bit.ly/2WHytZv | A Polícia Federal em São Paulo identificou ao menos dois advogados que conseguiram a aprovação na segunda fase do exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) após pagarem a hackers para adulterarem o site da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que realiza o exame nacional.
Segundo o delegado da PF Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, responsável pela operação realizada nesta terça-feira (5), a quadrilha foi descoberta após monitoramento da deep web, que é o nome que se dá a uma parte da internet que não pode ser acessada por meio de mecanismos de busca e fica oculta ao grande público. No submundo da web, os criminosos recrutavam vítimas e passavam informações sobre como evitar ser investigado pela polícia.
“Identificamos que a quadrilha realizava uma série de crimes virtuais, como estelionato, furto, fraudes em concursos e similares, fraudes bancárias e também venda de cartões de crédito clonados. Entre as fraudes havia a invasão indevida de bancos de dados de instituições, como a FGV, que faz o exame da OAB”, disse o delegado.
Os aprovados indevidamente na prova pagavam à quadrilha por meio de criptomoedas, com o objetivo de impedir o rastreamento dos pagamentos. “Mas hoje também temos nossos meios de rastrear esta forma”, afirmou Ungaretti.
A quadrilha agia por meio da adulteração de dados dos candidatos no site da FGV. Era alterada a nota do candidato que realizou a segunda fase do exame diretamente no sistema da fundação que realiza o concurso, e o nome do candidato, assim, era colocado na lista de aprovados.
“Já identificamos dois advogados que tiveram a aprovação no exame com a mudança feita pelos hackers. Eles invadiam o sistema da FGV e conseguiam alterar a nota da segunda fase, da prova dissertativa”, salientou o delegado. “E colocavam o nome na lista (dos aprovados)”.
A operação, chamada de “Singular”, foi realizada nesta terça-feira após dois anos de investigações. Cinco pessoas foram presas e a investigação continua para verificar a possível participação do grupo na fraude de outros concursos públicos realizados pela FGV.
“Não temos a informação da participação de funcionários de nenhuma das instituições, nem da FGV, nem da OAB. Tivemos a colaboração de ambas as entidades para a investigação”, afirmou Ungaretti. “A participação da quadrilha em outros concursos públicos ainda está em investigação”.
Dos mandados de prisão, dois foram cumpridos em São Paulo (um na capital e outro em Santos); dois no Rio Grande do Sul (em Santa Maria e Tapes) e outro no Ceará (Fortaleza). Os agentes também cumpriram cinco mandados de busca e apreensão.
Foram identificados sete integrantes da quadrilha.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que "solicitou informações da Polícia Federal sobre os autos e resultados da operação que identificou ataque cibernético ao sistema da Fundação Getúlio Vargas, empresa contratada para a aplicação do Exame de Ordem, e tomará todas as medidas cabíveis".
A entidade disse também que está colaborando com a investigação da PF desde setembro de 2018.
Fonte: g1 globo
Segundo o delegado da PF Luiz Roberto Ungaretti de Godoy, responsável pela operação realizada nesta terça-feira (5), a quadrilha foi descoberta após monitoramento da deep web, que é o nome que se dá a uma parte da internet que não pode ser acessada por meio de mecanismos de busca e fica oculta ao grande público. No submundo da web, os criminosos recrutavam vítimas e passavam informações sobre como evitar ser investigado pela polícia.
“Identificamos que a quadrilha realizava uma série de crimes virtuais, como estelionato, furto, fraudes em concursos e similares, fraudes bancárias e também venda de cartões de crédito clonados. Entre as fraudes havia a invasão indevida de bancos de dados de instituições, como a FGV, que faz o exame da OAB”, disse o delegado.
Os aprovados indevidamente na prova pagavam à quadrilha por meio de criptomoedas, com o objetivo de impedir o rastreamento dos pagamentos. “Mas hoje também temos nossos meios de rastrear esta forma”, afirmou Ungaretti.
A quadrilha agia por meio da adulteração de dados dos candidatos no site da FGV. Era alterada a nota do candidato que realizou a segunda fase do exame diretamente no sistema da fundação que realiza o concurso, e o nome do candidato, assim, era colocado na lista de aprovados.
“Já identificamos dois advogados que tiveram a aprovação no exame com a mudança feita pelos hackers. Eles invadiam o sistema da FGV e conseguiam alterar a nota da segunda fase, da prova dissertativa”, salientou o delegado. “E colocavam o nome na lista (dos aprovados)”.
A operação, chamada de “Singular”, foi realizada nesta terça-feira após dois anos de investigações. Cinco pessoas foram presas e a investigação continua para verificar a possível participação do grupo na fraude de outros concursos públicos realizados pela FGV.
“Não temos a informação da participação de funcionários de nenhuma das instituições, nem da FGV, nem da OAB. Tivemos a colaboração de ambas as entidades para a investigação”, afirmou Ungaretti. “A participação da quadrilha em outros concursos públicos ainda está em investigação”.
Dos mandados de prisão, dois foram cumpridos em São Paulo (um na capital e outro em Santos); dois no Rio Grande do Sul (em Santa Maria e Tapes) e outro no Ceará (Fortaleza). Os agentes também cumpriram cinco mandados de busca e apreensão.
Foram identificados sete integrantes da quadrilha.
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) informou que "solicitou informações da Polícia Federal sobre os autos e resultados da operação que identificou ataque cibernético ao sistema da Fundação Getúlio Vargas, empresa contratada para a aplicação do Exame de Ordem, e tomará todas as medidas cabíveis".
A entidade disse também que está colaborando com a investigação da PF desde setembro de 2018.
Fonte: g1 globo