefone, deleta a imagem", disse Couto. O vídeo foi recuperado por elas depois.
A amiga ajudou a levar a advogada a um posto de atendimento médico próximo à Praça XV, pois Couto não estava enxergando bem. "O spray de pimenta é um óleo que fica no teu corpo, na tua pele, demora a sair, só com muito sabão. Mesmo com tanto banho que eu tomei, sentia arder meu nariz até segunda (4) de manhã".
Advogada mostra machucado nas costas. Ela relata que foi agredida por policiais militares no Centro de Florianópolis na noite de sábado (2) — Foto: Kátia Couto/Arquivo pessoal
"Eu estou profundamente magoada. Toda vez que conto essa história, eu choro. É muito humilhante, é vergonhoso. Meu pai é policial aposentado, meu irmão é guarda de Florianópolis. Cresci no meio de policiais. Aprendi que a polícia é para ajudar as pessoas e eu não vou deixar de acreditar nisso. Embora hoje eu tenha medo da polícia, eu dizia para as pessoas 'não precisa ter medo da polícia'. Mas infelizmente o cenário que a gente está vendo é de medo", lamentou.
Fonte: g1 globo