Justiça nega habeas corpus a 'Galo', preso pelo incêndio a estátua de Borba Gato, em SP; advogado diz que decisão tem 'caráter político'

Via @yahoonoticias | O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou neste domingo (1º) o pedido de habeas corpus feito pela defesa do entregador de aplicativos Paulo Roberto da Silva Lima, conhecido como "Galo", acusado pela polícia de participação no incêndio da estátua de Borba Gato, no último dia 24, na Zona Sul da capital.

O desembargador Walter da Silva, da 14ª Câmara do TJ-SP, não viu elementos para revogar a prisão do ativista. Paulo "Galo", que é líder dos entregadores que se declaram antifascistas, está preso desde o último dia 28, quando se apresentou ao 11º Distrito Policial de Santo Amaro, onde é investigado o incêndio contra a estátua de Borba Gato.

Para os advogados do escritório Jacob e Lozano, que defende o entregador de aplicativos, a decisão do TJ-SP tem fundamentos de "caráter político", pois cita o fato de "Galo fazer parte do movimento 'Motoboys Antifascistas'".

“O Desembargador ainda utiliza como fundamentação o fato de Galo fazer parte do movimento 'Motoboys Antifascistas', demonstrando o caráter político da decisão. Qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais é uma afronta à democracia e à Constituição”, afirmaram em nota. 

Segundo os defensores, a decisão do TJ-SP é "arbitrária e ilegal". Eles alegam "não estão preenchidos os requisitos da prisão temporária" e que "Galo está contribuindo com as investigações”.

Além disso, a defesa de "Galo" afirma que vai recorrer da decisão do TJ-SP no Superior Tribunal de Justiça (STJ), em Brasília.

"Qualquer tentativa de criminalização dos movimentos sociais é uma afronta à democracia e à Constituição. A equipe jurídica do escritório Jacob e Lozano já informou que buscará reverter a decisão perante o Superior Tribunal de Justiça", informaram em nota.

Liberdade à companheira de "Galo"

Na última sexta-feira (30), a Justiça de São Paulo concedeu liberdade para a companheira de "Galo", Gessica Barbosa, que foi presa por suposto envolvimento incêndio à estátua de Borba Gato. 

Os dois tiveram a prisão temporária decretada na quarta-feira (28) após se apresentarem espontaneamente ao 11º Distrito Policial. Paulo admitiu ter participado do ato, alegando que tratava-se de "um ato político". 

No dia da prisão, o advogado chegou a afirmar que "todo ato político, seja de direita ou esquerda, chama atenção". Segundo ele, afirmou que o objetivo era abrir o debate sobre a homenagem ao bandeirante Borba Gato.

De acordo com a defesa, Gessica não foi indiciada. Ela disse à polícia que estava em casa cuidando da filha de 3 anos e do irmão no momento da manifestação. O delegado pediu, porém, que "Galo" continuasse preso.

"Na última sexta feira, a Juíza de primeira Instância, Gabriela Marques da Silva Bertoli, havia prorrogado a prisão cautelar de Galo por mais cinco dias", afirmou, nas redes sociais, a equipe de defesa do entregador.

Incêncido à estátua de Borba Gato

No último dia 24, um grupo desembarcou de um caminhão e espalhou pneus na avenida Santo Amaro e em torno do monumento do bandeirante Borba Gato, ateando fogo logo depois. O movimento Revolução Periférica assumiu a autoria do incêndio.

Policiais militares e bombeiros chegaram na sequência, controlaram as chamas e liberaram o tráfego. O ato terminou sem feridos nem detidos.

Em um vídeo postado nas rede sociais no dia 14 de julho, um dos integrantes do grupo afirmava que Borba Gato contribuiu ativamente para o genocídio da população indígena.

Fonte: br.noticias.yahoo.com

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