O chamado influencer não expõe apenas a sua imagem, mas um lifestyle, possuindo poder sobre seus "seguidores", ditando tendências e até mesmo construindo posicionamentos comportamentais e mentalidade.
Os(as) influencers são as celebridade do século 21. Whindersson Nunes, Anitta, Felipe Neto, com certeza você já ouviu falar em um desses nomes.
Através da internet, pessoas comuns podem conquistar milhares/milhões de seguidores e comercializar seu estilo de vida, sendo este o método mais utilizado nas campanhas publicitárias, para tornarem seu produto em objeto de desejo.
Todo esse poder é utilizado pelas marcas para atingir seus potenciais clientes convertendo as chamadas impressões em vendas.
Esse contato, entre marca e influencer, gera portanto uma relação jurídica. Nela engloba-se Direito de Imagem, propriedade intelectual e até mesmo Direito do Consumidor.
Por isso, o influencer pode até ser responsabilizado em conjunto com a marca por alguma falha no produto, até mesmo questão de propaganda enganosa, sendo diretamente fiscalizada pelo CONAR (CONSELHO NACIONAL DE AUTORREGULAMENTAÇÃO PUBLICITÁRIA).
Neste sentido é importante estabelecer em contrato:
- Tempo de Duração da Campanha Publicitária;
- Locais de comercialização desta campanha (instagram, facebook, blog, youtube, outdoor, televisão, rádio);
- Contra-prestação, pagamento, comissionamento, remuneração pelo serviço;
- Restrições do uso de imagem, tanto para o uso da imagem da marca como para a(o) influencer;
- Informações do produto, sob pena de responsabilidade e punição pelos órgãos de proteção aos consumidores;
- Informar os seus seguidores que a propaganda é paga, sob pena de prática de propaganda velada;
Importante destacar também que a Constituição Federal prevê em seu artigo V, inciso X, dispõe como invioláveis a intimidade, a vida privada, a honra e a imagem das pessoas, assegurado o direito a indenização pelo dano material ou moral decorrente de sua violação, bem como o artigo 20 do Código Civil, expõe "Salvo se autorizadas, ou se necessárias à administração da justiça ou à manutenção da ordem pública, a divulgação de escritos, a transmissão da palavra, ou a publicação, a exposição ou a utilização da imagem de uma pessoa poderão ser proibidas, a seu requerimento e sem prejuízo da indenização que couber, se lhe atingirem a honra, a boa fama ou a respeitabilidade, ou se se destinarem a fins comerciais".
Por isso, toda exposição de imagem, seja de pessoa ou de uma marca, está sujeita a responsabilização caso a mesma não seja autorizada pela pessoa ou denigra a imagem da mesma.
Esse novo mundo requer dos advogados conhecimento moderno das possíveis abordagens, da Lei de Propriedade Intelectual e até mesmo do Marco Civil da Internet, sendo necessária o conhecimento para aqueles qual exerçam essa nova profissão.
Manoel Pereira Machado Neto é advogado sócio do escritório Amaral Freitas e Machado.
Fonte: migalhas.com.br