O desembargador Walter da Silva, da 14ª Câmara do TJ-SP, não viu elementos para revogar a prisão do ativista. Paulo "Galo", que é líder dos entregadores que se declaram antifascistas, está preso desde o último dia 28, quando se apresentou ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro, onde é investigado o incêndio contra a estátua de Borba Gato.
Para os advogados do escritório Jacob e Lozano, que defende o entregador de aplicativos, a decisão do TJ-SP tem fundamentos de "caráter político", pois cita o fato de "Galo fazer parte do movimento 'Motoboys Antifascistas'".
“O Desembargador ainda utiliza como fundamentação o fato de Galo fazer parte do movimento 'Motoboys Antifascistas', demonstrando o caráter político da decisão. Qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais é uma afronta à democracia e à Constituição”, afirmaram em nota.
Segundo os defensores, a decisão do TJ-SP é "arbitrária e ilegal". Eles alegam "não estão preenchidos os requisitos da prisão temporária" e que "Galo está contribuindo com as investigações”.
Além disso, a defesa de "Galo" afirma que vai recorrer da decisão do TJ-SP no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.
"Qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais é uma afronta à democracia e à Constituição. A equipe jurídica do escritório Jacob e Lozano já informou que buscará reverter a decisão perante o Superior Tribunal de Justiça", informaram em nota.
Liberdade à companheira de "Galo"
Na última sexta-feira (30), a Justiça de São Paulo concedeu liberdade para a companheira de "Galo", Gessica Barbosa, que foi presa por suposto envolvimento incêndio à estátua de Borba Gato.
Os dois tiveram a prisão temporária decretada na quarta-feira (28) após se apresentarem espontaneamente ao 11º Distrito Policial. Paulo admitiu ter participado do ato, alegando que tratava-se de "um ato político".
No dia da prisão, o advogado chegou a afirmar que "todo ato político, seja de direita ou esquerda, chama atenção". Segundo ele, afirmou que o objetivo era abrir o debate sobre a homenagem ao bandeirante Borba Gato.
De acordo com a defesa, Gessica não foi indiciada. Ela disse à polícia que estava em casa cuidando da filha de 3 anos e do irmão no momento da manifestação. O delegado pediu, porém, que "Galo" continuasse preso.
"Na última sexta feira, a Juíza de primeira Instância, Gabriela Marques da Silva Bertoli, havia prorrogado a prisão cautelar de Galo por mais cinco dias", afirmou, nas redes sociais, a equipe de defesa do entregador.
Incêncido à estátua de Borba Gato
No último dia 24, um grupo desembarcou de um caminhão e espalhou pneus na avenida Santo Amaro e em torno do monumento do bandeirante Borba Gato, ateando fogo logo depois. O movimento Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio.
Policiais militares e bombeiros chegaram na sequência, controlaram as chamas e liberaram o tráfego. O ato terminou sem feridos nem detidos.
Em um vídeo postado nas rede sociais no dia 14 de julho, um dos integrantes do grupo afirmava que Borba Gato contribuiu ativamente para o genocídio da população indígena.
Fonte: br.noticias.yahoo.com